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Sword Art Online: Fatal Bullet – Análise

Sempre que controlamos algum personagem em um jogo de videogame nós estamos simplesmente recriando suas aventuras usando nossa liberdade, já em Sword Art Online Fatal Bullet temos um cenário um pouco diferente. O game está disponível para Xbox One, PS4 e PC na Steam e nele nós controlamos as ações de um jogador de VRMMO (terminologia do jogo) que por sua vez dá vida a um avatar nesse estranho universo de GalGun Online.

Esse conceito já não é novidade para quem conhece a série .hack que surgiu no começo dos anos 2000 e pode parecer esquisito visto que vivenciamos apenas uma parte da vida do jogador, quando ele está dentro do universo virtual.

O jogo é um misto de tiro em terceira pessoa sem cover com RPG, uma mistura que na minha opinião deu bem certo. Quem conhece a série Destiny ou mesmo Phantasy Star Online já tem ideia do que esperar aqui. Semelhanças à parte, Fatal Bullet tem sua identidade própria e se provou um jogo bem competente, pelo menos no que se propõe.

HISTÓRIA

Se tem um ponto que Fatal Bullet não merece destaque é na sua história. Logo no começo somos introduzidos a um desafio em GalGun Online que promete dar um item super raro para quem completá-lo. Depois de muita exposição e tutoriais, nós conseguimos terminar o desafio e descobrimos que o tal item nada mais é que uma inteligência artificial chamada ArFa Type X, que é basicamente uma personagem que te chama de mestre e vai estar contigo o jogo todo.

Depois desses acontecimentos nós somos introduzidos a Kirito (personagem principal de Sword Art Online) e sua galera que de forma bem suspeita nos trata como se fossemos amigos de longa data, bem esquisito. Apesar de ser um jogo meio curto, pouca coisa significativa acontece e só perto dos finalmentes que temos uma grande revelação. Até lá vai acontecer um monte de baboseira e conversas inúteis, salvo algumas partes onde os personagens falam mais sobre suas vidas no mundo real. Sempre gostei quando isso acontecia.

GAMEPLAY

Melhor parte de Fatal Bullet está no jogo propriamente dito. As mecânicas de tiro em terceira-pessoa ficaram muito bem implementadas e apesar de não possuir um sistema de cover que já é característico de jogos desse gênero, é possível sim aplicar estratégias para se defender de forma eficiente.

Existem muitos tipos de armas e cada uma delas permite equipar habilidades únicas, dando uma certa dinâmica e incentivando o jogador a experimentar. Comecei com uma handgun, um par delas para falar a verdade, mas logo já mudei para um assault rifle junto de uma espada de luz, fazendo com que pudesse ter vantagens de perto e à distância. Sim, você não leu errado, temos espadas aqui e quando ficar sem munição a sua espada de luz será uma aliada de peso!

O jogo conta com uma cidade onde fazemos toda a parte fora do combate, como conversar com NPCs, pegar quests variadas, ativar eventos especiais ou mesmo ir para os modos online. Essa cidade pode parecer meio confusa no começo e senti falta de alguns marcadores mais específicos, mas isso é apenas um detalhe e no geral ela cumpre seu papel.

Fora dela é onde o bicho pega mesmo pois temos que atravessar áreas enormes cheias de inimigos até chegar no destino, podendo ele ser um inimigo específico nessas áreas ou mesmo em dungeons. Fatal Bullet proporciona lutas intensas com inimigos atirando de todos os lados possíveis. O segredo aqui é prestar atenção nos sistemas de evolução e customização de armas antes de enfrentar inimigos mais fortes pois com certeza vais morrer em dois ou três tiros. Por sorte a mobilidade oferecida é excelente e existem habilidades que nos permite correr mais rápido ou mesmo dar esquivas mais eficientes, porém o recurso mais interessante mesmo é um item que é dado pela nossa querida amiga ArFa, uma espécie de gancho laser que permite mirar num ponto qualquer e ser puxado naquela direção, permitindo alcançar áreas aparentemente inalcançáveis.

Esse item também pode ser usado contra inimigos, tanto para dar dano quanto roubar itens, apesar de que usei ele mais para fugir dos tiroteios mesmo! É divertido demais lutar nesse jogo e com certeza foi o motivo que me manteve preso nele por tanto tempo e apesar da dificuldade alta, morrer não tem problema pois você volta para a cidade com tudo que adquiriu e o progresso é constante. Ao explorar os mapas desbloqueamos pontos de viagem rápida, o que com o apertar de alguns botões já nos coloca onde quisermos.

Pena que os tempos de carregamento sejam tão grandes e alguns sistemas são muito mal explicados ou mesmo sem explicação alguma. Um exemplo: logo no começo podemos explorar a primeira área à bel prazer e conforme vamos derrotando inimigos de nível baixo, mas eventualmente irão aparecer inimigos com nível muito acima do nosso e a morte se torna iminente. Quando morremos (ou voltamos para a cidade), toda nossa experiência é computada e ganhamos pontos, que até então não tem explicação alguma para que servem.

Só depois de muito tempo (e muitas mortes), descobri que precisava entrar no Status do personagem para distribuir os tais pontos ganhos. Sei que não parece tão críptico assim, mas em grande parte dos RPGs o menu Status era somente para ver o estado atual do seu personagem ou seu time, portanto fiquei surpreso quando vi que era lá que era distribuído os pontinhos.

Logo depois disso tudo ficou mais fácil e pude avançar ainda mais no mundo de GalGun Online. Detalhe que o jogo se esforça para jogar todo tipo de tutorial na sua frente, mas coisas importantes como essa ou outras relacionadas a customização ficaram de fora, uma falha de design do game.

Os modos online são compostos de PvE (Player vs Enemy) que é cooperativo como o nome mesmo diz e PvP (Player vs Player) onde podemos travar combates diretamente contra outros jogadores. No papel é bem legal a ideia, até porque estamos simulando um jogo online, porém é uma pena que não tive muito sucesso para achar jogadores. Não sei se foi por causa da minha região ou simplesmente desinteresse das pessoas por esses modos.

GRÁFICOS

Fatal Bullet foi desenvolvido pela DIMPS e ela utilizou a famosa Unreal Engine 4 para dar uma boa pincelada na qualidade gráfica do jogo. O nível é bem satisfatório, os NPCs tem uma qualidade bacana e os cenários cumprem seu papel, pena que a escolha artística não ajudou a criar ambientes mais diversificados, é tudo meio parecido e com cores mortas, o que salva mesmo são os efeitos de luz e achei bem legal o efeito da mira laser em cor vermelha dos inimigos.

A interface é bem simples e cumpre seu papel, já as animações são bem produzidas, pena que deve ter no máximo umas 15 até o final do jogo, se chegar a ter tudo isso mesmo. Bom que se quiser rever algumas delas existe uma galeria no quarto do nosso personagem, recurso que eu acho que todo jogo com animações de qualidade deveria ter.

SOM

Você gosta de dublagem em japonês? Se sim, ótimo! Elas ficaram excelentes, os dubladores capricharam mesmo. Se a resposta for não, tenho uma má notícia: o jogo conta somente com dublagem em japonês e para piorar aqui temos muitas personagens que aparentemente são estudantes ou seja, vozes suuuper fofinhas e consequentemente irritantes para alguns. Para piorar ainda mais o controle dos níveis de áudio é um dos mais mal feitos que já vi na vida e parece que tem um mixer para a cidade e outro para as lutas pois não faz o menor sentido.

Como apreciador de música de jogos sempre tento manter um nível de áudio controlado para que os efeitos sonoros não atrapalhem muito a audibilidade das faixas, mas tive que perder um tempão indo no menu da minha TV para que não precisasse colocar o volume super alto e aí sim, conseguir ouvir as belas músicas do jogo, credo…

VEREDITO

Fatal Bullet tem seus problemas, como todo jogo e aqui são bem evidentes, no entanto tem muita diversão a ser encontrada nesse mundo do GalGun Online. É um jogo relativamente curto, porém isso não impediu de ter um conteúdo extra legal que prende o jogador. Eu pessoalmente gostei bastante e já fico na expectativa da próxima aventura de Kirito e seus amigos, ou melhor, Kirito e suas amigas.

Pontos Positivos

Pontos Negativos

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