Análise – Assassin’s Creed Chronicles: China
A franquia Assassin’s Creed é talvez a minha favorita desde o primeiro game, mas que em um primeiro momento me chamou a atenção pelo pacote todo – história, ambientação, mecânicas – mas que a cada novo capítulo, ao menos um dos quesitos parece me deixar na mão. Assassin’s Creed Chronicles: China pisou bem no que eu mais aprecio, que é a história. E indo mais além, com uma das culturas mais interessantes do mundo, que é a chinesa.
HISTÓRIA
A história…eee lerê…
Assassin’s Creed é uma série feita em licenças poéticas, transformando fatos em mitos de formas geniais e ‘revelando’ propósitos em fatos que nunca imaginamos em nossos sonhos mais loucos. Mas Chronicles China ignora praticamente todos esses elementos que consagraram a mitologia da franquia.
Para quem não acompanha a série e todos os seus derivados, a protagonista Shao Jun foi apresentada na animação Assassin’s Creed: Embers, bem legal e curtinha, contando os últimos dias do mestre assassino Ezio Auditore. Shao aparece pela Europa em busca de orientação do mestre para restabelecer o Credo chinês e vai embora de lá com uma certa caixa, cujo conteúdo é revelado ao final de Chronicles China.
Só que é basicamente essa a história do jogo: Shao acabando com a força templária da China, e vez ou outra relembrando da tal caixa. Não é ruim, e a fase final realmente merece aplausos mas, principalmente com relação aos personagens, fica devendo em tudo.
SOM
É legal, ponto. Cumpre seu papel, mas é bem limitado e sutil, possivelmente para você dar atenção completa ao stealth, algo semelhante ao que é feito na série Splinter Cell. Só senti muita falta de ao menos um tema que ficasse tão marcado na minha memória quanto as canções piratas de Black Flag, as músicas africanas de Freedom Cry, ou até mesmo a trilha da abertura de Assassin’s Creed II.
Mas aqui tem uma coisa que me incomodou tremendamente: durante o jogo, o tutorial se passa em lembranças dentro da Animus com Ezio como seu tutor. SÓ QUE MUDARAM O DUBLADOR DELE! O próprio dublador, Roger Craig Smith, disse ao Kotaku US não saber o porque não contataram para tal, então só resta lamentar.
JOGABILIDADE
Funciona muito bem e dá profundida aos ambientes aparentemente chapados em 2D. Só vez ou outra você pode se atrapalhar um pouco com os diferentes planos de uma plataforma- ir para baixo dela, se pendurar na beirada, subir nela. Fora isso, é um jogo com um ritmo muito mais calmo que o já conhecido da série e praticamente nunca te convida ao combate, e ainda desencoraja completamente encarar mais de um oponente simultaneamente, o que sempre resulta em morte. A sua.
GRÁFICOS
Mais um game em cel-shading. Gráficos quase lavados, aproveitando as artes com fudê – o pincel oriental para pintura – para desenhar paredes e paisagens, mas não há CGs nem mesmo cenas animadas entre as fases, apenas desenhos estáticos no mesmo estilo das pinturas. E durante o jogo em si, é o mesmo gráfico que você já viu em diversos games indie. Apesar do estilo mostrar competência, Chronicles China fica devendo ao resto da série nesse departamento.
ENCERRAMENTO
Assassin’s Creed Chronicles: China está longe de ser um game ruim. Diverte muito bem, mas talvez agrade muito mais a quem tem aversão aos Assassin’s Creed em 3D do que aos fãs que procuram aquela densidade toda em história, fases e personagens (Unity não entra nesse mérito, ok?)
O Game + muda completamente o seu jogo da primeira vez, ainda mais se você tentar passar todas as fases sem matar nem ser visto. É um desafio colossal que vale conquista/troféu, mas recompensa bem o ego dos mais dedicados.
E depois de tantas palavras, o que realmente me incomodou: terem possivelmente matado aquele que poderia ser um dos melhores games em 3D em um subproduto que não é nada além de ‘bom’.
OBS.: O redator presta serviços à Ubisoft Brasil mas esta análise é completamente independente
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