A espera foi grande (e um tanto tortuosa), mas a adaptação de The Last of Us desenvolvida pela PlayStation Productions em parceria com a HBO finalmente está entre nós! Quer dizer, estamos recebendo um episódio por semana, mas ainda sim já é mais do que válido para deixar os fãs felizes e levantar as tão interessantes discussões semanais nas redes sociais e fóruns da internet.
Mas a questão que fica é, será que toda espera valeu a pena? Acredito que todos já saibamos a resposta, mas ainda sim é válido analisarmos melhor tudo que saiu até agora, no caso os seis primeiros episódios, isso com spoilers. Portanto, caso você ainda não tenha assistido o que saiu até aqui ou nem tenha jogado o primeiro game, prossiga com muita cautela nessa matéria (ou nem prossiga, caso não queira ter sua experiência arruinada).
A jornada de Joel e Ellie, mas de uma maneira diferente…
É inegável que The Last of Us foi um marco na história dos videogames. A Naughty Dog já havia se mostrado capaz de criar jogos excepcionais, vide Uncharted e os jogos clássicos da franquia Crash Bandicoot, mas com o lançamento do game protagonizado por Joel e Ellie, em 2013, a mesma se superou.
Dessa vez com um storytelling muito mais profundo, a empresa mostrou a que veio e conquistou dezenas de prêmios de Jogo do Ano. Claro, tudo extremamente merecido, e com isso uma sequência nos foi entregue sete anos depois, repetindo o estrondoso sucesso do primeito game (mesmo que muitos reclamem por aquele motivo fútil que sabemos muito bem, mas isso é outra conversa).
Com todo esse barulho que os dois jogos fizeram, a adaptação produzida pela HBO era mais do que esperada, e quando foi anunciado que um dos criadores da série seria Craig Mazin, que também esteve por trás de Chernobyl, lançada lá em 2019, o hype ficou ainda maior. Inclusive, fica a dica aqui: se você quiser saber mais sobre o desastre com a usina nuclear que ocorreu em 86, a minissérie da HBO é uma excelente pedida!
Mas voltando ao principal assunto dessa matéria, não vou me prolongar mais e irei direto ao ponto. Que SÉRIE! Não é de hoje que as pessoas comentam sobre uma tal “maldição das adaptações”, e isso fica evidente com as mais inúmeras produções que temos por aí. Mas aqui as coisas são diferentes, você percebe que tudo que é feito leva um carinho enorme, algo que faz toda a diferença.
Também já quero deixar claro aqui que todas as opiniões são bem-vindas, claro. Há quem não goste da série pelas mudanças feitas, e está tudo bem! Gosto é gosto e sempre devemos respeitar isso, a não ser que o fato de não gostar seja por algum tipo de preconceito, algo que rolou e muito envolvendo o terceiro episódio, aí já não tem como levar opiniões de pessoas assim a sério, né.
Como eu estava dizendo antes, é perceptível como foi colocado um carinho enorme na série. Tudo é feito nos mínimos detalhes, com alterações, claro, mas que fazem sentido. Não são aquelas mudanças que afetam o rumo dos episódios, muito pelo contrário, foram decisões criativas para poupar tempo, mas que ainda conseguem manter os mesmos caminhos que víamos no game. Basicamente os meios são vez ou outra alterados, mas os fins permanecem os mesmos.
Isso fica muito evidente no terceiro episódio, um dos mais polêmicos até agora. Nele, a história de Bill foi bem alterada quando comparamos com o game, mas mesmo assim Joel e Ellie conseguem o carro para atravessar os Estados Unidos, assim como no jogo. Sim, teve quem não gostou das mudanças apresentadas aqui e está tudo bem! Agora, há quem não gostou por todo o relacionamento homoafetivo que Bill protagonizou com Frank. Aí é que mora o problema, uma coisa é não gostar, outra é ser preconceituoso. Você não precisa concordar, basta respeitar e seguir a sua vida. É simples!
No sexto episódio muitas mudanças também foram feitas, mas sempre respeitando os rumos que os personagens tomam, assim como no game, para que a história prossiga com um bom grau de fidelidade. É por isso que a série de The Last of Us se destaca de tantas outras adaptações por aí, e com isso vem o grande sucesso que a mesma está fazendo, com altos índices de público no mundo todo (e com uma segunda temporada já confirmada, isso mesmo que a primeira ainda não tenha sido totalmente disponibilizada).
E o elenco? Que elenco! Pedro Pascal simplesmente arrasa como Joel e Bella Ramsey interpreta a Ellie do jeitinho que conhecemos, bocuda e curiosa (brincadeirinha!). Foram escolhas mais que acertadas, e isso se reflete até mesmo na dublagem, que trouxe as mesmas vozes que ouvimos no game, garantindo assim aquela enorme sensação de nostalgia que, acredito eu, todos nós gostamos.
Claro, não posso me esquecer dos infectados. Assim como no jogo, todos aqui são assustadores e os visuais são incríveis, e quando chegamos nos Estaladores… aí é que a situação fica ainda mais tensa. Quando você ouve o barulho pela primeira vez na série, já sabe que a situação não vai ser boa e não dá outra. Mais uma prova de como o carinho pelo material original faz toda a diferença.
Tendo tudo isso analisado, agora só nos resta aguardar pelos últimos episódios, e como será o desfecho dessa adaptação da jornada de Joel e Ellie…