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The Last Guardian – Análise

The Last Guardian é o mais que aguardado projeto do Team ICO. Um game que transcendeu uma geração para finalmente nascer após 7 anos desde seu anúncio no meio da geração passada. O jogo passou por um intenso Development Hell mas finalmente viu a luz no ultimo mês de 2016 para alegrar o natal de muitos jogadores.

Brincadeira experimental

Depois de 7 anos esperando o lançamento do novo jogo do Team ICO, vou ser sincero e relatar que eu esperava o pior. E receio que eu não estava inteiramente errado. Ao menos do ponto de vista técnico, praticamente todos meus medos foram confirmados durante minha jornada. Felizmente isso não atrapalha a experiência e todos os fãs de Fumito Ueda que tanto aguardaram (e até compraram um PlayStation 3 esperando o jogo) são recompensados dessa longa espera.

The Last Guardian é um jogo que está muito mais para ICO do que para Shadow of the Colossus. É bem linear e também focado em puzzles com elementos de plataforma e raros embates com inimigos. Novamente tudo isso é organicamente orquestrado para criar cada vez mais um laço entre os protagonistas. Do começo até o fim o game vai fazer de tudo para ampliar a relação entre o menino e a fera de forma que nunca havia sido feita nos videogames.

A história é minimalista, narrada pelo menino mais velho como se tivesse contando uma história. Essa mesma voz vai dando dicas de como proceder durante a jornada mas sem estragar ou invadir a experiência.

De toda forma esse modo de jogo não perde o brilho e oferece algo único e extremamente bem trabalhado. Trico tem uma inteligência artificial primorosa e vai fazer muita gente ficar cheia de raiva e também bastante emocionado tanto por conta da teimosia como também pelo seu charme animal e tenra curiosidade. Minha dica é apreciar os cenários enquanto testa sua paciência com as ações do cachorrão bobão que vai te acompanhar durante toda incrível jornada.

Uma obra de arte crossgen

A parte artística dos gráficos e as composições musicais são marcantes. A estética artística do Team ICO é diferenciada e cria cenas belíssimas em circunstâncias inesperadas. Esses caras sabem como usar a arte a seu favor e pintar belos quadros vivos para os jogadores. Tirei dezenas de fotos na minha primeira jogada e creio que vou tirar ainda mais nas que estão por vir.

Infelizmente a parte técnica é o oposto da parte artística. Simplesmente desastrosa. O jogo não foi bem otimizado e por isso roda com slowdowns constantes e taxa de quadros bem abaixo do padrão de 30. Engasgadas constantes que enfeiam grandes momentos do game e framerate que atrapalha bastante no input lag dos controles. Essa inconstância não estraga a experiência porque é um jogo de ritmo lento e por isso não exige tanta precisão.

The Last Guardian é um jogo da geração passada portado para a atual, produzido por uma equipe pequena. Passar por um ciclo de desenvolvimento complicado teve um alto custo na parte técnica.

Não existe explicação para que um “remaster” de PS3 rode tão mal no PS4.

Após vários anos…

The Last Guardian é um jogo com mecânicas de PS2, gráficos de PS3 que foi remasterizado para o PS4, numa verdadeira “mistureba crossgen“. Isso pode até soar como algo ruim (e em partes é), mas a experiência de jogo única, aliadas a uma campanha com 8 horas de ambientação estupenda e imersão que poucos jogos conseguem trazer ao jogador vai fazer qualquer defeito técnico desaparecer para quem realmente gosta de videogame.

Nem de longe é perfeito e muito menos é o melhor trabalho de Fumito Ueda, ainda sim é uma das experiências de jogo mais marcantes que tive com videogames nos últimos anos. Talvez teria sido muito melhor se não tivesse atrasado por uma geração inteira, mas mesmo assim a experiência que o jogo proporciona é especial e comparável aos seus antecessores ICO e Shadow of the Colossus.

Prós

Contras

 

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