Análise – Odin Sphere Leifthrasir
Odin Sphere Leifthrasir é um remaster do jogo previamente lançado para o PlayStation 2 em 2007.
Desenvolvido pela Atlus/VanillaWare, que também fez Demon Blade Muramasa para o Nintendo Wii e PSVita, GrimGrimoire no PS2 e Dragon’s Crown para PlayStation 3, todos jogos 2D com belíssimas artes.
O jogo conta com inúmeras melhorias do lançamento original, como interface, redublagem, framerate, resolução e muitos outros aspectos de gameplay, no qual irei abordar com mais detalhes durante esse review. Ao ligar o jogo, somos presenteados com uma belíssima tela de título com um vocal maravilhoso.
História
A história se passa durante uma guerra entre dois poderosos povos (Aesir e Vanir) em busca de domínio e poder, envolvendo todos os personagens principais em diferentes pontos de vista ao longo do desenrolar da trama.
Os principais personagens são Gwendolyn, a Valquíria que luta ao lado de suas tropas e de seu pai Odin, Cornelius, o príncipe amaldiçoado de um reino distante, Mercedes, a princesa dos domínios das fadas e espíritos da floresta, Oswald, o espadachim preso a um destino cruel, Velvet, a bruxa da floresta com um passado misterioso e uma enorme responsabilidade.
Todas as histórias culminam no desfecho decisivo desta longa e árdua batalha. A história gira em torno de artefatos especiais chamado Psyphers, que são armas mágicas criadas a partir de jóias do mundo inferior capazes de se tornarem mais fortes com as almas de guerreiros que caíram em batalha. Cada herói é detentor de uma dessas armas, concedidas aos mesmos por obra do destino.
Gameplay
Odin Sphere é um action rpg 2D com controles fáceis de usar e difíceis de dominar.
Durante os mapas de aventura (dungeons), você vai fazer explorações simples como correr, pular, checar por passagens secretas, pegar baús, etc.
Mas a parte mais interessante na minha opinião é o sistema riquíssimo de alquimia, criação de itens que o jogo possui. Com algumas formulas que você vai encontrando durante as fases, você poderá criar uma infinidade de itens com os mais variados fins, curar, atacar, poções que elevam seus atributos, poções de exploração (como uma espécie de lanterna para iluminar ambientes escuros) ingredientes para fazer outros itens ou levar para um restaurante móvel (um outro recurso muito legal para ganhar experiencia através de pratos especiais e evoluir seu personagem com receitas que poderás entregar ao cozinheiro nas salas de Rest (safe rooms) etc…
Sobre o combate, o foco principal da melhoria gritante em comparação com a versão antiga, é o controle total que você tem no campo de batalha. Além de dispor da possibilidade de executar combos aéreos, você poderá esquivar efetivamente pressionando o R1 durante os combos ou para fugir de algum projétil que pode eventualmente chover para cima de seu personagem (coisa que não era possível na versão anterior)
Outra melhoria na batalha é a liberdade de designar atalhos para seus ataques especiais com combinações simples como pressionando o direcional na direção que desejar, combinado com o botão Circulo, agilizando o ritmo frenético das batalhas, ficando muito semelhantes aos da série Tales of da Bandai Namco.
Cada personagem tem uma grade de habilidades de ataque, magia e suporte que vão sendo habilitadas a medida do avanço do jogo, podendo estar localizadas numa sala após um desafio, ou em um cômodo secreto. Assim como as habilidades de batalha, todos eles possuem uma série de atributos passivos que podem ser evoluídos junto aos demais, enriquecendo o dinamismo e a profundidade do sentido principal de “grinding” que o jogo possui.
Interessante ressaltar que o jogo dispõe de uma seleção de dificuldade, e um New Game+, satisfazendo todos os que buscam um desafio mais hardcore ou aqueles que simplesmente querem desfrutar da historia sem se estressar muito com as batalhas.
Gráficos
Como de costume, da VanillaWare, os gráficos são maravilhosos e muito bem trabalhados. Cenários vívidos e cheio de cores, um trabalho impecável com a qualidade e a animação de todos os personagens nos mínimos detalhes. Todos desenhados a mão pelo genial Kamitami e seu grupo exemplar de colaboradores.
Textos, receitas, tutoriais, pequenos informativos de texto do jogo, todos desenhados e ilustrados com muito carinho, é visível o amor e a dedicação desses artistas em cada cantinho deste jogo maravilhoso.
A grande variedade de cenários, fundos dinâmicos, bestiário (inimigos e chefes) é de encher os olhos, e também é um grande contraste do que vemos atualmente no mercado com a grande quantidade de jogos tridimensionais. A união de execução e bom gosto muitíssimo bem aplicado, só restam elogios.
Som
Trilha sonora é um aspecto que eu gosto de comentar porque eu particularmente julgo como a alma do jogo, é o que orquestra a aventura, dita o ritmo dos eventos, meche com o jogador.
O grupo reponsável pela trilha sonora de Odin Sphere é composta de pessoas muito talentosas como Hitoshi Sakimoto, compositor de Final Fantasy Tactics, Tactics Ogre, Valkyria Chronicles e Breath of Fire V por exemplo. Masaharu Iwata, que trabalhou em jogos como Evolution World (para o Dreamcast e o Gamecube), GrimGrimoire da Vanillaware e alguns jogos derivados de anime como Bleach ou Digimon, que são poucos exemplos para a quantidade enorme destes dois principais compositores que trabalharam em Odin Sphere.
Escute a trilha sonora completa abaixo:
Cheio de temas bonitos e melancólicos, Odin Sphere é um dos jogos com um dos melhores estilos de trilhas sonoras na minha opinião, mantendo sempre uma mesma direção de composição que leva o jogador a uma imersão fantástica pelas longas horas de jogatina.
Como alguns textos mudaram, o jogo foi inteiro redublado. Eu não tenho reclamações quanto a dublagem americana, mas como é muito comum, ela deixa muito a desejar em comparação com a dublagem original em japonês.
Os melhores trabalhos de dublagem em inglês ficaram com os personagens Gwendolyn (dublado por Karen Strassman) e a Mercedes (Stephanie Sheh).
Conclusão
Para quem gosta de jogos cheio de ação e com uma tonelada de coisas para se fazer, Odin Sphere Leifthrasir é uma ótima pedida. Combates num ritmo muito bom e com um desafio balanceado, unidos a cenários maravilhosos e cheio de vida. Certamente irá agradar os fãs de Castlevania também (Metroidvania) devido as semelhanças de gameplay.
Fico muito feliz que tenham relançado esse jogo e corrigido os principais defeitos da versão anterior (que eu esqueci de mencionar, é jogável no modo clássico). Mobilidade e controle total do personagem fizeram toda diferença.
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