Fairy Tail 2 começa perto do final do mangá/anime, especificamente no arco do Império Alvarez. A história segue a guilda Fairy Tail, um grupo de magos que já se meteram em incontáveis confusões, enfrentando desde bandidos até semideuses. Sua última e maior aventura reúne toda a guilda contra as forças do Império Alvarez, governado pelo maligno Imperador Zeref e seus poderosos generais, os Spriggan 12. Cabe aos heróis da Fairy Tail impedir Zeref antes que o mundo inteiro caia sob seu domínio maligno.
Fairy Tail 2 é um jogo para fãs do mangá e do anime. O jogo começa tão tarde no arco da história que, se você não conhece os personagens e as razões de suas aventuras, ficará completamente perdido. Há alguns trechos que resumem informações importantes sobre personagens, termos e eventos da trama, mas Fairy Tail é peculiar o suficiente para que não dê para entrar de cabeça sem contexto. Isso não é necessariamente um defeito, mas o jogo não é uma obra independente, como outros tie-ins, tipo Sandland. Este título é apenas para fãs. Como não sou uma grande fã de Fairy Tail, é difícil para mim dizer o quão atrativo o fan service é, mas o jogo tenta dar destaque a cada personagem. No entanto, como uma iniciante na série, fiquei confuso quando personagens apareciam, desapareciam, pareciam morrer e depois voltavam à vida. Tudo faria mais sentido com o contexto completo.
O sistema de combate principal em Fairy Tail parece uma evolução do sistema de Atelier Ryza, sendo feito pelo mesmo estúdio inclusive. Você tem um grupo de três personagens, mas controla diretamente apenas um. O combate ocorre em tempo semi-real. Você não pode se mover ou atacar livremente e precisa esperar que a barra de ação do personagem encha, no estilo clássico de ATB, mas todas as ações acontecem em tempo real. O personagem que você controla pode atacar, mas há um número limitado de ataques por turno. Enquanto atacam, eles acumulam pontos especiais que podem ser gastos em movimentos especiais. Cada movimento especial tem um custo específico, que aumenta em um ponto a cada uso no mesmo turno, mas é redefinido no final do turno.
Os movimentos especiais variam bastante. Quase todos têm um elemento associado. Além disso, alguns são ataques em área (AoE), outros são de alvo único, alguns causam dano contínuo (DoT), outros concedem buffs, debuffs, cura, roubo de vida e muito mais. Movimentos mais poderosos geralmente custam mais pontos, mas compensam com maior impacto. Cada personagem pode equipar até seis habilidades diferentes por vez, e novas habilidades são desbloqueadas conforme o jogo avança, permitindo combinações variadas.
Há também ataques em equipe e combos. Certos inimigos fortes possuem o agora padrão “medidor de quebra” em RPGs. Alguns ataques reduzem melhor esse medidor, enquanto outros causam mais dano à vida. Ao esgotar o medidor, você pode ativar um ataque em equipe com seus aliados. Esses ataques não só causam dano, mas também têm benefícios especiais, como incendiar inimigos ou recuperar SP do grupo. Isso também aumenta o ranking da guilda, permitindo combos mais longos e, eventualmente, desbloqueando superataques ou formas despertadas. Quando um inimigo está totalmente “quebrado”, ele fica vulnerável a danos extras, permitindo um alto volume de ataques.
Se tivesse que comparar o combate de Fairy Tail com outro título, seria menos um RPG padrão e mais algo como Dynasty Warriors. Você entra em batalhas gigantescas, encadeia combos e desencadeia ataques ainda maiores, que podem se conectar em ataques ainda mais devastadores. No final, você provavelmente terá eliminado dezenas de inimigos em uma única luta, com outra batalha quase tão grande logo em seguida. Há uma grande ênfase na troca entre ataques em área contra enxames de inimigos e combos de alvo único contra generais e chefes.
O resultado é um sistema de combate que se aproxima mais de um Warriors RPG do que dos RPGs da própria franquia Warriors. É chamativo, focado em apertar botões e frequentemente dá a sensação de pura fantasia de poder enquanto você lança ondas de fogo, ativa transformações heroicas, combina ataques e muito mais. É divertido desligar o cérebro e assistir aos números subirem. Não posso dizer que tem profundidade estratégica, mas oferece muitas opções de personalização.
Há falhas, mas elas são esperadas de um tie-in de anime. Por exemplo, o elenco é gigantesco. Entre lutadores e personagens de suporte, há uma quantidade esmagadora de opções. No entanto, isso também significa que eles tendem a ser definidos mais por seus elementos e estilo visual do que por suas mecânicas de jogo. Não é um jogo difícil, então o apelo está em ver animações legais enquanto você elimina exércitos. Não é um jogo que eu compraria apenas pelo sistema de combate, mas ele cumpre o papel de permitir que você jogue com seu personagem favorito.
Fora do combate, Fairy Tail 2 é um pouco limitado. Há um mundo relativamente aberto para explorar, mas grande parte da exploração envolve ir de um ponto a outro para coletar itens ou equipamentos. O objetivo é criar habilidades mais fortes para acessar áreas mais perigosas. O grande atrativo na exploração está na variedade de interações entre personagens e subtramas; os membros da guilda Fairy Tail frequentemente interagem de maneiras engraçadas ou absurdas. Há algumas tramas novas que não estão no mangá ou anime, adicionando cenários mais detalhados para os vários membros do elenco.
Fairy Tail 2 é visualmente impressionante, com muitas animações estilosas e vivas, além de uma grande variedade de modelos de personagens. Quase todos os ataques parecem incríveis, e houve muito esforço para fazer o jogo parecer o anime. Da mesma forma, a maioria dos dubladores japoneses retorna para dar vida aos personagens, e fica claro que eles têm bastante experiência com esses papéis. Embora o jogo não tenha um orçamento tão alto quanto outros RPGs modernos, a equipe de desenvolvimento soube onde investir para agradar aos fãs da série.
Para quem tiver curiosidade, aqui está a análise do primeiro jogo.
VEREDITO
Fairy Tail 2 parece ser um RPG perfeitamente agradável para os fãs da franquia. Não reinventa a roda e depende fortemente de fan service, mas, se o que você quer é jogar um RPG com seu elenco favorito, ele cumpre sua função. O estilo exagerado do combate mantém as coisas interessantes em uma experiência que, de outra forma, seria um jogo genérico de apertar botões, e há mecânicas de RPG suficientes para satisfazer quem gosta de customizar personagens. Não é um jogo para quem não conhece a série, mas os fãs de Fairy Tail ficarão bastante satisfeitos com a experiência.