Vampyr (Switch) – Análise
Vampyr no Nintendo Switch é um port tecnicamente bem competente do original lançado em 2018, o game trata-se de um RPG-ação investigativo com uma temática pesada e obscura e poderá ser curtido inteiramente com textos em português brasileiro.
O jogador vai explorar Londres durante a primeira guerra mundial, um período onde a humanidade enfrentava um grande problema com escassez de medicamentos, suprimentos básicos, e no auge da gripe espanhola que acabou dizimando boa parte da população, somados ao problema com rebeldes e bandidos, temos as criaturas do submundo como os Skars (vampiros que perderam a humanidade e atacam feitos zumbis, verdadeiros vampiros doidões) e os Vampiros legítimos que rondam as perigosas ruas à noite para dificultar ainda mais a situação da povo.
Sem muitos spoilers, nosso herói, Jonathan Reed, se torna um vampiro logo no início do game após uma cena peculiar envolvendo sua irmã, muito confuso e sem entender a situação em que se encontra, ele percorre ruas em busca de abrigo, mas as ruas estão cheias de guardas que estão atrás dele – caçando-o como um monstro. Após alcançar um bar com pessoas mais normais, ele começa a compreender melhor o que ocorre e com isso, é forçado a usar seus novos benefícios de vampiro para atravessar os perigos de Londres, concedendo-lhe alguns dotes sobrenaturais que o auxiliarão nas tarefas que há de ser cumpridas ao longo da jogatina.
Revelando-se mais tarde também como um cirurgião, Jonathan passa a criar extensos vínculos com praticamente todos os NPCs que ali habitam, podendo ser checadas inúmeras opções de conversação (sem exageros) para revelar mais de um determinado personagem ou força-lo através de manipulação vampírica para que algo importante seja revelado e assim dar continuidade na trama. A atuação e a dublagem dos personagens é exemplar, é bem fácil você ficar horas falando com a galera e juntando as pecinhas do quebra-cabeça que é a interação e o relacionamento de um com os outros, muito louco.
Desenvolvido pela Dontnod Entertainment e publicado pela Focus Home Interactive, Vampyr é um daqueles games que ao iniciar você se assusta com a quantidade de informações e sub-objetivos em menos de 20 minutos de game, mas ele dá uma freada boa e lhe proporciona um tempo decente para experimentar as mecânicas com mais calma assim que o jogador alcança um dos pontos de “hub” no mundo. Num estilo que mistura um pouco de Bloodborne com The Witcher, Vampyr é uma aventura bem interessante e instigante.
Vampyr, como dito anteriormente, é um RPG-ação. Enquanto você está explorando os mapas, você poderá contar com uma arma principal e uma sub-arma para se defender. O combate não é ruim, mas infelizmente ele acaba ficando bem monótono da metade para o fim do game, mas entenda como um Dark Souls com um controle um pouco mais duro. Você pode mirar nos inimigos via lock-on e executar perfeitamente os ataques mas nem sempre vai poder contar com um timming preciso para esquivar ou desferir um golpe mais elaborado, parece que não encaixam em alguns casos, isso porque os controles são configurados de uma maneira bem esquisita num geral. Eu gostei do fato que você precisa ficar mordendo os inimigos para recuperar seu MP, responsável por você se curar e usar outras skills, faz um vampiro parecer um vampiro mesmo, é maneiro.
Aparte de batalha, a exploração do game e a interação com os NPC são as melhores características, na minha opinião. Cada personagem tem um leque de opções de conversação que podem ser habilitados a medida que você vai avançando na história ou conversando com outras pessoas, como parentes, conhecidos ou amigos. Essas escolhas tem um impacto direto em muitas das quests do game, como entrar em um local fechado ou conseguir um determinado item, e todos os textos do game são dublados, o que dá ainda mais gosto de ficar ouvindo o pessoal por aí.
Ficar paparicando os personagens significa também em melhorar a qualidade do sangue deles, e quanto melhor a qualidade do sangue dos NPCs, mais experiencia será entregue a você caso queira dar um fim no cidadão, resultando em ele morrer para sempre, assim como tudo o que ele poderia lhe fornecer até o final do jogo. Não matei ninguém e consegui zerar bem tranquilo, mas se precisa um pouco de velocidade para “grindar”, pode morder um zé ninguém para pegar uns levels. Jonathan poderá criar itens e armamentos com praticamente tudo o que ele encontra dando sopa, e a lista de criações são bem grandes, algo positivo porque eu achei legal caçar algumas partes para fazer uma arma mais decente.
Graficamente, tratando-se de um port para o Switch, eu não tenho muito o que reclamar. A qualidade da trilha sonora e da dublagem é muito boa e variada, perfeita para o que ela se propõe, que é uma jogada bem melancólica, triste. A única coisa que eu achei que ficou mais ou menos feio foi a qualidade das texturas dos personagens, mas tirando o resto, ele tá bem parecido com o original. Não percebi quedas drásticas de framerate em praticamente nenhum momento no jogo e nada que me tirasse do sério num geral. O que eu posso dizer é que as vezes o jogo força umas telas de loading quando decidimos correr como o vento nas dungeons.
E para finalizar, Vampyr é bem bom, fiquei com medo que o jogo não fosse engatar legal nas primeiras horas, mas eu quebrei a cara. Me diverti bastante, a história e os personagens são excelentes e, diante de poucos problemas técnicos e uma batalha que não é tudo aquilo, Vampyr vai ter um rendimento excelente do seu tempo livre para curtir com integridade a profundidade desse universo macabro.
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- Ambientação é legal, vários distritos para administrar, variedade de cenários.
- Sistema de conversação bem rico e construído
- Criar armas e itens é divertido e fácil de pegar o jeito
- Música e dublagem da melhor qualidade
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- Sistema de batalha é bom, porém é muito simplório
- A interface do game é horrível
- Muita habilidade inútil, infelizmente acabamos usando apenas a skill de cura na sua grande maioria
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