Análise – Sherlock Holmes: The Devil’s Daughter
Sherlock Holmes: The Devil’s Daughter é o oitavo jogo da série The Adventures of Sherlock Holmes.
Desenvolvido pela Frogwares e sucessor de Crimes & Punishments, o game está melhor que o antecessor em praticamente todos os aspectos, o que é um grande presente para os fãs da série e para os que gostam de jogos do gênero Aventura “Point-and-Click” recheados de Quick Time Events (QTE’s).
A história se passa antes de Crimes & Punishments, e isso se torna bastante claro logo de início pois você estará na pele de um Sherlock Holmes bem mais jovem. O arco principal que conta a história misteriosa da filha do detetive.
Logo de início você se surpreenderá ao notar que tem mais liberdade para explorar as ruas da Londres Vitoriana. Agora Holmes pode entrar em prédios, participar de perseguições e fugir de inimigos, coisa que não era possível antes, onde você ficava com a ação bem mais limitada ao cenário onde se encontrava, não podendo atravessar os limites do mesmo.
Existem muitas outras diferenças entre Devil’s Daughter e o anterior Crimes & Punishments, e a que mais se destaca, de longe é a melhoria gráfica e técnica do jogo.
Disponível para PC, Xbox One e PS4, embora não seja um jogo de grande orçamento como os “AAA” do mercado, Devil’s Daughter é bastante competente no que se propõe, com gráficos competentes, bons modelos e texturas bem trabalhadas.
A maior crítica ao título no entanto fica na falta de um maior polimento, principalmente no aspecto técnico. Infelizmente vários dos problemas do jogo anterior retornam com Devil’s Daughter. Algumas animações parecem forçadas ou não naturais e os carregamentos são realmente demorados em alguns momentos, algo que acaba atrapalhando a imersão no geral.
Para suavizar os loadings extensos a Frogwares trouxe uma solução inteligente. Assim como no jogo anterior você pode consultar dados relevantes ao caso e combinar as deduções para continuar a dar forma ao caso atual (a menos que você escolha pela tela de loading estática nas opções, ai terá que ficar assistindo as telas diversas vezes sem poder interagir, então faça um favor a si mesmo, e deixe Holmes andar de Cabriolé pela cidade).
Mas mesmo os defeitos não apagam o brilho do jogo. A narrativa e a forma como ele conduz o jogador na pele do famoso detetive em casos complicados é o destaque do game. A melhoria das mecânicas presentes no jogo anterior e das novas mecânicas de jogo com certeza são um atrativo nesse aspecto.
Agora, além de poder interagir de forma mais ativa nos eventos (brigas, puzzles e um singelo jogo de Bocha por exemplo). Embora não seja um jogo Open World (Mundo Aberto) essa liberdade abre novas possibilidades para um jogo investigativo.
Holmes conta com novas possibilidades de investigação, como a de escutar conversas, a reformulação da análise de perfil dos personagens (agora com limite de tempo, dependendo do modo de jogo que você escolher) entre outras coisas bem bacanas, trouxeram mais desafio ao jogo.
Ainda na jogabilidade, em diversos casos você poderá tomar controle de Watson e outros personagens para ajuda-lo, ou então pedir ajuda a outros como o jovem Wiggins. Um caso em particular chama bastante atenção, pois o detetive terá que simular um exorcismo, adequadamente vestido de pastor, para conseguir a confiança de uma senhora e coletar mais evidencias para o caso em andamento.
Mas nem tudo são flores e o game peca em alguns momentos quando literalmente te joga em um puzzle sem qualquer tipo de aviso, dificultando a resolução dos mesmos de maneira desnecessária. Fatalmente em um momento ou outro você deixará a lógica de lado e irá preferir a tentativa e erro, o que pode se tornar massante (sem falar que você tem a opção de pular puzzles, um tipo de opção que eu particularmente acho negativa em jogos desse tipo).
As investigações assim como no jogo anterior, podem seguir vários rumos. Portanto cuidado com as deduções erradas pois elas podem te levar a prender um inocente ou mesmo a pessoa errada (todo mundo é inocente até que se prove a culpa, mesmo aquele conhecido contraventor).
Se você prender um inocente terá um caso resolvido da forma errada e isso pode influenciar de forma negativa o arco principal, já que todos os casos estão ligados de alguma forma. A escolha moral dos casos não tem tanta influencia, pois o que conta é a resolução, independente se o suspeito for preso ou se você escolher deixá-lo livre.
Apesar de ter uma história e enredo inferior a do jogo anterior, Devil’s Daughter é um jogo bem único no estilo e vale a pena.
Se você gosta de exploração, investigação e muitos mistérios, ou simplesmente gosta de jogos do gênero, vai se divertir bastante com o novo capítulo das aventuras do detetive de Arthur Conan Doyle.
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