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Xenoblade Chronicles 3

Falar sobre Xenoblade Chronicles 3 é uma tarefa meio complicada porque esse jogo é simplesmente o jogo que deixou os padrões nas alturas, tornando os outros games do gênero penando para sequer chegar perto do mínimo do que essa produção foi.

Sem exageros, tenho 35 anos de idade aqui e fiz da minha vida como jogador muitos anos dela jogando games de RPG, e nunca antes tinha visto nada remotamente parecido. Não sei exatamente como a Monolith Soft conseguiu fazer isso, mas ela simplesmente trouxe ao nosso Switchão a melhor experiência que eu já tive o prazer de jogar em um console de jogos.

Mio e Noah num momento raro de paz.

Venham comigo que eu vou explicar um pouco o que eu senti em jogar essa obra prima.
Para o começo de tudo, vale a pena enfatizar que, EMBORA não seja necessário ter jogado os outros 3 jogos da série (1, 2 e Torna), a experiência fica deveras completa com o conjunto todo montado, isso porque há muitas referências, muitas localidades e personagens que compuseram os games anteriores, então fica a dica caso queiram jogar tudo antes de pegar o 3. Lembrando que as versões definitivas estão todas no Nintendo Switch, emendando assim quase 500 horas de jogo somados.

Um dos melhores sistemas de combate de todos os tempos.

Mas sobre o que se trata o jogo? Xenoblade Chronicles 3 traz uma trama muito mais melancólica do que os games anteriores, mas é uma melancolia bitter-sweet, que alia momentos de perda a cenas de valorização de amizades e companheirismo num clima de guerra e conflitos, já que seus personagens principais são o que chamam de Off-seers, que é a galera que “guia” a alma dos que morreram em combate para pós-vida em paz.

O mundo de Aionios é gigantesco.

Pesado? Talvez, mas é um jogo que fará você ficar preso no enredo do início ao fim, acompanhando o crescimento dos heróis em busca de uma solução para sua breve expectativa de vida que é de apenas 10 anos. Exatamente o que você leu, o povo que habita o as terras de Aionios nascem e vivem apenas 10 anos, tendo como seu único objetivo o conflito militar e tarefas dentro das colônias espalhadas pelo mundo, Kelves e Agnus são duas forças opostas que travam frequentemente batalhas para a coleta da força vital inimiga, trazendo assim prosperidade e recursos para sua determinada colônia.

Nem dá pra acreditar que está rodando em um Switch, né?

Não vou entrar em muitos detalhes da trama para evitar spoilers e especulações desnecessárias, mas é tanto plot-twist, mind-blow que até o presente momento tem me deixado até atordoado, no bom sentido. Joguei o suficiente (100+ horas) para poder dizer que isso aqui sem dúvida é de outro mundo.

Os inimigos são insanos.

Não só pelo teor artístico, visual, sonoro do game, mas pelo o que compõe a parte principal dele, que é o gameplay, que é o que você faz para jogar e avançar nos capítulos. É tanta coisa para fazer e essas coisas são executadas de maneira tão bem feita, fluída, que faz parecer que não há nenhum tipo de tarefa minimamente irritante durante as quests extras, por exemplo.

Mio postando no Instagram.

As coisas são todas bem catalogadas e explicadas, exemplificadas no mapa, mostrando de maneira eficiente pra caramba o que você precisa fazer ou para onde precisa ir com apenas um clique no menu, algo que eu diria que é um exemplo excelente de qualidade de vida que o jogo possui, principalmente na interface presente no jogo todo.

As Chain Attacks ajudam bastante em lutas mais difíceis.

Esse tipo de coisa já era vista lá no primeiro Xenoblade, e isso foi melhorando com o 2, que melhorou no Torna e que, por incrível que pareça, ficou ainda melhor no 3, ao ponto que honestamente não sei mesmo como vão fazer para deixar isso mais agradável.

Eu simplesmente amo essa personagem!

Falando do jogo em si, ele tem um esquema de capítulos, você executa algumas missões de história e avança na trama, mas entre eles há uma enxurrada de quests e lugares para serem explorados, inclusive, muitas dessas exploração revelaram-se de suma importância até para recrutar novos membros para sua equipe, que funcionam como algo parecido com os “blades” do 2, que é um personagem com uma classe pré definida que, ao terminar a missão desse indivíduo, irá liberar para todos seus heróis assumirem essa determinada classe.

Galera do mal.

O que diz respeito ao sistema de batalha, classes, heroes, equipamentos, gems, foodies e etc, Xenoblade 3 é um prato completo. Agora com até 7 membros lutando ao mesmo tempo, as estratégias ganham um novo escopo, em comparação com o primeiro que era apenas com 3 personagens por vez, fazendo com que a mistura de papéis das classes tenham muita relevância para a preservação do balanço entre ataque e suporte.

Alguém sabe onde comprar uma lente de contato como essa?

Mas, como assim? Em Xenoblade 3 é possível montar seu time dentro de 3 possíveis tipos de classes: atacantes, curadores e defensores, cada um desses papéis há vários tipos de classes diferentes com jeitos diferentes de se lutarem. Por exemplo, há um atacante com pistolas, outro com espada, outro que é a mistura de ataque com debuff e assim sucessivamente, fazendo com que cada papel tenha seus pontos fortes e fracos, sendo assim necessário equilibrar bem para cada tipo de situação.

Fãs de longa data conseguem reconhecer essa espada facilmente.

Se você vai enfrentar um inimigo muito forte, sua prioridade é deixar um atacante e o resto como curadores e defensores, para ir causando dano, e mantendo seu HP lá em cima, fora os atributos que você vai gerando no cenário com as habilidades ali definidas. Caso esteja desbravando um lugar com inimigos mais fracos, você pode deixar 100% do seu time como atacante para chegar devastando geral, e por aí vai. Há mais de 20 classes para todos utilizarem, tão bem como mais de 20 Heroes que irão compor sua party como o sétimo membro de sua equipe.

Os inimigos podem vir até voando.

Isso por si só já é maneiro pra caramba, mas espera até você ver o que vai acontecer quando você puder cancelar os ataques, misturar os golpes, ou até mesmo liberar seu verdadeiro poder (que eu não vou comentar isso por questões óbvias), e há, claro, até o final do jogo vai sendo apresentadas diversas mecânicas novas deixando o gameplay sempre renovado. O sistema de batalha é sem comentários mesmo, é perfeito, rápido, dinâmico, difícil na medida certa, inteligente e principalmente muito divertido.

Homecoming é uma peça-chave para a trama.

Galera, para quem vai acompanhando notícias e entrevistas, devem ter visto que os produtores falaram que o jogo seria quase 5x maior que o mundo de Xenoblade 2, o que já era imensamente gigante e, claro, era verdade. O mundo (rico) desse jogo é imenso, cheio de coisa, cheio de vida, cheio de pontos de interesse, o mapa é tão grande e tão completo que quando você terminar de explorar cada canto fica até dificil de ver de tanto ícone de locais que estão disponíveis para se viajar, o que não acontece quando você amplia, claro, mas a versatilidade do mapa, o gráfico desse jogo, drawing distance, efeitos de upscale de textura faz parecer que um console como o Nintendo Switch tira água de pedra de tão embasbacante que é visual desse jogo.

Soldados de Keves quando crianças.

Ecossistemas variados, dentre desertos, planícies, florestas com cidades pós apocalípticas, montanhas de gelo, cavernas, é muito variados, é muito agradável e bem planejado, o level design não é um negócio que parece visualmente gerado randomicamente como a gente em uns jogos aí fora, mas parece que foi desenhado com muito esmero de detalhamento que causa esse efeito de trazer vida para o ambiente. Isso sem falar da enorme diversidade de inimigos que o jogo tem agora, é muita variedade mesmo, quase nenhum inimigo possui um tratamento preguiçoso de recolor por exemplo.

Que vontade descontrolada de jogar…

Ainda comentando sobre os inimigos do jogo, para quem está familiarizado com a série, sabe que além dos inimigos normais, o jogo possui chefes opcionais chamados de Unique Monsters, o que estão presentes também no Xenoblade 3, mas não é só isso, agora são introduzidos dois outros tipos de inimigos que são os Elite Monsters e os Rares, que funcionam parecido com os Unique, porém são um pouco mais fracos mas concedem bônus de experiência, CP e dinheiro, que podem ser extraídos em acampamentos ao utilizar o menu de treino. E sim, ainda as músicas dos Unique Monsters é fenomenal!

Lanz é um personagem que surpreende.

Definitivamente não é um fator decepcionante, longe disso, mas de todos os 4 jogos da série, infelizmente esse é o jogo que tem a trilha sonora menos marcante, o que não é o mesmo que dizer que as músicas são ruins, mas parece que faltou um pouco para chegar no nível dos os outros como um todo. Tanto a trilha sonora quanto os talentos de vozes que o game possui são fenomenais, os dubladores fizeram um excelente trabalho em trazer a tona os sentimentos mais variados para compor o conteúdo do enredo, tanto em momentos tristes, de reflexão quanto nos momentos de exaltação nas batalhas, de gritos e linhas de incentivo que casaram super bem com a proposta do game.

Emoções fortes serão sentidas.

Xenoblade Chronicles 3 é um jogo longo, um jogo cheio de coisas para se completar, cheio de pequenos detalhes para serem observados, mas é um jogo que eu acredito que tenha que ser degustado aos poucos, então o pedido que eu faço para quem leu essa análise é que jogue com bastante calma, faça as quests, busque explorar os necessários, tire screenshots de locais que você quer lembrar de voltar, faça experimentações, se desafie a ir em lugares com bichos mais fortes, enfim, curta o jogo sem correr, infelizmente para quem escreve os reviews, isso não é uma possibilidade, mas para quem for investir no jogo, esse merece ser curtido bem no seu ritmo.

VEREDITO

Para concluir, eu definitivamente não tiro nada do que eu falei anteriormente: É o melhor jogo que eu já joguei, e isso é dizer muito, porque eu esses dias falei a mesma coisa para muitos outros games que tinham feito meu universo girar também, mas a rotação universal com esse jogo simplesmente extrapolou toda razão. Recomendo muito, recomendo muito que joguem os outros 3 jogos se possível, mas lembro que não é necessário para curtir a história completa, vale a pena deixar tudo um pouco (muito) mais especial.

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