Neon Inferno
Gente, segura essa: Neon Inferno é a prova de que tudo de bom nos videogames dos anos 90 pode ser misturado em uma aventura 2D épica e cheia de ação.
Tá, confesso, o jogo tenta abraçar o mundo e, às vezes, parece que os sistemas de gameplay não se encaixam perfeitamente. Mas sabe o que é o mais legal? Essas pequenas estranhezas acabam virando parte do charme! É pura nostalgia, mas com a sofisticação que a gente espera de um jogo moderno. Ele tem aquela cara de “clássico 2D de 2025” que pega inspiração no passado e tenta inovar de um jeito bem corajoso.
Gameplay e Co-Op: Ação de Rua
A história de Neon Inferno se passa em uma Nova York futurista e distópica, totalmente dominada pela corrupção. Gangues e polícia estão no mesmo barco (ou quase), todos bancados por empresários e políticos podres que brigam entre si pela mesma ganância. Nesse pesadelo cyberpunk sem esperança, um grupo de vigilantes tem a missão de encarar todos de uma vez.
Essa premissa de brigas internas e alianças frágeis é fascinante e se reflete de forma sutil no design do jogo. Você pode escolher entre dois protagonistas, seja jogando solo (que já é incrível) ou no modo co-op local para 2 jogadores, que é onde a diversão realmente dobra. Não se engane, ele foi pensado para brilhar sozinho, mas com um amigo, vira uma festa!
História e Cenário
Nossos heróis são Angelo e Mariana, cada um com sua história. Angelo é cria da rua, enquanto Mariana veio de uma vida privilegiada. As motivações deles para combater o crime são únicas: para um, é uma vingança profunda; para a outra, é a adrenalina de quebrar o tédio.
Eles são personagens cool com um visual cyberpunk que já estamos acostumados, e se encaixam perfeitamente nesse cenário de ficção científica que parece uma Nova York dos anos 40 projetada para o futuro. O visual e a atenção artística são de tirar o chapéu, e a apresentação fecha com chave de ouro graças a uma trilha sonora rica. Você tem aquele rock e techno esperados para a ação, mas também momentos de mood noir, como se fosse um drama policial só que com robôs no lugar do carro antigo.
Combate e Ação: Um Espetáculo 32-Bits
Neon Inferno se vende como um shooter híbrido, misturando a ação frenética de run-and-gun (correr e atirar) com gallery shooting (aqueles momentos em que você atira em inimigos que aparecem no fundo e na frente da tela). É um verdadeiro espetáculo 32-bit que leva a ação 2D ao limite.
Basicamente, imagine se Mega Man X4 tivesse os elementos de gallery shooting de Wild Guns. É essa a ação frenética que você encontra! A base 2D é sólida, e as sequências de gallery shooting dão um toque especial, forçando você a lidar com inimigos que surgem tanto no fundo quanto no primeiro plano. Ah, lembra do Dick Tracy do Mega Drive? Esse também serviu de inspiração.
Os dois estilos de tiro são responsivos, mas trocar entre eles no meio da porradaria exige um pouco de treino. Não é intuitivo no começo, mas dominar esse sistema é muito recompensador. Não chega a ser frustrante, mas te força a prestar atenção no momento certo de mudar o estilo de tiro.
E não é só tiro! O combate tem golpes corpo a corpo que diversificam a ação e são super úteis contra inimigos mais cascudos. Eles não são só um combo simples de alto dano: os ataques melee podem desviar e dar parry em projéteis verdes. Se você segurar o botão de ataque, ainda consegue redirecionar esses tiros defendidos para onde quiser! A execução é fluida e satisfatória, facilitando a vida na hora de causar dano em inimigos maiores.
A aventura é uma montanha-russa do começo ao fim, com encontros emocionantes que misturam platforming esperto e até perseguições de moto em alta velocidade! Toda missão principal termina com uma luta de chefe dramática, geralmente dividida em duas fases distintas.
Esse é um jogo que te incentiva a fazer pontos (score chaser), e na maior parte do tempo, você está metendo bala em gangues e policiais corruptos. De vez em quando, essas facções brigam entre si ou fazem alianças temporárias. É guerra total em Nova York, e no meio disso tudo, há civis que você precisa proteger. Se os civis se machucam, a nota da sua missão cai, então você precisa ser cuidadoso no meio do caos. É um jogo caótico e divertido na mesma medida em que é sutil e denso em suas mecânicas.
Gráficos e Apresentação: Brilho Neon
A aventura principal tem dois modos: a campanha, com checkpoints generosos, salvamentos e filtros de dificuldade, e um intenso modo arcade para quem quer zerar em uma só sentada. Você também pode comprar upgrades entre as missões, mas mesmo sem eles, a base do gameplay é tão forte que dá para avançar na campanha. Isso mostra o cuidado que tiveram ao montar tudo.
Os gráficos são detalhados e vibrantes, às vezes até demais. Há momentos em que o visual pode atrapalhar a precisão, especialmente quando você precisa achar rápido os inimigos que estão no fundo da tela. Alguns sprites dos inimigos são pequenos e escuros, e eles acabam se misturando nos cenários cheios de neon. Não é um problemão, mas exige um pequeno ajuste.
Veredito
Se você curte jogos de ação 2D modernos, Neon Inferno é uma recomendação fácil! É rico em estilo e detalhe gráfico, e seus vários sistemas de gameplay se encaixam de um jeito muito legal. O vai e vem entre os dois modos de tiro pode ser estranho no início, mas tenho certeza que muita gente vai se amarrar em dominar essa peculiaridade. Neon Inferno entrega uma mistura satisfatória de ação 2D run-and-gun clássica e moderna em um dos cenários cyberpunk mais cool que já vi.
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Por David Signorelli 
