Análise – Dragon Ball Xenoverse 2
X, X, X, X, Y, Y, Y, Y, Y… se você assim como eu, é um dos fãs de Dragon Ball e acompanhou o desenho nos primórdios do Cartoon Network, deve ter ficado curioso pra saber como está Dragon Ball Xenoverse 2, sequência da nova saga dos patrulheiros do tempo, produzida pela Dimps e publicada pela Bandai Namco.
A história do jogo segue o mesmo pretexto do primeiro título, mas agora traça um paralelo com a saga atual de Dragon Ball Super colocando problemas nas linhas temporais, fazendo com que você se junte aos os heróis da série para manter a ordem do tempo/espaço. Você monta seu guerreiro escolhendo entre as raças da série e todas opções (mesmo as mais exageradas) parecem se encaixar muito bem no universo do game. A premissa é interessante, mas como dito acima, não é nada que já não tenhamos visto no primeiro Xenoverse.
Depois que Dragon Ball Z estourou no mercado nos EUA, a trilha sonora americana deixou a desejar e isso se refletiu nos games. Para quem conhece o anime aqui no Brasil, é impossível deixar de cantarolar as músicas antigas na cabeça durante as lutas e a melhor trilha sonora para esse Xenoverse 2 é simplesmente colocar a música de fundo no mudo. As trilhas são todas carnavalescas e apesar de algumas serem boas no geral elas não combinam com o universo de Dragon Ball. Ainda sinto saudades dos jogos da série Sparking no PlayStation 2, únicos a utilizar as mesmas trilhas do anime.
Se por um lado a trilha sonora está ruim, por outro os gráficos estão lindos! Esse é sem sombra de dúvidas o jogo de Dragon Ball mais bonito até hoje. O jogo roda em 1080p e 60 FPS nas lutas e 30 FPS no mundo, o que não altera em nada a experiência, visto que o mundo é apenas um hub para entrar em missões, falar com outros jogadores, escolher modos de jogo, etc. Durante as batalhas, texturas e efeitos são realmente impressionantes e fiéis ao material original. Algumas cenas no modo historia chegam a emocionar os fãs da série reproduzindo momentos marcantes em qualidade superior a do anime.
As lutas estão legais, mas apenas isso. A movimentação está bem fluída e o jogo te deixa mais solto no cenário do que o primeiro título. O tempo da pancadaria está quase lá, apesar dos combos serem muito simplificados. Novamente é impossível deixar de comparar com a série Sparking no PlayStation 2 e ver que é mais um jogo com combos simples e sem a mesma variedade no sistema de batalha. O maior problema no entanto fica ao travar a mira no inimigo. Diversas vezes você vai estar no meio de um combo destruidor e o oponente simplesmente sai da linha de ataque sem querer, quebrando sua sequência sem que você tenha feito nada de errado. É frustrante e isso precisa ser arrumado urgentemente.
Quando funcionam, as lutas até empolgam e o sistema das barras de Ki e Vigor é bem interessante, conseguindo deixar os personagens mais diferenciados. Os novos níveis de Super Sayajin Deus e transformações de Freeza estão disponíveis, no entanto os níveis de poder são mais cosméticos do que eficazes. Quando seu personagem se transforma em Super Sayajin por exemplo, você não sente uma mudança muito brusca na força e no dano que ele causa, ficando mais a mudança do visual. Não é algo que parece compensar muito o gasto de Ki, mas o efeito é sem dúvida muito bacana.
Os mapas de luta estão um pouco maiores, mas não entendemos porque a Dimps insiste em fazer um jogo de Dragon Ball com paredes invisíveis. É realmente frustrante estar no meio de um combo e jogar seu adversário contra uma barreira invisível no meio do nada. É tão difícil botar um loop no cenário e deixar a treta rolar solta infinitamente?
Para progressão do modo história, você vai precisar explorar o mapa e treinar com personagens chave da série. Prepare-se para chamar Vegeta, Nappa, Kuririn, Gohan, Frieza, Cell, e outros de mestres e aprender suas técnicas.
Você fará sidequests em Namekusei, aprenderá as técnicas lixo do Mr. Satan e fará missões ao lado do Great Saiyaman. Ou pode deixar de ser bonzinho e se tornar um capanga de Freeza, podendo até participar da Forças Especiais Ginyu. O fan service é muito bacana e nesse aspecto a Dimps acertou em cheio, dando muitas opções para criar seu personagem da forma que você quiser.
As lutas online são bem bacanas, principalmente em grupos ou com um maior número de adversários, onde fica realmente desafiador manter-se na ofensiva contra 2 ou 3 oponentes ao mesmo tempo. Não enfrentamos muitos problemas de lag e a maioria das batalhas rolou normalmente.
Se você jogou o primeiro Xenoverse e gostou a sequência é um jogo recomendado, seguindo exatamente a mesma linha com diversas melhorias, mais opções de customização e o melhor gráfico que já vimos num jogo de Dragon Ball até hoje. Apesar dos problemas, é obrigatório para os fãs da série.
Prós
- Gráficos e efeitos impressionantes
- Jogabilidade fluída em 60 FPS
- Muitas opções de customização
- As cutscenes são mais bonitas que o anime
Contras
- Músicas carnavalescas e genéricas não combinam com o tom da série
- Problemas no lock-on, perdendo combos certos por que seu oponente sai da linha dos golpes sozinho
- Ainda não tem a profundidade do sistema de batalha da série Sparking no PlayStation 2
- Análise – Dragon Ball Xenoverse 2 - 1 de novembro de 2016