Ultimamente tenho recebido diversos e-mails de leitores que me escrevem perguntando qual será a melhor opção para consoles da próxima geração. Essa dúvida se torna bastante comum ao nos aproximarmos do lançamento de novos aparelhos, mais ainda agora na reta final, afinal as pessoas querem saber onde empregar seu dinheiro e por isso buscam a melhor opção possível. Ainda que a minha resposta a estes leitores seja meio vaga, pois é difícil escolher algo baseado no gosto alheio, sempre informo e peço pra que sejam levados em consideração os prós e contras de cada plataforma e os jogos anunciados para elas. Afinal é exatamente isso que vai fazer a diferença: jogos.
Dito isto, uma das opções que aparecem entre as básicas WiiU, PlayStation 4 e Xbox One, não é a de um console propriamente dito, mas a de adquirir um PC pra jogos, ou ainda fazer um upgrade na máquina que já possui.
Sim, não é de hoje que o PC tem se consolidado como uma das plataformas mais interessantes para os jogadores, por uma série de motivos: desempenho, custo e biblioteca de jogos.
Responda uma pergunta: porque alguém compraria mais de um console? A resposta parece óbvia: Jogar os títulos exclusivos daquele aparelho. Aqueles jogos que só são lançados para aquela plataforma.
Títulos exclusivos são o que sustentam os consoles: você quer jogar esses jogos e compra o hardware pra isso. Claro que depois de adquirir o aparelho, você o utiliza para jogar outros títulos multiplataforma, mas o que motiva a compra de um console na esmagadora maioria das vezes, são os jogos exclusivos.
E essa é a resposta do porque o PC como uma plataforma de jogos está se tornando uma opção cada vez mais considerada pelos jogadores: com o custo de produção dos jogos cada vez mais alto, as grandes empresas precisam monetizar seus lançamentos o máximo possível, e por isso os principais jogos, aqueles que movimentam a indústria, cada vez menos são representados pelos exclusivos de um console, sendo lançados para a maioria das plataformas.
Vamos pegar os FPS por exemplo: No começo da geração atual, esse gênero era representado principalmente por títulos de console: Halo 3 vendeu 12 milhões de cópias e foi um dos principais motivos pra se pegar um Xbox 360 em 2007. Resistance: Fall of Men foi um dos títulos de lançamento do PlayStation 3 e Killzone 2 foi um dos jogos mais bonitos de sua época motivando muita gente a pegar o console da Sony pra se impressionar com os gráficos. Mas hoje, os principais representantes desse gênero são Call of Duty e Battlefield, dois títulos multiplataforma e que estão disponíveis no PC com as suas melhores versões.
[one_third]”O que determina o sucesso de um aparelho ainda são os exclusivos, Mas hoje o PC consegue brigar de igual pra igual nesse aspecto”[/one_third]
Ainda não se convenceu? Veremos os jogos de ação: Ao final da geração passada o gênero era representado por títulos de consoles: Devil May Cry no PlayStation 2 e Ninja Gaiden no Xbox original. Atualmente uma das principais séries de ação: Assassin’s Creed é outro multiplataforma que tem sua melhor versão nos PCs.
Ah, mas isso é mais pra jogos mainstream. Nos RPGs, gênero super tradicional dos consoles, isso é impossível de acontecer não é mesmo? Um Final Fantasy não seria lançado pra PCs.
Não há 5 anos atrás. Porém em 2010, Final Fantasy XIV saiu primeiro nos PCs e se manteve exclusivo da plataforma por mais de 3 anos, até receber uma versão pra PlayStation 3 recentemente.
A grande verdade é que hoje, um jogador consegue se manter tranquilamente jogando os melhores títulos somente com um PC como sua plataforma principal. Sim é claro que muitos vão dizer que deixar de jogar um título como Red Dead Redemption, que se mantém exclusivo dos consoles, é um sacrilégio. Mas deixar de jogar Starcraft 2, que é exclusivo dos PCs, também é. Aí nós voltamos sobre as escolhas das plataformas: o que determina ainda são os exclusivos. A principal diferença é que hoje o PC consegue brigar de igual pra igual com os consoles até mesmo nesse aspecto.
Dúvida? Vejamos: um dos jogos mais jogados da atualidade: League of Legends, é exclusivo dos PCs. O mesmo ocorre com sua “contra-parte” DOTA 2. Títulos como Sim City, Hawken, Mechwarrior, Elder Scrolls Online, Neverwinter são alguns exclusivos de peso para o PC em 2013. E muitos deles permitem que você jogue gratuitamente, sendo essa uma outra vantagem que o PC trás sobre os consoles: custo dos jogos.
É mais barato jogar no PC
Ainda que não foquemos nos jogos gratuitos, é mais barato jogar no PC. Inicialmente ao compararmos o preço do hardware essa afirmação pode parecer absurda: um console custa atualmente 200 a 300 dólares enquanto um PC pra jogos não sai por menos de 1000 dólares, sendo que esse valor é facilmente ultrapassado dependendo do equipamento escolhido.
Mas é no valor dos jogos que o PC “recupera o investimento”. Enquanto no console os jogos custam em média US$59 no lançamento lá fora e por volta de R$130 a R$200 aqui, os títulos de PC se mantiveram no preço da geração passada em sua maioria: US$49 dólares e aqui no Brasil, lançamentos como Battlefield 4 e Call of Duty: Ghosts podem ser comprados a R$99 no PC. Assassin’s Creed IV: Black Flag, recém lançado, também custa R$99 nos PCs e já é a versão Next Gen, que ainda não chegou nos consoles novos, já que eles não foram lançados.
Mas a verdadeira vantagem do PC aparece nos títulos de catálogo: aqueles jogos que já tem um tempinho no mercado. No PC a desvalorização desses títulos acontece mais rápido e quase sempre eles custam significativamente mais barato que nos consoles. Uma rápida pesquisa online de um jogo já considerado antigo num site de varejo nacional mostra bem isso. Need for Speed Most Wanted, lançado em 2012, custa no site das Americanas, R$120 em sua versão de PlayStation 3, e apenas R$45 em sua versão de PCs. Menos da metade do preço.
Além disso, plataformas online como o Steam fazem promoções anuais onde é possível adquirir esses títulos com descontos realmente impressionantes. E isso não é algo só pra “gringo ver” não. Desde 2012 o Steam já está disponível para os brasileiros, com valores muitas vezes menores do que os americanos e com opção de pagamento por boleto bancário.
Trazendo ainda a realidade da próxima geração para os brasileiros, os consoles não parecem a melhor opção nem mesmo onde deveriam levar vantagem, no custo do hardware: Nossos Xbox One e PlayStation 4 serão os mais caros do mundo, ao custo de R$2.200 e R$4000 respectivamente.
Com esses valores dos consoles nacionais, é possível fazer um upgrade em sua máquina ou até mesmo montar um PC pra jogos do zero. Considerando ainda que no PC a performance dos jogos será de acordo com o investimento em seu equipamento, onde peças melhores significam desempenho melhor (mas também mais custo). E isso parece ainda mais interessante quando os consoles da próxima geração já parecem sofrer pra rodar títulos como Battlefield 4, que não rodará em resolução Full HD em nenhuma das plataformas. Sim, por uma questão de adaptação das desenvolvedoras às novas plataformas, os novos aparelhos não estão entregando o mesmo desempenho que os PCs que já existem no mercado.
As desvantagens
Mas nem tudo são flores. A maior vantagem dos PCs em relação aos consoles também pode ser considerada sua maior desvantagem. O hardware montado, não garante ao PC o mesmo desempenho pelo mesmo período de tempo dos consoles. Isso significa, que enquanto um Xbox 360, que possui um hardware de 2005, continua rodando todos os jogos da biblioteca do aparelho da mesma maneira em qualquer console, um PC de 2005 dificilmente rodará um jogo de 2013. Isso se deve ao fato de que no PC as empresas não tem a preocupação em otimizar os jogos para hardwares antigos. Sua placa de vídeo ultra moderna deixa de ser o foco para a programação de novos títulos assim que é lançada uma nova. E placas de vídeo novas são lançadas praticamente todos os meses. Claro que a tecnologia não muda todos os meses e sua máquina ainda vai ter um desempenho satisfatório por um bom tempo, mas ainda assim devemos ressaltar que a vida útil de um PC pra jogos é bem menor do que a de um console.
A melhor plataforma de jogos para os brasileiros
Mesmo assim, por todos os motivos citados acima, e por ainda termos um governo que insiste em não encarar os jogos como cultura, tributando consoles com impostos maiores que o das armas de fogo, o PC é atualmente a melhor plataforma para os gamers do Brasil. Afinal, por mais que você monte um PC para jogos, você ainda pode usá-lo para uma infinidade de outras tarefas.
Já vi muitos gamers falando que preferem os consoles por serem menos burocráticos é verdade, mas muitos desses desconhecem a facilidade de uso dos PCs atualmente, onde tudo está muito mais simples na utilização, até mesmo no aspecto que mais afasta pessoas, a montagem do hardware. Chegamos a um ponto da tecnologia em que montar um processador Intel numa placa mãe é tão fácil quanto encaixar um cartão SD num slot.
Num próximo artigo, vamos indicar um PC ideal pra jogos, que rodará a maioria dos games da geração atual e da próxima, com um valor que cabe no seu bolso e menor do que você gastaria comprando um dos consoles da atualidade aqui no Brasil. Fique ligado 😉
