Furi é um game indie de Hack And Slash/Twin Stick Shooter com elementos de Bullet Hell.
Essa mistura segue bem o lema do estúdio francês The Game Bakers misturando mecânicas e ajustando o game design até obter um produto único.
O jogo conta a historia de um samurai futurista neon que é libertado de sua cela por um cara filosófico com mascara de coelho. Agora você deve lutar pela sua liberdade contra diversos chefões que vão de monges indianos com fones de ouvido gigantes a um arcanjo futurista. Uma maluquice só, seguindo um visual marcante e uma trilha sonora que eleva os momentos de adrenalina e superação do jogo.
Furi conta um sistema de progressão bem direto, sem enrolação de uma fase a outra, enfrentando apenas chefões em uma visão isométrica.
Gameplay
Furi é curioso pela sua mistura peculiar que quando citada da a impressão de ser um jogo confuso com elementos conflitantes. Mas fique tranquilo pois isso é o oposto que o jogo é.
O combate é dividido em “vários rounds”. Para ganhar o combate você deve derrubar o chefe uma quantidade de vezes por round.
A primeira etapa se resume a Bullet Hell com a arena toda livre para se esquivar e encontrar momentos para atacar com mecânicas que incluem atirar usando o analógico direito. O jogador conta com um botão de ataque que pode manter pressionado para um ataque mais poderoso, esquiva, um tiro carregado em um dos gatilhos e um botão de defesa que quando usado em uma janela de tempo bem curta recupera uma porção pequena da vida e da a possibilidade de entrar em uma animação especifica que causa mais dano ao inimigo.
A segunda etapa é o combate corpo a corpo onde a possibilidade de atirar usando a pistola da espaço para energizar a sua espada para causar mais dano. A parte complicada é ter que passar ambas etapas com a mesma barra de vida.
O combate é longo mas longe de ser chato porque cada vez que o chefe perde um round ele muda seus padrões e formas de ataque desafiando sua percepção e velocidade de adaptação.
Outro fator interessante é a mudança das regras em momentos chaves para te expulsar da sua zona de conforto. As vezes seu tiro não funciona ou se aproximar para atacar corpo a corpo fica muito perigoso exigindo você a encontrar saídas usando todos os elementos na mecânica de Furi.
As mudanças de ritmo do combate contra cada chefão, a sinergia entre as suas habilidades e a curva de aprendizado de Furi, tornam ele um jogo com uma sensação de evolução e recompensa gratificante a cada estagio.
Gráficos
O jogo tem o visual em cel shading, em uma explosão neon futurista com uma direção de arte bem interessante e excêntrica.
O design dos personagens foi feito por Takashi Okazaki, criador do mangá Afro Samurai. O ilustrador empregou bastante criatividade para que cada chefão fosse único. Talvez esse seja o principal ponto fraco de Furi. Ver um visual realmente interessante mas sem a possibilidade de saber mais sobre cada personagem sendo um jogo focado em mecânicas e sua relação com elas.
Som
Aqui é outra parte onde o jogo se destaca, seja pelos efeitos sonoros que são utilizados como feedback para sua reação ou a trilha sonora que é frenética. Inclusive no momento em que escrevo esse review, estou ouvindo ela no Spotify.
Com artistas como Carpeter Brut, Danger, Toxic Avenger e outros. Pra quem não sabe, Carpeter Brut mesmo participou de um joguinho ai “pouco famoso” chamado Hotline Miami.
Considerações finais
Se sinta desafiado a dominar coisas simples e expandir sua percepção para achar os pontos fracos de cada chefe. Tenha a sensação constante de estar perto da derrota até entender e analisar onde se pode ser melhor. Faça tudo isso de maneira orgânica usando fones de ouvido e escutando a trilha sonora no talo. Entre na vibe de buscar a liberdade e a superação jogando Furi, disponível em julho na PSN PLUS para PS4 e no Steam para PC.
Furi é um jogo que faz uma mistura peculiar de mecânicas com um visual exótico e uma trilha sonora frenética, desafiante e empolgante o jogo peca em mostrar personagens com visuais interessantes mas sem uma história por trás.