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13, jun 2021
Astalon: Tears of the Earth
10
Mas eu JURO que não pulei nos espinhos de propósito...

Astalon é uma aventura boa, memorável e que todos devem experimentar. Mas ninguém disse que seria fácil...

Ah, Astalon, que jogo. Eu havia assistido uns previews do jogo e confesso que achei que seria no máximo um jogo legalzinho, mas gente, como eu estava enganado.

Digo adiantado que esse é provavelmente um dos melhores jogos que já joguei nos últimos anos; cheios de surpresas, segredos, momentos que fazem seu sangue ferver, seu coração amolecer e cabelos a arrancar.

Tão divertido de explorar mas tão difícil de avançar, é a receita perfeita para nos tornarmos melhores e superarmos os diversos desafios que o jogo trás, ou seja, apenas uma maneira fofinha de chamarmos também de “vício”.

Desenvolvido pela LABS Works e distribuído por DANGEN, Astalon: Tears of the Earth é um jogo de ação-aventura com elementos fortíssimos de RPG e exploração no melhor estilo Metroid-vania, mas mais vânia do que Metroid nesse caso, pois é notável sua inspiração na lendária franquia da Konami. Disponível para PlayStation 4/5, Xbox One/ Series S|X, PC e Nintendo Switch, cujo qual essa análise é baseada.

O jogo é lindo demais.

O que acontece na trama de Astalon é que o planeta foi submetido a uma guerra nuclear que resultou na destruição quase total da terra, deixando-a um grande deserto com alguns assentamentos.

Um desses assentamentos está sofrendo um perigo iminente com envenenamento nas águas que circulam o lugar, veneno que está sendo despejado nos rios na base uma torre enorme e bizarra.

Tendo isso em vista, a única maneira de parar com isso é chegar a raiz do problema – invadir a torre e destruir a fonte dessa treta. Três heróis escolhidos seguem em direção a essa construção do mal com o objetivo bem claro em mente. Os heróis são: Arias, o guerreiro, Algus, o mago e Kyuri, a arqueira.

Kyuri em ação.

Logo no início do game nos deparamos com um encontro com um suposto vilão que bem, nos mata antes mesmo de podermos fazer alguma coisa. Porém, nosso amigo Algus não pode simplesmente morrer ainda, ele será revivido com suas memórias intactas momentos antes de entrarem na torre, concedendo-os melhoria de atributos e itens em troca de orbes azuis que são obtidos matando os inimigos.

O ciclo continuará até que Algus, o mago, conceda ao titã da morte seu desejo, e após concluí-lo, ele reterá sua alma para sempre. Mas seus companheiros não ficarão sabendo disso quando viermos a morrer, apenas Algus.

Mas é isso, galera, é assim que ficamos mais fortes nesse jogo; através da morte. Não há punições reais ou “limite” de vezes que podemos morrer nesse jogo, então sempre que viermos a vir a óbito, poderemos melhorar nossos personagens e adquirir certos upgrades que darão uma mão na aventura, upgrades como um mapa, um item que atrai os orbes até você, melhoria temporária de ataque e por aí vai.

Você vendeu a alma para esse demônio.

Cada personagem pode aprender um total de até três habilidades passivas e ativas, e mais três tipos de atributos: Ataque, defesa e velocidade de ataque, todos eles terão um limite máximo a ser evoluído e, com tudo, custará bem caro para subir cada um deles… isso é, se você não conhecer os picos bons para catar experiência.

A progressão do jogo é bem não-linear, significando que não conseguiremos terminar uma dungeon ou outra sem que antes seja necessário ir atrás de uma chave específica para abrir um caminho lá longe. O que eu quero dizer é, o jogo trará algumas barreiras que poderão ser acessadas com três tipos de chaves diferentes (que são achadas de maneiras mais “comuns”(umas nem tanto)) e artefatos que são obtidos ao derrotar os chefes, então estaremos constantemente indo e vindo dos lugares o tempo todo, mas para nossa sorte o jogo tem elevadores espalhados pela torre que servirão como atalho de acesso rápido.

Vá com calma, a dificuldade de Astalon não é moleza.

É um jogo feito para correr? Definitivamente não. É um jogo que não vai perdoar, não vai segurar na sua mão o tempo todo e tudo que tem no cenário quer você morto.

Então é melhor se acostumar e aprender a jogar com todos os personagens se quiser ter um chance de concluir este game.

Fui com o Arias boa parte do início do game porque achei ele o mais rapidinho, versátil e forte, mas também é um inapto para exploração, então dá-lhe Kyuri e seu auxílio de pulo e demais características.

Porém uma hora ela não é boa para certas coisas, então tive que recorrer ao outro personagem, e depois ao outro numa troca muito frequente e necessária para prosseguir de maneira correta.

Os inimigos são os mais variados.

Astalon fica interessante a cada pequeno avanço que damos, todos os personagens possuem evoluções de suas armas, de habilidades especiais para atravessar melhor as dungeons e assim sucessivamente, tudo o que coletamos e aprendemos no jogo serão úteis sempre, então cada mísero upgrade faz toda a diferença, e é super notada pelo jogador, deixando a experiência divertida e nova o tempo todo.

O jogo possui um bestiário de quase 100 tipos de inimigos, sub-chefes e chefes que podem ser completados ao derrotar um número determinado de um deles, além de informações sobre o monstro e sua localização, quanto de experiência ele dropa e quantidade de vezes que foi derrotado, muito completo.

Falando ainda dos inimigos, os chefes são muito bons, as músicas orquestram toda a batalha enquanto mantem-se a seriedade e dá esperança ao mesmo tempo para o conflito árduo que sempre são. Batalhas bem pensadas e que fazem todo o sentido, feito com muito amor mesmo.

Será necessário revisitar locais já explorados para poder progredir na aventura.

Não cheguei a comentar sobre gráficos e sons ainda pois preferi deixar para o final, e digo que, apesar de ser adotada essa pegada 8-BIT, o game é lindo nos detalhes, detalhes que são cruciais serem notados para identificar passagens secretas e outros mistérios do game.

Durante a exploração da torre encontraremos sub-áreas (gosto de chamar de dungeons) repleta de mecanismos, cenários orgânicos, cavernas, regiões externas e corredores bem sombrios, todos lindamente bem executados e pensados, uma aula de level-design que muitos desenvolvedores deveriam se inspirar.

E igualmente bem feita é a trilha sonora que evolui a cada avanço, começando com aquela musiquinha bem de boa de primeira área até chegar perto do final do jogo num estilo agitado como na série Ys, é muito louco, kudos para a batalha final que é do caramba também, para não dizer outra palavra.

YouTube player
Trailer do jogo, dá para ter um gostinho!

O que eu tenho para dizer a mais sobre Astalon são os extras. Há alguns finais do jogo para se habilitar assim como três outros modos além do normal. Os finais são simples porém interessantes, nada se compara ao true-ending do jogo, cujo qual recomendo mesmo que o faça (100% do mapa e 100% dos itens), revelando assim o background todo da história tão bem como a verdadeira conclusão.

Alguns desses extras são habilitados realizando tarefas dentro da aventura principal, assim como foi citado acima para o true ending, então tudo é importante fazer para desvendar cada pedacinho da trama. Dica, compre TUDO o que o titã da morte lhe vende o mais breve possível.

Para concluir sem mais spoilers, o jogo não é só o que parece, ok? Tem muito segredo aí que não revelei, muita coisa extra que vocês nem sonham. Meu único pedido é que deem uma chance a esse jogo e a vocês mesmo por terem essa experiência ímpar que é jogar Astalon, um must have para os fãs do gênero.

Astalon pode ser concluído em torno de 20 horas para fazer 100%, pelo menos foi o que eu levei, mas pode variar um pouco dependendo da velocidade que se joga, tá cheio de replay value com os modos extras e pelo preço que tá, tá valendo demais.

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Excelente jogabilidade.
Gameplay diversificado pra caramba.
Personagens e enredo cativante.
Trilha sonora e departamento artístico top.

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A dificuldade pode frustrar algumas pessoas.

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Fábio Kraft
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