Ícone do siteÍcone do site vgBR

DOOM Eternal – Análise

Desenvolvido pela id Software e publicado pela Bethesda Softworks, DOOM Eternal chega arrebentando. Sempre tive um carinho imenso pela franquia, jogava DOOM e DOOM 2 praticamente todos os dias no meu 486 DX2 100 guerreiro, não entendendo como conseguiram programar para ficar liso daquele jeito em uma máquina fraca até para os padrões de 1994.

Tive oportunidade de jogar um pouco do Final DOOM no PlayStation e depois disso achei que a série tinha sido deixada de lado, ainda mais depois do alvoroço que foi o lançamento de Quake em 1996. Fiquei novamente intrigado em ver que o novo jogo da id Software conseguia rodar de forma satisfatória naquele mesmo 486 DX2 100, mas como isso era possível? Quake já era um jogo totalmente poligonal, até os inimigos não eram mais aqueles sprites estourados vistos em outros FPS da época, de fato muito impressionante.

Os anos se passaram e diversos outros jogos da id chegaram ao mercado; como Quake II, que pude jogar no Nintendo 64; o fantástico Quake 3 Arena, que trouxe multi-player online de qualidade no Dreamcast, mesmo com internet discada! Com certeza foram bons tempos, entretanto a saudade de um novo DOOM ainda pairava no mundo dos jogos.

Eis que em 2016 a id Software em conjunto com a Bethesda Softworks lança o fantástico DOOM, sim, apenas DOOM. O jogo veio como um arrasa-quarteirões, ganhando diversos prêmios em várias publicações pelo mundo e na vgBR recebeu a nota máxima, um belo de um 10. DOOM revitalizou o gênero, focando 100% no gameplay e rodando em uma engine chamada fantástica chamada id Tech 6, que permitia belos gráficos com um desempenho incrível.

4 anos foi o tempo que a id Software teve para desenvolver a sequência de um jogo quase perfeito, o padrão foi elevado às alturas em 2016 e agora com o novíssimo DOOM Eternal, será que os magos do FPS conseguiram fazer milagre? É o que veremos nessa análise!

INFERNO NA TERRA

Quem se importa para história em DOOM? Sendo um jogo da nossa época atual, é quase que obrigação que todos os jogos, até futebol, tenham algum tipo de história. DOOM Eternal se passa 8 meses após os eventos de DOOM. Houve uma invasão demoníaca que conquistou 60% da Terra e cabe a você, o Doom Slayer, salvar a humanidade, embarcando numa missão quase-suicida para destruir todos os sacerdotes do inferno.

É isso que você precisa saber e ao longo do jogo você fará parte de diversos eventos que irão culminar no embate final, seja ele decisivo ou não, não cabe a mim lhe dizer isso, portanto pegue suas armas e aniquile tudo que ver pela frente. DOOM é isso!

O MEDO É SUPERESTIMADO

Antes de falar da nova engine usada em DOOM Eternal, gostaria de enfatizar que a versão dessa análise é a de Xbox One S. Quando você tiver a oportunidade de ver essa delícia de jogo rodando na sua frente, é capaz de não conseguir mais desgrudar os olhos da TV. Eu tinha quase certeza que id Tech 7(a tal nova engine) não seria tão otimizada para a versão básica dos consoles dessa geração.

Me enganei tão lindo que deu até gosto. Rodando a 60 quadros por segundo em 99,99% do tempo, novamente fico impressionado com o que os programadores da id Software fizeram aqui. Até em sua versão mais simples, o jogo é lindo, fluente, com efeitos de luz impressionantes e uma direção artística que mais parece que os artistas foram realmente pro inferno e voltaram. Diferente do DOOM anterior, DOOM Eternal conta com cenários bem diferentes um do outro, puxando tudo que é tipo de cor predominante e mesmo assim mantendo sua identidade.

Por mais frenético que a ação seja, é impossível não parar para apreciar os cenários e ainda se dar conta de que está rodando com esse desempenho monstruoso. Não somente os cenários são fantásticos, mas novamente temos inimigos com visuais fascinantes. Isso é de praxe da série, afinal quem não lembra de Cacodemon ou mesmo do gigante Cyberdemon que fez das nossas infâncias um pesadelo? Pois bem, eles estão de volta e adivinha, muito mais aterrorizantes. O cuidado que a equipe teve com o bestiário ou compêndio demoníaco como preferir, é digna de aplausos, cada demônio possui uma gama de ataques super extenso e sempre com animações exageradas, ajudando o jogador a prever seus movimentos, colaborando com a ação.

Se os inimigos normais já são uma loucura, espere até ver o visual dos chefes, prefiro até nem falar muito para não entrar em spoiler, porém deixarei um nome que só de lembrar já fico tenso, o tal do Marauder… bicho, esse carinha é o diabo!

CYBERNETIC

Uma das músicas que nunca saíram da minha cabeça é a At the Hell’s Gate, a faixa da primeira fase do DOOM original. Ela marcou a minha infância como jogador, cheguei a usar ela até em trabalhos da escola e não somente ela, mas toda a trilha sonora de DOOM ficou marcado na minha memória. Já na época da internet eu re-descobri essa trilha ao som de outros chips sonoros de outras plataformas que rodaram DOOM em algum momento(e não são poucas), era demais ouvir aquelas músicas de forma quase que remixada.

A id Software pelo visto também possuía em seu time alguns magos do som também, pois não somente a trilha era incrível(ainda é!) como os efeitos sonoros eram avançados para sua época, posso estar enganado, mas vividamente recordo de ouvir, através das minhas caixinhas de som multimídia(estou velho), o som das bolas de fogo conjuradas pelo demônio Imp passarem pelo meu lado como se eu estivesse lá, algo como um som 3D simulado… uma loucura, loucura que pelo visto justificou o investimento na Sound Blaster.

Mesmo possuindo músicas excelentes, DOOM ainda reproduzia uma trilha sonora sintetizada, ou seja, todo aquele heavy-metal eletrônico sonhava com instrumentos reais. Eis que em 2016, a id Software contrata Mick Gordon, um compositor australiano, para compôr a trilha sonora da volta de DOOM. Apesar de pouco familiarizado com o trabalho do cara, eu fiquei bem empolgado com suas faixas nesse jogo, combinaram demais com a essência da série e ajudou a fuzilar demônios com mais vigor.

Ouso dizer que lido com uma opinião não-popular, por mais que tenha curtido o trabalho de Mick, não achei a trilha como um todo aquela cocada toda não. Na época ela foi super elogiada e de fato, é boa sim, mas conforme ia jogando, parecia que a criatividade do compositor ficava mais e mais enfraquecida, como se tivesse focado completamente no começo da obra. A “cereja do bolo” foi a horrível música de créditos, que detonou aquela divertida sequência.

Falando em sequência… Mick está de volta e infelizmente a trilha sonora de DOOM Eternal, na minha opinião, é bem fraca. O heavy-metal retorna em toda sua glória, porém com uma pegada bem mais pesada e um trabalho melódico que deixa a desejar. Ao contrário do DOOM anterior, aqui Mick vai melhorando com o tempo, até penso que em certo momento seu brilhantismo irá dar o ar de sua graça, mas necas. Para quem for escutar a trilha, minha música favorita de todo o jogo é a Fear is Overrated.

Indo da água pro vinho, temos aqui os efeitos sonoros. Preciso falar alguma coisa? Simplesmente perfeitos, eles são a “música” que o jogador precisa para encarar o diabo de perto, o som das armas ecoa durante as lutas e a serra-elétrica fez com que eu quisesse extrair aquele efeito sonoro para colocar como despertador!

A ÚNICA COISA QUE ELES TEMEM É VOCÊ

DOOM Eternal é só o melhor jogo de tiro em primeira-pessoa que já joguei em toda minha vida. Eles conseguiram melhorar o que eu achava que era impossível, sabe aquele controle maravilhoso do DOOM(2016)? Aqui está muito melhor, mais responsivo, mais preciso, mais gostoso, a perfeição na terra.

Nunca joguei algo na minha vida que me fez ficar sem piscar por minutos, aqui você precisa encarnar o Doom Slayer quase que literalmente, não dá para moscar, não dá para respirar, você tem que se mexer senão o fim chegará. Apesar de ainda ter bastante elementos de exploração, com vários segredos para encontrar, aqui o bagulho é mais embaixo. Durante a campanha eu joguei na dificuldade normal e mesmo não sendo um profissional do gênero, tenho em meu “currículo” jogos bem cabeludos, mas nada até hoje foi como DOOM Eternal.

O design de fases é algo que só os caras da id Software poderiam bolar mesmo, não existe um cenário de combate onde as coisas não façam sentido, tudo que existe de obstáculo está lá por algum motivo, seja para lhe dar uma vantagem ou para ajudar os malditos demônios a furarem sua caveira. Não poderia deixar de falar sobre os Glory Kills, que são aquelas janelas de oportunidade para um ataque fulminante que foi criado no DOOM anterior, elas voltaram com tudo nesse jogo e estão ainda mais divertidas, não somente pelo fato dos inimigos deixarem espólios no chão, mas pelo próprio visual que faz com que o sangue derramado tenha gosto de vitória.

Esse tá sendo uma das análises mais difíceis que já fiz pois estou desesperado para jogar DOOM Eternal novamente em outras dificuldades ou mesmo retornar em missões para pegar alguns segredos que deixei batido. Se você tem algum apreço pelo gênero, pode ter certeza que você vai viciar e para largar só quando faltar a luz, é um jogo simplesmente fantástico.

Além de ter uma longevidade bacana, a empresa desenvolvedora prometeu diversos conteúdos gratuitos nos próximos meses e também algumas expansões em formato de DLC que com certeza absoluta irei pôr minhas mãos nele. Falando em longevidade, o jogo conta também com um modo multiplayer bem maluco, onde coloca numa arena um Slayer e dois demônios, todos controlados por jogadores. Não cheguei a fazer muitas partidas, mas as que participei me diverti bastante, principalmente quando controlei um demônio gordo lento que tacava fogo na galera. É um extra bacana para quem curte multiplayer, apesar de que eu pessoalmente vejo DOOM como uma experiência para um jogador mesmo.

DOOM IS ETERNAL

Id Software, você topou uma missão impossível, foi com tudo e voltou dela sem arranhões. DOOM Eternal é uma obra de arte, o ápice do gênero, um produto emblemático. Eu consigo imaginar muitas coisas no futuro, mas sinceramente não consigo pensar em como a id Software poderá melhorar em uma sequência. Dica: eles vão conseguir.

[joomdev-wpc-pros-cons disable_title=”yes” wpc_style=”wppc-view3″ title_tag=”H3″ title=”Title Here” pros_title=”Pontos Positivos” cons_title=”Pontos Negativos” button_text=”Get it now” disable_button=”yes” button_link=”” button_link_target=”_SELF” button_rel_attr=”dofollow”][joomdev-wpc-pros]

[/joomdev-wpc-pros][joomdev-wpc-cons]

[/joomdev-wpc-cons][/joomdev-wpc-pros-cons]

Sair da versão mobile