Octopath Traveler
Primeiro o básico: Octopath Traveler é um JRPG bem old school, mas feito hoje. Ele intencionalmente imita o estilo gráfico dos jogos da série Final Fantasy da era SNES (então IV, V e VI), mas com recursos modernos para apimentar as coisas.
O abundante brilho da iluminação não teria sido possível no início dos anos 90. E a trilha sonora é mais sofisticada do que os lindos blips e bips dos antigos MIDIs. Mas, de outra forma, você encontrará encontros aleatórios, combate baseado em turnos e sistemas de avanço que você teria encontrado em Illusion of Gaia ou Phantasy Star.
Existem oito personagens que na verdade acabam sendo oito jogos diferentes. Eles meio que se cruzam, mas cada personagem tem seu próprio enredo solo com um elenco de personagens de apoio. Essas histórias ocasionalmente se encontram, mas não há um momento “ahá!” em que os fios se juntam para formar um todo maior. Como tal, é como obter 8 mini-JRPGs diferentes. E considerando o quão grande costuma ser um JRPG, um mini ainda pode significar muita coisa.
A versão de PS5 ficou excelente, os gráficos são bem otimizados e os truques visuais fazem muito com pouco. O efeito Bloom pode exigir muito de um jogo mais moderno, mas em um jogo de sprite 2D, não é tão pesado por assim dizer. Os 60 FPS também ajudam bastante, ainda mais considerando a velocidade dos menus do original que era meio lentinho.
Mas o jogo em si ainda vale a pena ser examinado. Como um JRPG, ele é muito bem elaborado. As batalhas por turnos são simples, mas há estratégia suficiente para que você não fique entediado. O sistema de pausa permite que você atordoe os inimigos com certos tipos de ataque, e o sistema de boost permite que você carregue seus ataques e magias em versões aprimoradas deles mesmos. Conforme você combina mais e mais dos 8 personagens, mais combos e estratégias surgirão.
Um JRPG normalmente é determinado pela qualidade de sua história e Octopath Traveler é inconsistente nesse departamento. Eu me divirto ao notar que quase não há acordo sobre quem é o melhor e quem é o pior perosnagem. Eu vi pessoas que amam e detestam Tressa. Eu conheci caras que amam a “maldade” de Therion e pessoas que acham que ele parece um Gerard Way da Shopee. Essa discordância mostra que há algo para todos em Octopath – mas poucas pessoas vão se divertir totalmente com o jogo inteiro.
Isso se deve em parte à falta de ambição narrativa. O primeiro Final Fantasy era muito baseado em Dungeons and Dragons, mas foi filtrado pelo Japão no final dos anos 80. É mais novelístico do que épico, e não há personages tão icônicos quanto Kefka. Não há nem mesmo um personagem tão memorável quanto Bartz. As histórias em Octopath são pessoais em vez de épicas, sinuosas em vez de urgentes, difícil explicar.
VEREDITO
Embora eu desejasse que Octopath tivesse uma ambição um pouco mais evidente, o fato é que ele definitivamente cumpre o que se propôs a fazer. O combate baseado em turnos é muito envolvente, assim como as histórias estilo novela e embora parte da escrita e da dublagem tropece em alguns lugares, isso é parte do charme. Para o bem e para o mal, Octopath Traveler evoca os jogos do passado e, para muitos de nós, isso faz toda a diferença.
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