Returnal foi desenvolvido pela Housemarque e publicado pela PlayStation Studio, exclusivamente para o PS5. É um Third Person Shooter arcade com construção Rogue, com combates frenéticos e uma narrativa intrigante.
Returnal é um exclusivo inesperado e que poucos jogadores terão coragem e paciência para imergir em sua experiência.
História e Narrativa
Returnal é um jogo obscuro, com uma narrativa louca e fraturada. O jogo vai contando sua história através de fragmentos da memória da personagem principal e arquivos deixados por ela durante os diversos ciclos que os jogadores terão que passar durante sua experiência de jogo.
Você vive na pela Selene, uma astronauta viajando e explorando o universo. Logo no início do game você está explorando a atmosfera de um planeta e acaba sofrendo um acidente. Com alguns minutos de jogo você será apresentado ao que vem acontecendo neste misterioso planeta.
Toda vez que você morre o game recomeça a partir do inicio e apresenta novos mapas, desafios e inimigos, e ao longo de sua jornada ardua você vai descobrindo pedaços dessa história e os motivos que levam a tudo recomeçar sempre que você cair.
Returnal oferece uma história oculta e intrigante, que vai agradar bastante fãs ficção cientifica e terror, lembrando princialmente os últimos filmes da série Alien (Prometeus e Covenant) e outras obras como Metroid e a novelas de HP Lovecraft. Quem gosta dessa pegada com certeza vai se sentir compelido a ver tudo que Returnal quer contar, ou pelo menos a tentar extraiar o máximo que conseguir.
Jogabilidade
Returnal é um shooter arcade bem padronizado e excelentemente executado. Você pode pular, se esquivar, se movimentar e meter bala pelas arenas com total liberdade (dentro das regras do jogo). O que o diferencia de outros games modernos do gênero, é que você não tem cover e ele é praticamente um bullet hell 3D, o que é bem raro de ver em jogos desse tipo.
Se você jogou Nier Automata e lembra da caralha de projeteis vindo em sua direção em alguns momentos, Returnal é muito mais complicado do que aquilo. O game começa bem tranquilo para encinar os jogadores a sua base, mas logo começa a forçar seus desafios, que com certeza podem ser frustrantes para uma grande parcela de jogadores.
Como se não basta-se, o game também é um Rogue Lite, que basicamente significa perder quase todo progresso ao morrer, além do mundo ser modificado e os desafios serem diferente a cada morte. Para ilustrar melhor, vou descrever o que vai acontecer nas suas primeiras horas de jogo. Você vai conseguir 40% a mais de HP, ter uma arma nível 5, estar com itens de cura e ao enfrentar o primeiro chefão será completamente dizimado e vai voltar a estaca zero com praticamente zero progresso dentro do jogo. E vai viver este ciclo até aprender a jogar e desafiar o primeiro chefe.
Returnal tem mecâncias de jogo simples, mas extremamente complexas ao mesmo tempo. O jogo vai te desafiar a aprende-lo e mesmo assim vai te frustar em diversos momentos, pois isso faz parte da proposta de jogo. Você pode estar bem pra caralho, com Selene cheia de vida e upgrades, entrar no lugar errado no memomento errado pode acabar com tudo isso em poucos segundos.
Na minha visão essa escolha, além de inesperada e ousada, vai dimuir as vendas do jogo, pois são impopulares no mercado AAA, além de testarem demais as capacidades e paciência dos jogadores. Ser rogue é sinônimo de ser frustrante e repetitivo, e o preço a ser pago será no bolso da publicadora.
Eu joguei 10 ciclos e terminei o game com aproximadamente 15 horas, mas terminei ele mais de uma vez. É um game que vai precisar de dedicação e interesse do jogador, mas será extremamente satisfatório aprende-lo e domina-lo, e mesmo não sendo para qualquer um, recomendo fortemente para quem gosta de se sentir desafiado e frustrado.
Audiovisual
Returnal é um jogo com arte única, e junto a narrativa intrigante do game você terá momentos de tensão e mistério que poucos jogos conseguem entregar. Tecnicamente é um jogo que roda cravado em 60 FPS e embora não tenha as melhoras animações do mundo, a pegada arcade do game combina perfeitamente com a movimentação e precisão que os controles oferecem.
A trilha sonora e os efeitos sonoros com fones de ouvidos de alta qualidade são absurdos e aprimoram ainda mais a ambientação tensa e intrigante do game. A sonoridade do game me lembra uma mistura dos novos filmes da série Alien com Metroid Prime, o que me agrada bastante e acompanha o clima obscuro do game.
Conclusão
Na minha opinião Returnal se beneficiaria se não se basea-se tanto em aletoriedades e tivesse um balanceamento maior nos desafios. Tem horas que o game parece um passeio no parque, para logo em seguida castigar o jogador sem se preocupar em recomepensa-lo de forma decente. O gênero rogue é ultrapassado e mesmo tendo um proposito no passado, hoje não é uma escolha inteligente para um produto AAA de uma grande publicadora como a Sony.
O preço das escolhas do Dev e da Playstation Studios foi na ponta, onde houve repudio e incerteza pelo público. Eu particularmente não tenho problema com desafios, mas não gosto de me sentir sendo punido constantemente e repetindo coisas sem um proposito. Eu terminei Returnal em 10 runs e aproximadamente 15 horas, mas acredito que isso se deva as minhas experiências anteriores com o gênero e um pouco de sorte.
De toda forma é um game excelente e cheio de personalidade, sua narrativa louca e fraturada e seus momentos de descoberta a lá Metroid são instigante e muito interessantes, e o único pesar disso tudo é o quão limitado essas partes poderão ser aproveitadas pelos jogadores que derem uma oportunidade para o game.
Se você não tem medo de passar raiva, se gosta de se sentir desafiado o tempo todo e se quer um jogo diferente de praticamente qualquer coisa que tenha jogado, Returnal é uma pedida certo. Embora eu não goste da estrutura rogue por conta de sua natureza repetitiva, Returnal com certeza é ao lado de Dead Cells e Hades, um dos melhores jogos desse espectro.
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- Gráfico, arte e trilha sonora excepcionais;
- Jogabilidade precisa e desafiadora;
- Level design, bosses e inimigos muito bem construidos;
- Ambientação e narrativa bem inteligentes e intrigantes;
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- Depende muito de sorte, o jogo pode e vai te sabotar;
- Alguns momentos mal balanceados que fazem as boss battles parecerem uma brincadeira de criança;
- A estrutura rogue poderia ter sido trabalhada de forma mais interessante para inibir a repetição do gênero;
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