Quando coloquei as mãos em Dead Rising: Triple Pack, pensei na criação de um texto para explicar como funciona a jogabilidade da franquia, que nasceu no Xbox 360 em 2005, resultado de testes de Keiji Inafune para criação de um novo Mega Man Legends.
Dead Rising está, sem dúvida alguma, no hall das franquias que proporcionam diversão e desafio na mesma medida, mas que paga o preço de oferecer isto de uma forma diferente dos outros títulos que estão no mercado.
O “mimimi” ao redor de Dead Rising
O “problema” da franquia Dead Rising que muitos apontam como fator “perdi totalmente a vontade de jogar” é exatamente o seu grande diferencial: o tempo determinado para conclusão daquele objetivo principal, sendo frequentemente instigado pelo game (quem não quer ganhar EXP extra???) à realizar missões paralelas, como salvar pessoas inocentes de hordas de zumbis ou de psicopatas malucos.
Foi neste ponto que muitos fizeram vista grossa ou cara feia para o game e para a franquia em geral.
Vale lembrar que cada minuto de Dead Rising equivalem por 5 segundos no mundo real e você terá 72 horas para completar o objetivo principal (tanto que o “Story mode” é chamado de “72 Hours mode“). Fazendo as contas, o jogador terá 6 horas reais para escapar do pesadelo.
É aqui que o jogador tem que ter uma certa dose de calma, compreender a proposta do game e encontrar os meios para sobreviver aos desafios no tempo necessário. Isto pode acontecer com a escolha dos caminhos de exploração, em “farmar” EXP para aquisição de HP/Power Slots extra de itens e na criação de estrategias, do tipo: “Por aqui, eu vou encontrar katanas, energéticos e inimigos que irão me proporcionar um salto rápido de Lv.“.
Tal proposta de tempo foi levada até Dead Rising 2. Seu side-story, Dead Rising 2: Off the Record, continuou o estilo de tempo mas ofereceu o Sandbox Mode, um modo extra aonde o tempo não era mais um dos inimigos de Frank West e dos jogadores. Um ponto oferecido para amenizar a dificuldade da franquia foi a implementação dos cards/combos em Dead Rising 2 (e levada em frente até o presente momento da franquia), possibilitando a criação de armas absurdamente cômicas e incrivelmente poderosas.
Resultados da remasterização
Este (re)lançamento para PlayStation 4 e Xbox One vem oferecendo 1080p de resolução, 60 frames por segundo (há uma leve queda em locais específicos, tanto na versão PS4 como na versão Xbox One) e todas as DLC’s de roupas/skills de Dead Rising 2 e Dead Rising 2: Off The Record.
O salto na resolução veio (através de um upscale) mas a textura com poucas melhorias, principalmente se a comparação for feita com o Dead Rising original de 2005. No caso de Dead Rising 2, temos uma melhora clara e visível em relação ao original.
Erros?
Um erro cometido pela Capcom com Dead Rising: Triple Pack foi a não inclusão de Dead Rising 2: Case Zero e Dead Rising 2: Case West, títulos lançados para Xbox 360 (via Xbox Live Arcade) que aconteciam antes (Case Zero) e depois (Case West) dos eventos de Dead Rising 2. Nada que comprometa a experiência final, mas a desenvolvedora perdeu aqui a chance de criar um pacote completíssimo para fãs e interessados em pular de cabeça na franquia.
O controle e movimentação travada estão longe das melhorias criadas com Dead Rising 3 e com o que tive oportunidade de testar do Dead Rising 4.
Outro pecado é não oferecer a oportunidade da compra individual de Dead Rising 2: Off the Record, empurrando o spin-off apenas na compra do Triple Pack digital ou físico.
Considerações finais
Se você quer conhecer a franquia (e caso tenha o Xbox One, para embarcar posteriormente ao Dead Rising 3 e Dead Rising 4), Dead Rising: Triple Pack é a oportunidade perfeita para isso. O game tem seus defeitos originais (e alguns pequenos de framerate na remasterização) mas que não atrapalham a diversão. Vale a pena pra quem busca um game de zumbis diferente do comum, com muita tensão e atenção ao relógio.
Prós
- Dead Rising 1 e 2 em 1080p e 60FPS nos consoles atuais
- Franquia completa no Xbox One
Contras
- Algumas quedas de frames
- Não inclui as expansões de Dead Rising 2, Case Zero e Case West