Análise – Just Cause 3
Just Cause 3 é o mais novo jogo da Avalanche Studios publicado pela Square-Enix de uma série que após 5 anos de hiato voltou na nova geração trazendo para os jogadores um pouco mais daquilo que já viram nas últimas edições só que com grandes novidades.
História
Para quem caiu de para-quedas na série, Just Cause 3 é protagonizado pelo personagem Rico Rodriguez que voltou para Medici, sua terra natal e onde se passa o jogo. Medici está sob controle total de um ditador chamado General Sebastiano Di Ravello que como sempre deseja conquistar o mundo e você precisa detê-lo. Ao longo da jornada Rico encontra-se com diversas pessoas já conhecidas dele e até alguns familiares, sendo elas bem caricatas e poucas tendo algum destaque.
Just Cause nunca foi conhecido por ter uma história super elaborada ou personagens bem desenvolvidos mas até que o 3 não é de todo ruim. No final da jornada o que os jogadores irão lembrar serão as explosões e momentos de insanidade, não no rumo que cada um dos NPCs tomou.
Gráfico
Nesse aspecto a série nunca deixou a peteca cair e não seria agora, Just Cause 3 de relance não parece muito diferente dos outros 2 mas conforme o jogador avança essa impressão muda da água pro vinho.
Os cenários são enormes como de praxe, distância de desenho impressionantes, cores vibrantes que realçam o clima tropical, texturas de altíssima qualidade e os elogios não param por aí. O trabalho de arte também é fenomenal, espere até ver os campos de girassóis e demais flores, dá quase para “sentir” o ar de Medici de tão interessante o cuidado com os mínimos detalhes que a equipe de artistas da Avalanche Studios teve.
O trabalho de luz de Just Cause 3 também é de cair o queixo, vale a pena parar só para assistir a transição do dia para noite, é fenomenal e bem realista. Como Medici é uma região fictícia baseada nas ilhas do Mediterrâneo é esperado que o mar tenha tido um tratamento top de linha porém deixou um pouco a desejar, especialmente quando Rico mergulha e o jogador se depara com texturas repetitivas, uma iluminação estranhamente forte, clara… até quando vamos mais à fundo.
Efeitos como explosões, partículas de eletricidade e labaredas estão entre as melhores da atualidade, é altamente recomendado explodir tudo para ver o espetáculo.
Som
A parte sonora merece um destaque na OST composta por Henry Jackman que até então não teve envolvimento com videogames, somente filmes e algumas séries de TV. A trilha é bem variada, consegue capturar bem o clima do jogo e os valores de produção são bem elevados. A trilha segue um ritmo meio “synth-caribenho” e quem curte uma pegada mais eletrônica com certeza vai aumentar o volume.
Os efeitos sonoros são ótimos, com destaque para os barulhos dos jatos e das explosões. Mas como nem tudo são flores o maior problema fica com a dublagem fraca e em certos momentos irritantes. Tentativas frustadas de forçar um sotaque podem fazer alguns jogadores pularem as cenas de corte do game. O dublador de Rico é bem apático e não combinou com o personagem mas mesmo assim ainda está melhor que a dublagem ridícula de Just Cause 2 com bordões clássicos como “My name is Bolo Santosi”.
Gameplay
Diante de tantos jogos open-world o que Just Cause 3 teria de novo para oferecer? A resposta é: muita coisa! As grandes novidades dessa versão ficam com a Wingsuit que permite Rico a liberdade de praticamente voar pelo cenário e a sensação é incrível, chegando a dar calafrios quando você dá um rasante sem tocar o chão. Pode levar um pouco de tempo até o jogador domar bem o uso da Wingsuit mas depois que pega o jeito é até difícil querer usar algum veículo para “voar” por Medici.
Uma grande novidade do jogo anterior que voltou reformulado em Just Cause 3 é o Grappling Hook que agora é possível disparar mais ganchos ao invés de apenas 2 e uma função de atração foi introduzida ao apertar segurar o botão L2 (no PS4 ou LT no Xbox One) onde os 2 objetos grudados pelo gancho são atraídos podendo por exemplo grudar um barril explosivo em um helicóptero e atrair um ao outro criando fogos de artifício no céu. As possibilidades são infinitas, só cuidado para não atrair bugs também!
O jogo também conta com um arsenal enorme e bombas C4 (que tem outro nome) infinitas, fora uma gama imensa de veículos desde Scooters até jatos que atravessam as ilhas em questão de segundos. Existe um sistema de upgrades bem complexo que são adquiridos fazendo as missões de Challenge, o jogo incentiva bastante o jogador a fazê-las até porque sem determinados upgrades a dificuldade costuma subir bastante mas nada que um pouco de destreza não resolva, fora que os checkpoints são bem generosos.
As missões principais do game são muito bem elaboradas e colocam o jogador em situações dignas de filmes da ação dos anos 80 e algumas até lembram os filmes mais recentes do 007.
Quem procura por um jogo longo, com bastante conteúdo encontrará um prato cheio em Just Cause 3. Existem muitos colecionáveis e inúmeras missões opcionais para aqueles com sede por troféus e conquistas. Infelizmente o game tem alguns problemas sérios de loading entre missões ou depois de um Retry que podem levar até 5 minutos e o motion blur exagerado ao controlar a câmera podem incomodar aqueles mais exigentes. Esperamos que alguns patches possam corrigir esses problemas.
Just Cause 3 merece ser jogado por todos aqueles que apreciam um bom caos, bastante liberdade e uma pitada de paciência.
OBS: Recebemos para análise a versão de Xbox One, mas a mesma encontra-se com graves problemas de travamento, impossibilitando avançar no jogo. Solicitamos então uma versão de PS4 no qual foi baseado esse review. Até o momento a versão de Xbox One não recebeu uma atualização.
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