Aragami – Análise
Aragami é um jogo independente de uma produtora de Barcelona chamada Lince Works. Originalmente o jogo seria apenas um trabalho de conclusão de curso mas devido ao sucesso acabou virando algo maior.
Focado em furtividade, Aragami lembra bastante Tenchu franquia lançada no Playstation em 1998 e que há algum tempo não aparece nos consoles.
Você irá controlar Aragami um espirito vingativo que foi invocado como último recurso por uma sacerdotisa chamada Yamiko que teve sua família massacrada e agora é prisioneira da Guarda da Luz.
Aragami surge sem lembranças do seu passado e ao decorrer da aventura novas memórias são desbloqueadas para assim descobrir mais sobre sua história.
O enredo em si não é muito interessante e fica ainda mais fraco pela falta de desenvolvimento dos personagens. Isso ainda piora devido alguns clichês que aparecem no decorrer da experiência. Não existe nenhuma surpresa ou reviravolta e essa previsibilidade no roteiro torna a historia descartável deixando apenas o gameplay como foco.
Jogabilidade
O gameplay tem elementos interessantes como as habilidades de sombras que são desbloqueadas ao adquirir pergaminhos de técnicas espalhados pelas fases.
As habilidades podem ser utilizadas apenas um número de vezes para equilibrar o sistema de jogo mas mesmo assim em alguns momentos certas habilidades acabam desequilibrando o jogo, principalmente devido a uma inteligência artificial fraca que mesmo que sob alerta, em pouco tempo volta a sua rotina principal.
Existem alguns problemas também no posicionamento dos inimigos e das suas rondas que são simples e facilmente contornáveis com a habilidade básica de saltar pelas sombras. O assassinato dos inimigos é feito através de uma killcam que tira o ritmo do gameplay.
Os inimigos apesar de possuírem espadas atacam feixes de luz que são mortais e um tanto quanto inconveniente em certos momentos.
O Pulo das Sombras de Aragami é a habilidade básica de deslocamento do jogo e pode ser realizado a curta distancia entre sombras. A ideia é bem interessante mas a falta de precisão do sistema para subir em algum local torna as vezes o uso complicado, principalmente porque Aragami não possui um pulo, uma decisão de design complicada e duvidosa.
O Level Design do jogo também é pobre e a maior parte das fases tem aspectos parecidos e falta algo na direção de arte para tornar cada área memorável e única. Isso faz com que caminhar pelo jogo se torne algo repetitivo principalmente quando o objetivo de boa parte das fases é desativar uma barreira de luz que consiste em quebrar orbes espalhados pelo mapa.
O visual em Cel shading também não é muito inspirado e falta uma paleta de cores mais convidativa e envolvente.
O jogo tem um fator replay baseado em notas por desempenho e em selos que são adquiridos conforme sua performance nos estágios. Por exemplo: se você matar todos na fase vai ganhar um selo de Demônio e se você ganhar vários destes desbloqueará uma skin diferente. As notas são conforme sua pontuação e você pontua ao matar um guarda sem ser visto, não deixar nenhum corpo a mostra e não morrer nenhuma vez.
Existe também o modo cooperativo que funciona melhor e incrementa a simples experiência do jogo tornando-a mais divertida.
O áudio também não traz lá alguma trilha significativa, nem em questão de auxiliar o gameplay te dando percepção de espaço pelos sons e nem em questão de dar um clima de tensão pela musica.
Aragami não é uma experiência das mais interessante mas não é descartável e pode trazer alguma diversão para quem é saudosista e carente de jogos de furtividade como Tenchu. Jogando com um amigo a experiência será mais divertida.
Para um jogo de uma desenvolvedora pequena Aragami é um bom início, mas esperamos que a Lince Works nos traga algo melhor em seu próximo título, já que em conceitos Aragami é bem interessante faltando apenas uma execução mais cuidadosa.
Pontos Positivos
- Modo cooperativo num jogo de furtividade total
Pontos Negativos
- Aragami não tem pulo
- Level Design pouco inspirado
- Inteligência artificial fraca e previsível
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