Não costumamos falar de filmes aqui no vgBR mas quando os assuntos se convergem como é o caso de Assassin’s Creed: O Filme, nos sentimos na obrigação de falar a respeito.
Então, a convite da Ubisoft Brasil fomos na cabine de imprensa do filme de Assassin’s Creed para dizer se você que é fã dos jogos tem o filme que merece.
Ah e relaxa que não há nenhum SPOILER na matéria!
Assassin’s Creed é uma das franquias mais conhecidas dos games modernos. Mas com lançamentos anuais e problemas de qualidade em Assassin’s Creed Unity a marca vem mostrando sinais de desgaste. Assassin’s Creed Syndicate comprovou isso e mesmo sendo um jogo interessante, sofreu em vendas devido ao receio dos consumidores por conta dos problemas de Unity.
Então de forma inteligente a Ubisoft decidiu dar pausas maiores entre as produções dos jogos e se aventurar em conjunto com a 20th Century Fox no cinema, visando aproveitar a marca e lançar algo esse ano.
E ao contrário da maior parte das produções cinematográficas ligadas a games, Assassin’s Creed contou com orçamento de 125 milhões e 3 grandes atores, Michael Fassbender, Jeremy Irons e Marion Cotillard.
Bem, com 3 atores oscarizados e com um bom dinheiro investido podemos esperar um filmaço, correto?
Jogos são bem diferentes de filmes. A jogabilidade te traz uma aproximação maior e talvez por isso a historia fique em segundo plano se o jogo for divertido de jogar. Mas o que você faz com um filme que não tem interação do espectador? Se a historia é fraca não existe salvação, e infelizmente esse é o caso desse Assassin’s Creed. A historia é confusa e a edição é cansativa e repetitiva.
Em jogos somos obrigados a aceitar o “loading” ou tempo de carregamento entre uma fase e outra. O filme consegue emular isso colocando um sobrevoo de uma águia toda santa vez que Callum Lynch (Michael Fassbender) entra no Animus, que aqui tem o visual diferente com uma espécie de braço robótico e projetores que fazem com que a pessoa sincronizada repita os movimentos de seu ancestral (um conceito bem mais interessante que o jogo). Só que toda hora se interrompe a ação para mostrar a máquina funcionando.
Ao contrário dos jogos a proporção aqui de tempo no presente é muito maior, muitos diálogos explicativos que tratam o espectador como burro. A todo momento temos a Dra. Sophia Rikkin (Marion Cotillard) explicando algo de maneira lenta e ainda por cima temos o diretor da Abstergo Alan Rikkin (Jeremy Irons) obcecado por algo que nem mesmo ele entende o que é.
As cenas de ação são boas, mas a parte de furtividade dos jogos foi completamente esquecida. Aqui os assassinos são mais diretos, lutando contra diversos inimigos e andando menos pelas sombra.
Há grandes cenas de parkour e alguns combates com a icônica hidden-blade e elas divertem bastante, mas faltou aquele assassinato perfeito que acaba com o assassino se misturando na multidão. Quantas vezes você fez isso nos jogos?
Além disso faltou algo para mostrar a estrutura da ordem dos Assassinos. Perderam a oportunidade de explicar mais sobre essa organização milenar.
Fico triste que mesmo com a ajuda da Ubisoft faltou ao diretor Justin Kurzel jogar mais os jogos, e entender que Assassin’s Creed se passa mais no passado do que no presente.