Ícone do siteÍcone do site vgBR

Hyrule Warriors: Age of Imprisonment

Há quase 5 anos o Nintendo Switch recebia um novo jogo da série Hyrule Warriors(série que começou no Wii U, desenvolvida pela Koei Tecmo) chamada Hyrule Warriors: Age of Calamity. Diferente do HW original, AoC buscou trazer uma aventura mais pautada na história de Zelda, no caso Breath of the Wild do que apenas um “musou” lotado de fanservice.

Eu adorei o jogo, joguei quase 100 horas dele e você pode conferir o review nesse link caso tenha interesse, porém na ocasião foi outro colaborador que escreveu o texto. Confesso que eu não botava muita fé que iriam fazer um novo Hyrule Warriors baseado nessa saga de Zelda(BOTW e TOTK), porém para a alegria de alguns, aqui temos Age of Imprisonment, nome bem complicado de pronunciar por sinal.

História

O jogo se passa em uma Hyrule de um passado bem distante, contando o que aconteceu com a Zelda logo após os eventos do comecinho de Tears of the Kingdom, lembra quando ela se separa de Link? Então. A princesa de Hyrule acaba acordando em um lugar familiar, porém ao mesmo tempo desconhecido. Ela é acordada por ninguém menos do que o rei e a rainha daquele reino, Rauru e Sonia respectivamente. Zelda, sem saber direito o que tá acontecendo, decide se aliar a Rauru(sem muita escolha, né?) e tentar buscar um jeito de voltar para sua era.

A galerinha está pronta pra destruir o mal.

Claro que Ganondorf vai aparecer em algum momento pra ferrar tudo e a história acaba se desenrolando quando a guerra é finalmente instaurada. Não pretendo falar muito de detalhes dos acontecimentos pois iria estragar um dos aspectos mais surpreendentes do jogo que é a narrativa. Apesar de ter curtido a trama de AoC, eu não imaginava que em AoI a coisa seria tão bem feita. Não somente o texto é super bem escrito, como os valores de produção nas animações deixa a experiência ainda mais imersiva.

O jogo conta com momentos mais tranquilos também.

Algo bem bacana sobre as animações é que elas são visualmente idênticas ao que vimos em TOTK, dando a impressão de que estamos diante de uma expansão e não de um spin-off, o trabalho de consistência é simplesmente fenomenal. Vale até mencionar que algumas das cenas de memórias do TOTK foram trazidas pra cá(como a do Rauru dando golpe do Tenshinhan nos Moldugas) e em grande parte expandidas, dando uma alegria inesperada para fãs de Tears of the Kingdom como esse que vos escreve. Um ponto levemente negativo é em relação a quantidade delas no começo, é uma atrás da outra e quem não estiver muito investido naquele mundo ou mesmo tá sem paciência, pode acabar querendo pular as animações… algo que eu não recomendo!

Por fim da pra dizer que a história cumpre seu papel de trazer cenas emocionantes para um jogo da série Zelda tão diferente como esse, valeu muito a pena o investimento que o time de desenvolvimento trouxe para os jogadores.

Gameplay

O ponto mais forte do jogo é disparado seu gameplay delicioso. Em Age of Imprisonment temos uma versão MUITO expandida do Age of Calamity; tendo muito mais personagens jogáveis, mais alternativas de combate, mais variação de jogabilidade e uma quantidade de extras até dizer chega. A pergunta que mais eu ouço sobre esse jogo é a mesma pra qualquer “musou”, “Será que esse jogo é pra mim?” e eu francamente não tenho como cravar uma resposta definitiva, porém estamos diante de um dos jogos desse gênero mais acessíveis de todos.

Não tem como ver uma cena como essa e não querer jogar esse jogaço!

Uma das escolhas mais acertivas dos desenvolvedores foi de fazer um tutorial super bem explicado e mastigadinho para entender todas as nuances desse jogo que, parece simples, porém pode ser bem complexo caso o deseje. Basicamente nós controlamos um personagem de cada vez em um cenário que mais parece uma dungeon de RPG ou então um baita descampado. Os objetivos costumam ser bem diretos como “mate todo mundo” ou “salve o cavaleiro do perigo”, essas coisas. Para poder realizar essas missões nós precisamos derrotar uma quantidade bem expressiva de inimigos, desferindo ataques variaddos e vendo aqueles monstros voando de tanto apanhar.

Se tiver um amigo, experimente jogar em dupla!

Para não ficar repetitivo o jogo traz diversos elementos de combate que requer atenção do jogador quanto a posicionamento e fraquezas dos inimigos. Vou exemplificar pra ficar mais fácil, quem jogou Tears of the Kingdom está ciente dos Zonai Devices que são basicamente máquinas movidas a bateria que fornecem diversas utilidades como um ventilador que pode criar um sistema de propulsão, bombas temporizadas, foguetes e mais uma porrada que não cabe ficar listando aqui. O que acontece em AoI é que muitos desses itens foi adaptado para a jogabilidade do jogo e dá para fazer uma infinidade de coisas divertidas usando eles. Logo no comecinho somos introduzidos ao lança-chamas que dá uma torradinha legal na galera e se você tacar um ventilador logo depois do fogo(ou vice-versa) irás criar um tornado flamejante que irá aniquilar tudo ao seu redor.

Coisas como essa somadas a golpes combinados, contra-ataques, esquivas perfeitas com direito ao Flurry Rush e muito mais fazem desse título um dos jogos mais divertidos do ano sem exageros. Os controles são perfeitos e responsivos, algo essencial numa aventura frenética como essa, só recomendo dar uma mexidinha nos controles de câmera pois alguns automatismos não funcionam bem, desative tudo e coloque câmera manual, confia.

Os Sync Attacks são um deleite visual, saca só essa.

Fora dos combates temos toda a parte de preparação para ele e tudo isso se desenrola no mapa de Hyrule como visto nos jogos da série principal. Nele acessamos as missões, quests, lojas, centros de treinamento e por aí vai. Apesar da parte mais “passiva” do jogo como equipamentos não ter uma profundidade de alguns outros jogos “musou”, o que temos aqui é um sistema bem funcional e objetivo, respeitando o tempo do jogador. Ah, vale lembrar que o jogo também pode ser jogado em 2 jogadores, modo que eu não tive oportunidade de testar, porém é evidente que a diversão será dobrada.

Parte técnica

O jogo roda a 60 FPS cravados. Sim, eu quis começar essa parte da análise já ditando o ponto mais importante das tecnicalidades. Se Age of Calamity já era divertido mesmo rodando mal e porcamente no Switch 1(mal chegava a 30 quadros), imagina esse agora em toda sua gloria de performance. Sério amigos, é transformador em um jogo como esse ter essa sensação de que tudo está ultra-rápido, uma pena que a Nintendo não soltou um patch de melhorias pro AoC. Já a parte gráfica em si é bem parecida com o anterior e, como mencionei na parte das animações, o foco aqui foi na fidelidade com o título pelo qual foi inspirado e eles conseguiram perfeitamente.

Nada como um passeio pelo bosque.

Joguei 90% do tempo com o Switch 2 na dock e estranhamente achei a resolução mais baixa conectado na TV do que em modo portátil, talvez seja alguma configuração da televisão que deixou o visual mais serrilhado, acho que essa foi a primeira vez na história dos consoles Switch que vejo isso. Lembrando que nada disso atrapalha a diversão, é só uma observação para os mais entusiastas.

Apesar de ter já falado das animações, esqueci de dizer que elas são todas(ou a maioria) vídeos pré-gravados, o que justifica o tamanho do arquivo de instalação que é enorme. Eu acho que eles deveriam ter tentado fazer tudo em tempo-real, não vi nada de muito incrível no visual das cenas que não pudesse ser reproduzido pelo próprio console. As vantagens disso seria um arquivo menor e uma imagem mais nítida, visto que não teria que lidar com artefatos de compressão.

As melhores! Qia e Zelda.

Agora a parte sonora… como em AoC ou mesmo nos títulos principais, eu achei as músicas bem fraquinhas. Eu sei que tem muitos fãs da trilha de BOTW ou mesmo TOTK, porém eu não sou uma delas, não joguem pedras. O que me deixou mais decepcionado é que a trilha foi feita pelo estúdio MONACA, do lendário compositor Keiichi Okabe da série NieR, série que é conhecida mais pela música do que pelo próprio jogo e os caras me entregam algo fajuto como esse. Ainda bem que música é algo completamente subjetivo e vocês podem acabar curtindo, entretanto essa é a minha análise e música tem um peso bem importante em minhas análises.

Pelo menos a dublagem e os efeitos sonoros são muito bons, dando um “up” na parte sonora do título. A dubladora da Zelda é muito maravilhosa, com uma personalidade forte e que combina demais com a personagem em questão.

Veredito

Hyrule Warriors: Age of Imprisonment é mais um título forte exclusivo para o Switch 2 que trás uma história cativante, jogabilidade deliciosa, conteúdo até dizer chega e, apesar de derrapar na parte musical, eu não teria como recomendar mais. Eu só acho que a Nintendo deveria lançar uma demo bem bacana para que as pessoas pudessem entender melhor do que se trata um “musou” tão caprichadinho como esse e tirar suas próprias conclusões.

Sair da versão mobile