Análise – The Witcher III: The Wild Hunt
Desenvolvido pela polonesa CD Projekt Red para Xbox One, PlayStation 4 e PC, The Witcher III, surgiu quebrando a banca e dilacerando os inimigos e com isso marcou um novo setting nos RPGs eletrônicos. Você entra na pele de Geralt de Rívia, um cara brutal, astuto e cheio de vigor com as mulheres.
ENREDO
Na pele de um destruidor de monstros e corações, o bruxo Geralt de Rívia, um autêntico canastrão, você está numa missão em busca de sua única amada, Yennefer de Vennenberg, que após lhe enviar uma carta com um final sacana, não aparece no local combinado. Sua missão inicial é achar a mulher e ver o que ela quer, mas no meio disso várias coisas acontecem e a trama muda de foco em vários momentos do jogo. Trabalhando com momentos de pancadaria, amor, putaria e tensão, sua aventura no gigantesco mundo do game, vai lhe surpreender, mostrando que a trama principal não é tão principal.
O mundo está em guerra, o império de Nilfgaard, que lembra o de Roma, quer total domínio do norte, mas a ultima resistência dos nortenhos continua bem viva e poderosa.
De temas políticos à cenas de sexo dignas de light porn, The Witcher III, trata dos mais variados temas adultos, a classificação indicativa no Brasil está bem errada. Jamais ví temas tão fortes tão arquitetados dentro de um jogo. Nada do que se faz é inconsequente, tanto que o game oferece mais de 30 finais.
Sadismo, maldade e crueldade, qualquer ação tomada pode trazer um sentimento de culpa no futuro. Foram várias as vezes que agi de forma intencionalmente boa e vi um pobre coitado ser desgraçado pelo destino.
Para quem busca uma história interessante, excelentes diálogos e um Role-Play bem acima da média, The Witcher III é uma refeição inesquecível, uma que faz as melhores vovós ficarem com inveja.
GAMEPLAY
Com toda a certeza, esse game tem um dos melhores sistemas de combate já criados em jogos do gênero. Nos níveis de dificuldade mais altos ele exige, além de afinidade com o controle, inteligência táctica do jogador e isso tudo em tempo real. The Witcher III pega o melhor de seu antecessor e aprimora a outro nível, desde o sistema de alquimia completo até um sistema de loot e craft dignos da série Diablo. Para criar um game Open World muito vivo e dinâmico, eles preencheram o mundo com pontos de interesse e quests relevantes a evolução do personagem e até ao lore e background do game, trazendo uma experiência inigualável e única ao jogador.
O game dá muita liberdade na aventura, na progressão e na evolução do personagem. São 4 arvores de Skills e cada uma se evolui uma habilidade diferente. A primeira é Swordmanship, e onde você evolui suas habilidades de pancadaria e brutalidade.
A segunda arvore é de Signs, que são as magias dos Bruxos, que evoluem a tal ponto que e chegam até a modificar a maneira de uso da magia. O sinal Igni por exemplo muda de uma onda frontal de fogo a um lança chamas direcionado.
A terceira e arvore é Alchemy, que evolui suas habilidades e resistências com as várias poções e oleos do games. As poções podem aumentar a regeneração de vida e também melhorar sua visão no escuro ou até aumentar suas resistências e são bem importantes no níveis de dificuldade mais altos. Os óleos são utilizados nas armas e aumentam o dano contra um certo tipo de inimigo ou adicionam/aumentam chances de envenenamento e outros status negativos.
A ultima arvore é uma Geral, que adicionam habilidades como aumento de regeneração, aumento de HP ou geração de adrenalina que é uma barra que lhe permite decepar de forma espetacular a cabeça de inimigo e tudo isso de forma triunfal.
A movimentação de Geralt é muito natural e realista. São 3 botões defensivos: bloquear, esquiva e rolar. E 3 de ataque, golpe rápido, golpe forte e bombas/besta. Além desses tems os sinais que podem ser utilizado de forma defensiva e ofensiva.
De novidades temos um modo Sherlock Holmes, onde você entra num modo com sentidos aprimorados de bruxo e ouve, enxerga e sente melhor tudo que está a seu redor. Essa mecânica é utilizada de forma magistral em sua aventura, e sempre será necessária, seja para te preparar para o perigo ou investigar algum objetivo.
Outra novidade é que agora a locomoção é feita através de uma égua, chamada de Roach ou Plotka, para quem leu os livros da série. Além disso temos placas de viagem rápida, para agilizar a locomoção no mapa gigantesco do game.
Os controles são relativamente fáceis de pegar, creio que alguns minutos de treino no tutorial com certeza bastarão.
O combate do game é evolução do game anterior, o foco é no combate corpo a corpo, ou seja, a mais pura pancadaria. Como antes você tem duas espadas, uma de ferro para humanos, humanoides e animais e outra de prata para fatiar monstros desgraçados que estão em grandes quantidades do mundão. As magias e poções/óleos estão ai para seu auxilio e oferecem excelentes opções tácticas. Dessa vez também será necessário reparar armas e armaduras, a durabilidade geralmente é tranquilas,mas é sempre bom checar antes de uma batalha contra os monstros mais poderosos. Existem várias side quests que vão exigir busca e criação de armas e outros itens através de materiais específicos e nelas podem ser feitos upgrades a partir de várias runas que vão sendo encontrados, comprados ou ganhados durante sua jogatina.
Entrevista com Marcin Iwiński, co fundador da CD Projekt RED durante a BGS 2014.
O que faz The Witcher III ser diferente do segundo é que o mundo é GIGANTESCO, trazendo uma evolução gigantesca na exploração, alcançando e até ultrapassando os níveis da série The Elder Scrolls, que para quem conhece sabe que é um feito imensurável.
As missões secundárias são muitas e são EXCELENTES. Existem vários tipos de missões e todas esses tem um background completo por trás, adendo riqueza ao universo do game. Não existem quests banais como as de apenas ir em X buscar Y, ou quests pra encher linguiça que quase sempre são sem graça.
AUDIOVISUAL
The Witcher III é um game exclusivo para a nova geração de consoles e pro PC e mostra o porque a velha geração precisa morrer. Jogando no PS4 percebi que tecnicamente temos pequenos glitches gráficos, como pop-ins e pequenas quedas de frames rate, principalmente. A parte artística e gráfica do jogo, num conjunto de obra é MARAVILHOSA, principalmente pela qualidade e quantidade de elementos na tela e as aplicações fisicas do game. Na minha opinião bate com folga todos os sandboxes dessa nova geração com certa folga, tirando talvez o Infamous Second Son, que não tem 1/10 da vida que o mundo de Witcher III.
O mundo é tão bem construído e detalhados que nem repetição de texturas e assets eu não percebi durante minhas quase centenárias horas de jogo.
A modelagem dos personagens e inimigos são excelentes e as texturas das armaduras,roupas e armas idem. O jogo de certa forma pode ser considerado entre os mais bonitos dessa geração. Batendo em grandes jogos da new gen, principalmente os exclusivos e também outros grandes lançamentos, como Shadow of Mordor, que também tem mundo abertão.
As músicas e sons são muito bem feitos e bem ambientados. O detalhismo dos barulhos noturnos, diurnos e as músicas ambientes são excelentes, para quem comprou mídia fisica o game vem com um CD contendo a trilha sonora. E como poucas produtoras a CD Projekt Red se mostra mais uma vez um estúdio bem competente quando o assunto é apresentação, o game vem com um compendium da série, o cd, um cartão de agradecimento e um mapa mundi. Essa galera merece bem mais que os parabéns.
RESUMINDO
The Witcher III: The Wild Hunt é um sonho realizado para os gamers. A aventura de Geralt de Rívia está no topo da cadeia alimentar, com gráficos excelentes, parte sonora impecável, missões de muita qualidade, enredo, lore e background de primeira e uma infinidade de elogios, que são difíceis de expressar. Muito obrigado CD Projekt Red. Foram muitas horas de jogo de altíssima qualidade e com certeza o bruxão vai deixar saudade.
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