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Análise – Metal Gear Solid V: Ground Zeroes

Metal Gear Solid V: Ground Zeroes é a continuação direta dos eventos de Metal Gear Solid: Peace Walker e um prólogo do que virá a ser Metal Gear Solid V: The Phantom Pain, ainda sem data confirmada.

Como um prólogo, sabemos que o jogo é uma experiência incompleta e por isso não é muito fácil falar dessa nova empreitada da Konami no mundo dos games. A questão que fica no ar é: vale o investimento (20 dólares no PS3/360, a versão digital do PS4/One custa U$30 e o disco custaU$40)? Depende muito do que o jogador espera do game e de qual versão irá escolher. Dito isto, vamos por partes.

THIS IS SNAKE

Ground Zeroes conta com uma missão principal de mesmo nome onde Big Boss deve resgatar Chico e Paz Ortega (personagens de Peace Walker). ao concluir essa breve missão, o jogo termina; sim, algo que em menos de 2 horas qualquer jogador consegue fazer. Ao longo dessas “2 horas” o nosso herói tem uma vasta base militar para explorar a bel prazer, mudando drasticamente o que a série tinha apresentado até agora. Não chega a ser um território enorme mas é bem divertido explorar as possibilidades dentro desse novo “universo”. Até veículos estão disponíveis, uma novidade na série.

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Ao terminar a missão Ground Zeroes, o jogo desbloqueia uma série de missões complementares em diversas situações e condições climáticas diferentes (GZ se passa numa noite chuvosa), ensolarado, céu encoberto, pôr-do-sol e por ai vai. O interessante é que isso não é apenas cosmético e se você correr loucamente em pleno dia no meio da base será facilmente avistado pelos guardas exigindo ainda mais furtividade. As missões num geral são bem divertidas e rendem mais umas 2 horas de diversão, com a possibilidade de destravar uma missão final e exclusiva de cada plataforma caso o jogador colete os 9 XOF Emblems. Nos consoles da Sony é a missão Dejà Vú onde você terá que “recriar” cenas do Metal Gear Solid original e nos consoles da Microsoft é uma missão onde você joga com Raiden de Metal Gear Revengeance, somando mais uma hora tranquilamente.

Até então já foram 5 horas de jogo aproximadamente e isso desconsiderando extras como fitas cassete (músicas e gravações), Hard Mode para todas as missões, etc… O interessante é que apesar da aventura principal rápida, o jogador tem a opção de prolongar essa experiência como quiser. O que dá a impressão de que é uma jogatina curta é o fato de tudo se passar no mesmo lugar. Até em jogos com campanhas curtas como Call of Duty, contamos com uma variedade bem maior de cenários. Infelizmente a repetição visual de Ground Zeroes acaba cansando.

FOX ENGINE

Graficamente Ground Zeroes surpreende, ainda mais rodando muito estável nos consoles da geração passada. Os efeitos de luz são muito bons, as texturas tem uma ótima qualidade e os modelos poligonais são um dos melhores já vistos. É uma pena que a Fox Engine foi mostrada tão tarde, visto que teria sido bem-vinda na geração passada. Obviamente existem problemas: as explosões são terríveis, o mar é muito mal feito e alguns feixes de luz dão a impressão de serem tirados diretamente de Metal Gear Solid 2, diretos do túnel do tempo de 2001.

O departamento sonoro como sempre não decepciona e a dublagem é excelente. Mesmo o sotaque “caribenho” de alguns personagens não parece forçado como em Peace Walker. Os efeitos sonoros fazem sua parte e as músicas… bem, Here’s to You do “drama documentário” Sacco e Vanzetti (Itália, 1971) é utilizado pela segunda vez na série (a primeira foi nos créditos de Metal Gear Solid 4, 2008) tanto na cutscene inicial quanto nos créditos. É legal, mas esperamos não ouvir isso novamente em Phantom Pain. As demais faixas são bem genéricas com exceção da que toca na cutscene final que é razoável. Por se tratar de um prólogo, não devíamos esperar composições do nível de Peace Walker nesse jogo, mas ficou um gostinho amargo que com certeza será apagado com o lançamento do próximo título.

JOGABILIDADE

Controlar Big Boss em Ground Zeroes é incrível. Tudo flui perfeitamente e agora com um belo upgrade na agilidade podemos realizar coisas como correr loucamente, mergulhar no chão após um salto, escalar e saltar, (sendo esse último meio automático como em Zelda: Ocarina) entre outras ações. O jogo é uma clara evolução de Peace Walker e tanto o combate armado quanto mano-a-mano são remanescentes do jogo anterior da série, o que não é problema algum. O CQC de Peace Walker já era uma evolução do precário sistema; porém inovador, mostrado em Metal Gear Solid 3 pela primeira vez.

Obviamente você conta com um arsenal de causar inveja e com esses novos controles tudo fica mais interessante. Faça da base militar seu playground, já que as possibilidades pra isso são enormes.

FINALIZANDO

Ground Zeroes vale seu dinheiro? Respondendo a pergunta do início do review: A versão de U$20 é válida, porém na minha humilde opinião, eu diria que investir valores acima isso pode se tornar complicado. Principalmente com um mercado que tem jogos que trazem muito mais conteúdo e valor para o jogador, isso sem contar o multiplayer. O mais curioso disso tudo é que o último jogo da série; Metal Gear Solid: Peace Walker, tinha muito conteúdo extra e não é difícil achar jogadores que tiveram mais de 100 horas investidas nele.

Reavaliar o valor das coisas é importante para que os consumidores se conscientizem do que é certo e o que é errado. A indústria como um tudo só tem a ganhar com isso… e consequentemente, você também. O caminho traçado por Ground Zeroes é de um produto de qualidade, porém incompleto. É necessário pegar o substancial dele e expandir muito. Resta aguardar por Phantom Pain para ver se isso vai se concretizar.

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