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Aritana and the Twin Masks – Análise

Aritana and the Twin Masks, sequência do indie de sucesso Aritana e a Pena da Harpia, chega com exclusividade temporária ao Xbox One  novamente pelas mãos da brasileira DUAIK Entretenimento.

O primeiro game contava uma história indígena através de uma aventura de plataforma 2D, enquanto o novo jogo amplia o escopo para um mundo aberto com elementos de exploração, ainda mais inspirados na cultura brasileira. O jogo contou com recursos da SPCine para o seu desenvolvimento, o que permitiu a equipe investir e arriscar mais numa mistura interessante de gêneros diferentes.

A história de Twin Masks apresenta o índio/índia Aritana em busca do cajado de Yaci, um artefato sagrado que está nas mãos do Mascarado, um vilão misterioso inspirado no Curupira, que pretende destruir YpY, a Árvore da Vida que habita o coração da floresta. Seu objetivo será purificar os gigantescos Noratos, criaturas lendárias que foram corrompidas pelo poder do cajado e sobrevoam o mundo do game. Só após purificar os quatro Noratos, você terá acesso a árvore YpY e poderá enfrentar o vilão.

Aritana 2 bebe da fonte do último The Legend of Zelda: Breath of the Wild na exploração de seus mapas, mas oferece uma jogabilidade mais voltada para a plataforma 3D com elementos que em alguns momentos lembram os universos de Mario e Sonic. A principal mecânica de jogo agora é a do arco e flecha e a nova arma é usada não somente para o combate, mas também para solucionar quebra-cabeças, usar itens e mover Aritana rapidamente pelo mapa através de um sistema de teleporte visualmente interessante e muito bem executado.

O grande destaque fica sem dúvidas na jogabilidade. Os controles fluem muito bem e os saltos do personagem são bastante precisos e intuitivos, um acerto essencial já que a progressão do mundo é inteiramente baseada na mecânica de pulos. Aritana precisa alcançar plataformas dispostas no mundo aberto com uma verticalidade impressionante.

O mundo se apresenta para o jogador na abordagem livre aos objetivos de Aritana. Basicamente você pode escolher qual Norato quer abordar primeiro, encarando o estágio e obstáculos até chegar nele. O design das fases é outro ponto forte com posicionamento de obstáculos e plataformas caprichado, resultando numa progressão muito natural através dos mapas, o que incentiva o jogador a explorar os caminhos. Aritana 2 apresenta um mundo de fantasia que não tenta ser realista em sua proposta e seus níveis envolvem a exploração de quebra-cabeças verticais com plataformas flutuando no ar em cenários de florestas, lagos, templos e cavernas.

O arco e flecha é usado não só para o deslocamento, mas também para o combate contra as tartarugas, espécies de totens guardiões que você vai encarar em alguns momentos. A mecânica de combate funciona bem e traz elementos divertidos com algumas possibilidades graças as variações de poderes das flechas especiais que você adquire ao longo da jornada. O principal defeito do game fica por conta da quantidade e também variedade de inimigos comuns. Os únicos são as tartarugas que trazem algumas variações de ataques, mas como se apresentam em poucos números acabam dando espaço para o jogador abordá-las com certa tranquilidade, deixando a dificuldade do jogo meio baixa, já que dificilmente você se encontrará cercado por diversos oponentes.

O game foi desenvolvido em Unity e roda a maior parte do tempo na faixa dos 60 quadros por segundo no Xbox One X com eventuais quedas em locais mais abertos ou com mais inimigos. O motor gráfico é o mesmo utilizado no primeiro game, mas todo o escopo do jogo é muito maior. Os gráficos não são o ponto forte e o game mostra sua beleza mais na parte artística do que técnica, mas mesmo assim algumas sacadas dos desenvolvedores impressionam, como os Noratos visíveis nos céus de longe no mapa servindo de guia para o seu próximo objetivo. Os modelos de personagens, inimigos e objetos são simples, mas como o jogo não busca um visual realista, acabam funcionando bem para proporcionar uma experiência mais cartunesca. Acredito que esse é um jogo que poderia se beneficiar do estilo cel shaded e espero que a DUAIK lance algum patch futuro com filtros para isso.

Aritana 2: The Twin Masks entrega de aproximadamente 6 horas de uma aventura diferente que mistura gêneros de exploração e aventura, com controles e level design de primeira, gráficos competentes e uma mecânica solta que coloca o jogador livre num mundo aberto divertido de descobrir. O desafio não é dos maiores, mas sempre é gratificante jogar um game brasileiro de qualidade com ideias inovadoras. Parabéns a equipe da DUAIK pela transição de sucesso da série para o 3D.

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