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Análise: Pro Evolution Soccer 2014

Há muito tempo a Konami vinha mantendo seu futebol arroz com feijão no PES, com o padrão conquistado na geração 32 Bits e acrescentando pequenas melhorias. Com isso a série WE/PES acabou perdendo espaço para concorrência nessa geração. Em 2013 a Konami finalmente abriu os olhos e maiores mudanças começaram a ocorrer, e é nítida a diferença que PES2013 apresentou perante a seus antecessores. Entretanto o jogo não ficou tão lapidado e muitas falhas ainda incomodavam os fãs da franquia.

Estava ansioso para o lançamento de PES 2014 e esperava que as falhas apresentadas no game anterior fossem corrigidas, até que veio a grande surpresa: a Konami anunciou que o game seria construído em uma nova Engine. Quando surgiram os primeiros vídeos mostrando a Fox Engine, fiquei muito animado. Graficamente não tinha do que reclamar, dribles maravilhosos, torcida empolgante e animações impressionantes.

Passada a empolgação inicial, os problemas começaram a aparecer. O primeiro deles foi o anúncio de que a Konami havia perdido a licença dos estádios espanhóis junto a EA/FIFA e teve que retirar todos do game. Depois veio a informação que o jogo não teria chuva. Isso deu uma baixada na expectativa e só restaria jogar para ver como ficou.

Ao iniciar uma partida no PES 2014, nos primeiros minutos você já nota que o jogo está bem diferente das versões anteriores, o modo de conduzir a bola, passes, chutes ao gol, tudo mudou. Já fica fácil notar a diferenças de habilidade e agilidade em cada jogador, que possui seu estilo singular, principalmente aqueles jogadores mais conhecidos que receberam um trato especial, não apenas esteticamente mas sim em sua movimentação ou quando ocorre choque entre jogadores, disputas de bolas, dribles e arrancadas, dando uma sensação de realismo como nunca antes visto na série.

Após algumas horas de jogo fica fácil perceber a diferença técnica entre os times existentes no game. Em uma partida com clubes sem grandes craques, são frequentes os erros de posicionamento, marcação, domínios de bola e passes errados. Quando ocorrem partidas entre grandes equipes é muito difícil passar da defesa e mesmo os jogadores mais habilidosos vão enfrentar grandes dificuldades. Pude notar que os gols acabam saindo mais facilmente em confrontos de equipes fracas ou medianas, do que entre grandes clubes e seleções. Os goleiros do jogo estão falhando mais e algumas vezes levam frangos grotescos. Na maior dificuldade do game isso ocorre com menor frequência, mesmo assim incomoda bastante quando chutes fracos e sem pretensão acabam virando gols bizarros.

PES sempre foi famoso por apresentar a face dos jogadores da forma mais fidedigna possível, principalmente das grandes estrelas do futebol. Dessa vez, devido a nova Engine, a Konami está refazendo todas as faces existentes na Engine antiga e isso acaba incomodando um pouco, visto que alguns jogadores estão bem diferentes da realidade, principalmente nos jogadores renderizados na tela, que aparecem na hora que você está montando sua formação e antes de iniciar a partida, visto que alguns estão com uma aparência bem genérica.

Isso mostra que PES 2014 foi um jogo produzido às pressas e teve que sair agora para não perder espaço para o FIFA 14. O jogo sofreu muito com esse curto tempo de produção e acabou ficando com uma aparência de jogo incompleto. Felizmente existe a opção de updates, que prometem corrigir o que deixou de ser feito. O problema é que o preço cobrado do jogo é por um produto que deveria ser mais polido.

JOGABILIDADE

Quanto a jogabilidade, uma grande mudança se deu pelo sprint, jogadores mais rápidos como Walcott, conseguem dar um pique de velocidade que em momentos fica difícil conseguir marcar esse tipo de velocista, que acabam se destacando até mais que jogadores que possuem como característica principal a habilidade. O jogo incluiu alguns assistentes de passes e lançamentos que já vem habilitados como padrão. Joguei algumas partidas com ele e achei que mais atrapalham do que ajudam.  Aqueles que estão acostumados com a série, irão desativá-los logo nas primeiras partidas. Os controles no modo offline estão rápidos e respondem muito bem, o que já não ocorre jogando online, onde alguns comandos durante partidas pela internet são ignorados (você aperta o botão de tocar ou chutar e o jogador simplesmente não responde).

Por falar no modo Online, as partidas que joguei contra brasileiros, em alguns momentos o lag chegou a incomodar um pouco. Notei que a velocidade do jogo também dá uma reduzida, entretanto em nenhuma partida ouve perda de conexão, o que era corriqueiro no PES 2013. Já contra os gringos, o lag deixa a partida praticamente injogável, com travadas e pequenas pausas durante o jogo.

Os menus do jogo pioraram bastante e estão lentos demais. O tempo que você corrigia seu time taticamente nas versões anteriores, agora dobrou. Considero esta a pior falha do game, principalmente quando comparado com os PES anteriores, que tinham seus menus como exemplo a ser seguido.  Tirando esse tormento que é navegar pelos menus do jogo, a forma de arrumar seu time taticamente continua muito melhor que seu concorrente. Você consegue coordenar sua equipe do modo que bem entender, editando sua formação ou estilo que o time irá se comportar em campo a qualquer momento através de configurações pré programadas pelo jogador. Fica a sensação de que a culpa é sua quando ocorre um erro de posicionamento durante a partida, e também a gratificação quando um jogador recebe um lançamento inesperado pelo adversário, afinal você planejou aquele lance através das edições táticas da equipe.

Quanto a quantidade de clubes e seleções o jogo está mais completo que os anteriores e continua com exclusividade da UEFA Champions League, UEFA Europa League, e Copa Libertadores. Como novidade foi incluída a AFC Champions (Competição de clubes asiáticos), além da liga Argentina e Chilena.

As ligas que o jogo não possui as licenças completas, permitem que a edição manual dos clubes, que estão com nomes e uniformes genéricos. Os modos de jogo continuam os mesmos, sendo que o Become a Legend (Rumo ao Estrelato) e Master League deverão receber em breve uma DLC trazendo novidades, visto que estão bem básicos. O Training Mode está muito completo e a Konami acabou caprichando nesse modo para que o jogador aprenda a utilizar todas novidades que o jogo proporciona.

SOM

As torcidas ficaram mais animadas e empolgantes em PES 2014. Novos gritos e vaias deixam o jogo mais imersivo. A narração de Silvio Luiz com comentários de Mauro Beting ganharam novas frases, além dos jargões já existentes na série. As músicas estão com estilos mais diversificados possíveis, tanto que logo no menu de abertura do jogo começa com uma ópera, deixando uma variedade musical mais coesa. De qualquer forma o jogo continua possibilitando que o usuário coloque a música que desejar em seu editor, permitindo a você utilizar suas músicas favoritas e até desabilitar as existentes no game.

GRÁFICOS

PES 2014 é um jogo que tinha a pretensão de reestruturar toda a série. A Konami saiu de sua zona de conforto e notou que se não trabalhar duro por novas melhorias, vai a cada ano perder mais fãs de seu fiel público. Com isso notamos grandes melhorias na parte gráfica e animação, como também diversos problemas que até então eram inexistentes nas versões anteriores. Mesmo com todas as falhas, o jogo não perdeu sua identidade, continua divertindo os fãs da serie e apresentando diversas novidades que renderão horas e horas de gameplay.

O que realmente anima é que após a mudança para FOX Engine, a partir de agora a Konami terá um bom tempo para produção de seu próximo jogo, e quem sabe em 2015, com mais conhecimento para trabalhar nessa nova Engine, a série não volte a ser referência no futebol virtual.

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