Tetris Effect – Análise
Um dos jogos de puzzle mais viciantes de todos os tempos, e com certeza o mais icônico, está de volta com tudo em uma versão alucinante para PlayStation 4 trazida por Tetsuya Mizuguchi, desenvolvedor de clássicos como Rez e Lumines.
Tetris Effect traz exatamente tudo o que você espera de um Tetris clássico, só que com uma repaginada nos visuais, com suporte ao PlayStation VR e muitas novidades em modos de jogo.
Pode até estar muito cedo para falar isso nesta análise, mas eu já adianto que essa é, disparada, a melhor versão desse clássico!
O EFEITO TETRIS
Se você já jogou alguma versão padrão de Tetris antes, sabe o que esperar de Tetris Effect. Você controlará os Tetriminos (caso não saiba, este é o nome das pecinhas que caem), que virão em formatos quase aleatórios, podendo rotacioná-los à vontade, sempre visando o encaixe perfeito das peças. A quantidade máxima de linhas que é possível eliminar em Tetris é 4 e, caso consiga, parabéns! Você conseguiu fazer um Tetris, a glória máxima.
Tetris Effect é basicamente isso em sua essência, mas, nesta versão, os desenvolvedores colocaram muitas novidades que vão bem além do que você pode imaginar de um jogo de Tetris. O primeiro modo se chama Journey e, nele, passamos por uma sequência de estágios, cada um deles com nome, visual e música distintos.
Essa viagem pelo modo Journey é a parte que eu achei mais legal desta versão, pois temos uma sensação de progresso bacana e o desafio é gradativo, fazendo com que nunca pareça impossível de imediato. Existem algumas rotas que podemos escolher e elas só terminam quando chegamos ao fim (por mais que pareça redundante), pois mesmo perdendo é possível continuar – claro que isso vai afetar diretamente sua nota no final.
O outro modo que temos é o Effect, que é uma coleção de configurações e regras preestabelecidas em que o jogador pode definir seu estado de espírito e, a partir daí, curtir Tetris do seu jeito. Quer dar uma relaxada depois do trabalho? Coloque o Relax. Se estiver num ritmo de concentração, o Focus é a pedida da vez. O Classic está disponível para aqueles dias em que estamos mais nostálgicos e, por fim, o Adventurous é voltado para o jogador com espírito desbravador.
Se simplesmente jogar o Tetris padrão já era divertido, deu para imaginar como é ainda melhor com esses modos novos, não é verdade? Não tem mesmo como enjoar! Jogo Tetris desde criança e jamais pensei que quase 30 anos depois ainda estaria me divertindo com ele.
I’M YOURS FOREVER
Em menos de 10 segundos dentro de algum estágio de Tetris Effect você já vai perceber que tem algo de especial nele. O jogo carrega esse nome, Effect, com uma força incrível. Cada nível traz uma identidade visual única, que dá personalidade ao escopo que os artistas quiseram atingir com esse projeto.
Pegando algumas fases como exemplo, posso citar Pharaoh’s Code, que transforma os Tetriminos em formas transparentes, somando isso a um fundo cheio de hieróglifos. Por se tratar de uma releitura de arte egípcia, os artistas da época não trabalhavam com técnica de perspectiva, caindo como uma luva em um ambiente bidimensional como Tetris.
Da Vinci é outro estágio que me impressionou bastante, trazendo um fundo com moinhos de vento que voam em nossa direção e peças que, ao serem destruídas, são esmigalhadas, tornando-se partículas que tomam rumo com o sopro dos vendavais. É tudo muito bem trabalhado e praticamente todos os estágios são interessantes da perspectiva visual.
Conforme vamos avançando nas fases, elas vão se transformando e um outro elemento muito importante vem à tona, o aspecto sonoro. Assim como cada fase tem uma identidade visual, elas aqui também são regidas por uma música progressiva, que vai acompanhando os Tetriminos, proporcionando uma dinâmica interessante e, consequentemente, dando uma sensação de que a música é construída por nós, jogadores.
O movimento de mexer os Tetriminos já cria um efeito sonoro distinto, que se mescla com a música. Ao rotacionar, é emitido um outro efeito. E ao formar as linhas também. É incrivelmente estimulante ver, ouvir e até sentir isso tudo acontecendo. Até a vibração do Dual Shock é diferente dos demais jogos: parece que você se transportou para aquele mundo e de lá não quer mais sair.
Não é exagero falar que as músicas são excelentes, pois elas têm uma pegada mais eletrônica, como no primeiro estágio, The Deep, que começa com um som bem sutil e em seu clímax os vocais tomam conta, parecendo bastante com Deep House – talvez seja intencional.
Já músicas como o do já mencionado estágio Da Vinci são praticamente 100% percussão. Karma Wheel é uma típica música clássica japonesa e Ritual Passion nos envia para a Índia com um psytrance misturado com vocais tribais alucinantes, só para citar algumas mesmo.
Toda essa variedade musical gera uma curiosidade imensa no jogador, querendo sempre saber o que lhe aguarda.
TETRIS ETERNO
Tetris Effect é um exemplo claro de que até clássicos de jogabilidade simples podem se destacar na geração de jogos atual e ainda fazer bonito! É nitidamente um projeto feito com muita paixão e dedicação. No fim desta jornada, pude ver que o mundo dos jogos só tem a ganhar com jogos como este.
Independentemente de qual seja seu estado de espírito, Tetris Effect vai encontrar o balanço perfeito para você, eu garanto!
Prós
- Tetris em sua forma mais perfeita
- Um jogo praticamente infinito
- Músicas e visuais maravilhosos
Cons
- Falta de um multiplayer
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