Desenvolvido pela Naughty Dog e lançado no último dia 14 de Junho, The Last of Us é a mais nova franquia exclusiva da Sony e um dos mais esperados jogos do ano. Mas passada a empolgação do lançamento, será que o jogo é tudo isso mesmo? É o que pretendemos descobrir através dessa análise.
HISTÓRIA
A história em The Last of Us trás uma novidade. Mesmo sendo um novo jogo ela se passa em um universo já estabelecido em uma série anterior: Uncharted, que é outro título de sucesso da desenvolvedora Naughty Dog.
No enredo, uma evolução do fungo “cordyceps” começa a atacar os seres humanos. Esse fungo é responsável por tornar insetos como formigas em “zumbis”, e a forma como age é brutal. Quando a vitima é invadida, os tecidos são substituídos e em alguns casos são capazes de modificar o comportamento dos insetos tornando os agressivos e perigosos para o resto do grupo. Essa evolução que ataca os humanos não é diferente e quando o fungo se espalha por toda parte, o mundo rapidamente entra em colapso.
Passados 20 anos a raça humana está quase extinta, restando poucas pessoas não afetadas, e dois grupos distintos: os Caçadores e os Vaga-Lumes que brigam entre si por suprimentos. Na pele do protagonista Joel, você é um sobrevivente que já fez parte dos 2 lados desse conflito, mas que tem como seu objetivo atual apenas passar em meio a essa guerra lutando contra pessoas e infectados. Para isso, você vai contar com a ajuda de Ellie, uma criança que é sua parceira e protegida neste mundo caótico.
GAMEPLAY
Assim como Uncharted, o jogo se passa em 3º pessoa, e as mecânicas de tiro se assemelham bastante com as da série que consagrou a Naughty Dog. Mas as diferenças no entanto mudam no estilo de jogo. The Last of Us é mais survival horror do que ação e como tal, você vai ter que sobreviver ao mundo hostil do jogo. Durante o jogo você também encontrará pílulas e engrenagens que ajudarão com melhorias para suas habilidades e para as suas armas. Para isso você acumula suprimentos que podem ser transformados em armas e/ou kits de sobrevivência, acessando sua mochila. No entanto, visando garantir o realismo, o jogo não pausa a ação durante a criação desses itens. Isso quer dizer que, se durante o ataque de infectados ou no meio de um tiroteio, você precisar fazer uma bomba, terá de fazê-lo ali mesmo, correndo risco de vida e garantindo boas doses de tensão.
Os elementos de survival horror vão exigir paciência em alguns pontos onde a furtividade é algo primordial. Não serão poucas vezes onde você se encontrará a espreita, evitando o confronto com os inimigos. Mas quando tudo der errado, as vezes fugir será a melhor opção. Um dos pontos fracos porém, é que o jogo não tem tantas variações de armas, com a desculpa de que num mundo devastado armas não são tão fáceis de se encontrar.
Isso também faz com que o jogo se torne um pouco repetitivo pois, em uma visão simplista, você basicamente foge, se esconde e corre. O apelo ao jogador se garante na história e a vontade de saber como tudo irá terminar faz com que você goste de repetir essa mecânica de fugir, correr e se esconder.
Uma dica aos jogadores que buscam maximizar sua experiência: evite o modo normal que é bastante tranquilo. Se você quer um desafio, tome coragem e comece logo no Hard. E no menu de opções desabilite a função “modo de escuta”, o que tornará o jogo ainda mais realista.
MULTIPLAYER
E como não poderia deixar de ser, The Last of Us conta com um modo multiplayer que trás alguma variação na jogabilidade. Existem dois modos de jogo, um deles sendo o clássico “mata mata” e o outro vaga-lumes contra caçadores. Durante cada partida você coleta suprimentos para poder montar seu armamento e peças para melhorar as armas e comprar coisas novas, mas na próxima partida tudo é zerado e você tem de juntar de novo.
Ao longo das semanas em que você sobrevive, destrava novos itens e habilidades.
Um multiplayer que vai te segurar por algum tempo, porque trás aquele suspense de você conseguir ser o último sobrevivente, ou de quando encontrará o próximo inimigo, sempre na furtividade para que não chame a atenção de todos. Confesso que ele dá aquele friozinho na barriga quando você é o último do grupo ainda vivo e tudo fica nas suas mãos.
GRÁFICOS E SOM
The Last of Us é realmente um jogo de ponta e um dos mais bonitos títulos do PlayStation 3. Os gráficos são um dos melhores dessa geração. Os cenários são uma mistura de concreto e floresta, retratando grandes cidades que foram bombardeadas para diminuir a infecção, mostrando prédios caindo e a natureza tomando tudo de volta lentamente. Tudo isso serve pra deixar o jogo ainda mais sombrio com ótimos efeitos onde o ar parece mais denso que o normal.
Além dos belos cenários, outro ponto forte são os modelos de personagens. As expressões faciais são tão intensas que ao levantar ou arrastar algo pesado você quase consegue sentir a força que eles estão fazendo.
O som do jogo num geral é muito bom, com o destaque para a dublagem em português que está de primeira. Você realmente percebe que tiveram muita preocupação em fazer ela direitinho acompanhando cada detalhe, não devendo nada para grandes produções de animações no cinema. Pela primeira vez em um jogo, a dublagem parece natural em português, com diálogos fluídos e bem resolvidos, sem incomodar até mesmo aqueles que gostem do áudio original.
O silêncio do mundo deixa o jogo mais assustador e causa um certo desconforto pois a qualquer barulho algo pode acontecer.
Um aspecto negativo no entanto, é que o volume do diálogos dos personagens as vezes fica baixo demais e você não consegue escutar direito o que eles estão conversando. Isso afeta um pouco o desenvolvimento deles.
VEREDITO
Respondendo a pergunta do início da matéria, The Last of Us é um excelente jogo, que não se sustenta apenas no hype, mas trás novidades ao gênero de Survival Horror e estará sem dúvidas concorrendo aos melhores do ano. Portanto, corra logo para garantir a sua cópia antes que o mundo acabe…
Prós
– Excelente história e enredo
– Dublagem bem feita
– Ótimo suspense
– Belos gráficos
– Multiplayer estende a diversão
Contras
– Muita paciência em determinadas áreas
– Um pouco linear e repetitivo
– Repetição dos inimigos
– Diálogos entre os personagens meio baixos