Theatrhythm Final Bar Line é, acima de tudo, uma celebração para os amantes da série mais importante dos jogos de RPG japoneses que temos disponível no mercado.
Lançado para o PS4 e Nintendo Switch. Essa análise é baseada na versão do Switch, mas não há diferenças notáveis entre as duas, exceto pela resolução que no PS4 é levemente maior.
Para quem já conhece os outros “teatrinhos”, esse é o terceiro da franquia, terceiro porque eu considero o Melodies of Memories um jogo da mesma pegada, só que com foco em Kingdom Hearts. Quando digo que esse jogo é fantástico é porque eu realmente acho muito incrível o nível de detalhamento que foi colocado nesse título, é impressionante como a variedade de cenários e personagens conseguem evocar níveis altíssimos de nostalgia a cada música. Algumas pessoas gostam de dizer que não é tão interessante porque nem todo mundo teve a oportunidade de jogar os games na época em que foram lançados, mas com essa onda de pixel remasters dos Final Fantasies antigos que estão saindo o tempo todo para PC, além dos outros jogos da série, isso acaba servindo com um incentivo para experimentar.
RPG e jogos de ritmo são meus gêneros favoritos de jogos eletrônicos, e unir os dois é uma sacada de mestre. O fator RPG neste jogo faz toda a diferença ao encarar as músicas e realizar as pequenas quests pois sempre terá um requisito que vai demandar o uso de alguma habilidade específica para concluir um objetivo, por exemplo, derrotar o boss da fase com uma magia de gelo ou derrotá-lo em menos de 30 segundos, o que irá ser necessário configurar seu time com um grupo focado em ataques físicos.
Falando nisso, dos 100 personagens que temos para jogar, cada um deles tem um tipo de “classe” que ajuda na hora de montar seu time, dentre eles estão os atacantes, os healers, os exploradores e o pessoal que fica na defensiva. Se bem montado um time, a sua jornada ficará bem mais tranquila de se seguir nas músicas que são mais complicadas, as de nível 11 para cima.
Os personagens irão curar quando chegar a uma determinada porcentagem do seu HP, executar uma barreira quando se atinge um certo número de críticos e assim sucessivamente. Todos eles aprenderão habilidades à medida que sobem de nível, no máximo possível de 99 (e um pouco mais além enquanto melhoram-se alguns atributos no que chamam de Star Level.)
Os modos de jogo são bem variados e completos, tendo um modo campanha onde vamos passando por várias etapas de uma determinada série, do início até a batalha final, espalhadas na média de 17 músicas por jogo. Em cada uma das músicas encontramos pequenos objetivos opcionais que podemos concluir para obter uma carta ou um item se preencheremos os requisitos (aqueles que comentei acima), convenientemente marcados no mapa para um retorno bem simples em um outro momento. Somando assim ao que se conclui do jogo, uma qualidade de vida muito bem vinda para os que gostam de completar 100%.
Além do modo da campanha, temos o modo de seleção de músicas onde podemos jogar o que já temos habilitados no modo campanha e também é o local onde ficam as músicas de DLC e outros extras. As músicas podem ser habilitadas no modo campanha como padrão ou podem ser habilitadas durante as sugestões ao concluir uma música de sua escolha. Algo bem randomizado, e como esse jogo tem apenas, ironicamente falando, 500 músicas, sempre terá algo novo para se jogar.
O modo online aproveitei bastante enquanto joguei o Melodies of Memories, o teatrinho de Kingdom Hearts, mas confesso que não pude experimentar a desse título pois não tenho a assinatura do Nintendo Online, que é um requisito para tal, mas imagino que seja muito divertido (e frustrante) como o da versão anterior. Isso me leva a lembrar de outro ponto, é possível jogar com dois jogadores simultâneos em modo offline, no modo Pair! Fazendo que os comandos sejam divididos em dois para dividir os esforços, algo especialmente legal quando se tem dois jogadores mais experientes jogando.
Colecionar os cards, melhorar seus atributos, coletar as summons, airships, reviver as experiências incríveis que as músicas trazem é sem dúvida os pontos que vão deixar esse título por muito tempo no seu Nintendo Switch, até porque eu acredito piamente que a Square-Enix sempre estará lançando conteúdo novo regularmente para ele, para já somar a absurda quantidade de coisas já presentes.
Quando comentei sobre os detalhes, muito me refiro a qualidade das animações das summons, das skills características dos personagens (Como Omnislash do Cloud ou Great Gospel da Aerith), tão bem como os cenários que são ilustrados perfeitamente com a situação da música em jogo. Cenários de batalha final, de mapa mundi, é muito bonito para quem é apreciador e fã da série. Ainda estou para ver e habilitar as músicas de Nier e de Final Fantasy 7 Remake que devem ser explosivamente maravilhosas, sendo que a única que eu tenho é a do Air Buster até o presente momento. Lindo demais!
Me vejo jogando isso por muito tempo ainda, vou até assinar o plano online para poder jogar multiplayer com a galera e mostrar quem manda (mentira, vou tomar uma sova dos asiáticos como sempre). Quero poder aproveitar cada momento dessa obra prima, é certamente um dos jogos mais bem feitos que eu já joguei no Nintendo Switch. A qualidade dos mapas das “setas” que temos que apertar é um capricho só, a galera trabalhou forte nos charts. Kudos especiais para Force your Way de Final Fantasy 8!
VEREDITO
Por fim, não tenho como dar menos que 10 para esse título. Nunca fiquei tão satisfeito com um jogo de ritmo antes da época do saudoso Dance Dance Revolution de quando eu era mais jovem. Brincadeiras de lado, esse é um jogo para relaxar, se desafiar, se emocionar e se divertir como nunca antes. Square-Enix mandou bem demais nessa compilação e tudo o que pode ser feito nesse jogo é incrível, guarda uma surpresa maravilhosa, satisfatório demais.