Análises

Voice of Cards: The Beasts of Burden

10
A nova aventura monstruosa do universo de Voice of Cards

Mais um RPG simples e modesto para acrescentar ao acervo dos consoles da geração atual e PC!

Voice of Cards: The Beasts of Burden é o terceiro jogo desta série desenvolvida pela Alim e publicada pela Square-Enix.

Eu terminei o primeiro jogo por completo e, por mais que eu tivesse um preconceito enorme de jogá-lo por conta de se tratar de um “jogo de cartas”, quebrei a cara, só para variar um pouquinho. Partindo do incentivo de uma pessoa muito importante pra mim, decidi jogar e experimentar só para entender que estamos lidando aqui com um dos jogos mais interessantes e bonitos do gênero RPG com batalhas por turno.

A arte das cartas mantém o alto nível da série.

Tanto o primeiro quanto o terceiro (infelizmente não joguei o segundo até hoje por falta de oportunidade) são maravilhosos. A arte das cartas, dos personagens, inimigos, itens, tudo bem ilustradinho e detalhado nos mínimos detalhes, graficamente e informativamente com conteúdos para se ler a respeito de uma carta em específico.

Como funciona esse jogo afinal de contas? Da mesma maneira que funciona um RPG tradicional porém totalmente narrado, só que ao invés de você mover um personagem, você move um pino, como se estivesse jogando um jogo de tabuleiro. A exploração dos mapas são sentidas como um ponto de desbravamento, pois ao chegar perto de uma carta virada para baixo, revelamos um novo relevo para poder passar (ou não), e assim, encontramos pelo mapa as dungeons, cidades, peças de sidequests, dentre outros tipo de quinquilharia que pode ser escavado por aí.

Olha a mentira aí!

O jogo conta sim com cidades, lojas, vendas e compras de equipamento, tudo como um RPG japonês tradicional, mas o que incomodou um pouco os jogadores é a taxa de encontros de batalha durante as caminhadas pelo mundo, o que pra mim foi sempre tranquilo porque eu tenho um apreço por ficar ralando inimigos e ganhando experiência, mas confesso que é um pouco exagerado sim, coisa de 3 passos para uma batalha na maioria dos casos.

Em Beasts of Burden nós assumimos o papel da protagonista sem nome (pois damos o nome à ela), juntos de L’Gol, Pulche e Travis, em busca de respostas para um evento fatídico que ocorre logo nos primeiros momentos da gameplay. Cada um dos heróis tem motivos fortes para seguir junto ao grupo e a maneira que os eventos se entrelaçam com tudo o que está acontecendo é simplesmente muito bem feito. Somados a trilha sonora melancólica clássica do Keichi Okabe e com os vocais da sensacional Emi Evans, que trabalhou em títulos famosos como Nier e Nier Automata e a série Drakengard.

O mapa do jogo é realmente como se fosse um tabuleiro.

Esse título de Voice of Cards faz com que o jogador entre numa jogada como em Pokémon, de você coletar as cartas dos seus inimigos para utilizar seus ataques durante as batalhas. Cada uma das cartas possuem um nível próprio dela, sendo que a maioria chega a 5 estrelas, enquanto umas chegam até 3, isso depende bastante da função que ela desempenha como curar, atacar, aumentar e reduzir atributos, causar efeitos colaterais e etc.

Você coleta as cartas dos inimigos e mantém eles num deck que, por sua vez, pode ser distribuído entre todos os membros da equipe, exigindo a atenção do jogador para deixar golpes mais fortes com os atacantes, cura com os mais rápidos e por aí vai, a customização é bem alta e a quantidade de monstros para ser recrutadas são muito grandes também, deixando as coisas sempre com um gostinho de quero mais.

Cena de batalha com cartas em pixel art!

VEREDITO

Eu recomendo muito o primeiro e o terceiro jogo, acredito que o segundo seja igualmente bom, mas esses são excelentes. Esse review foi feito na versão do Nintendo Switch que, por sua vez, permite que ele seja jogado inteirinho na tela de toque quando se está com ele no modo portátil, para imersão!

O jogo pode ser finalizado com cerca de 20 horinhas, 30 caso queira fazer tudo, mas é uma experiência bem impar e divertida. Jogo polido, bem balanceado e maravilhosamente executado, algo que achei que não seria mesmo minha praia, acabou me surpreendendo bastante.

David Signorelli