Digimon Story: Time Stranger
A franquia Digimon é conhecida por explorar diferentes gêneros ao longo de sua trajetória nos videogames — de simuladores e RPGs táticos a visual novels e jogos de luta. Essa versatilidade é o que mantém a série viva e constantemente reinventada. Com Digimon Story: Time Stranger, a Bandai Namco entrega um JRPG robusto e ambicioso, que representa um novo passo na evolução da série, agora totalmente adaptado para a atual geração de consoles.
História
A trama de Time Stranger começa com a escolha do protagonista(a garota ou o rapazote), enquanto o personagem não selecionado assume o papel de conselheiro. A introdução é densa, estabelecendo o tom de mistério que permeia toda a aventura. Uma anomalia surge no topo de uma torre, e o protagonista é enviado para investigar. Após um incidente, ele é transportado para o passado, oito anos antes dos eventos iniciai, caindo no mundo digital de Iliad, onde precisará compreender como as duas linhas temporais se conectam.

Os primeiros capítulos seguem uma estrutura tradicional, com missões voltadas à eliminação de Digimon corrompidos e ao fortalecimento do vínculo entre humano e criatura. Aos poucos, a narrativa se expande, explorando temas como amizade, lealdade e coragem, com momentos que realmente emocionam. Há reviravoltas bem construídas e um cuidado claro em manter o enredo livre de spoilers, algo raro em produções do gênero.
Um dos grandes destaques é o trabalho de ambientação. As vilas de Digimon funcionam como pequenos núcleos vivos, cheios de NPCs com diálogos que reforçam a imersão e ajudam a expandir o universo do jogo. As missões secundárias, embora simples, têm propósito narrativo e impactam diretamente a progressão do jogador, seja destravando novas habilidades, seja revelando pequenas histórias paralelas.
Jogabilidade e Exploração
A estrutura dos mapas aposta em masmorras compactas(ou dungeons, para quem prefere), com pequenos elementos de travessia, como alavancas e obstáculos ambientais. Apesar de a exploração não ser o ponto mais marcante, o design sugere espaço para expansões futuras, o que seria interessante, dado o potencial das regiões apresentadas. Ainda assim, o ritmo é constante, e o jogo sempre oferece algo a fazer, seja em batalhas, coleta ou aprimoramento de equipe.

Coleção e Digivolução
O sistema de captura e evolução continua sendo o coração da experiência. Ao derrotar Digimon selvagens, o jogador aumenta o percentual de escaneamento, e ao atingir 100% (ou 200%, para versões mais fortes), pode convertê-los em aliados. Esse ciclo rápido de combate e progressão mantém o jogo envolvente, e a sensação de montar sua equipe ideal é constante.

O processo de Digivolução é profundo e não linear. Com mais de 450 Digimon disponíveis, o sistema é vasto, mas intuitivo. A personalidade de cada criatura influencia diretamente seus atributos e possíveis evoluções, criando uma camada estratégica adicional. Treinamentos, alimentação e interações moldam o crescimento do Digimon, tornando o gerenciamento de equipe um dos aspectos mais recompensadores do jogo.
O Digifarm merece destaque: um sistema que permite treinar Digimon enquanto estão inativos, utilizando itens e alimentos para aumentar laços e aprimorar status. É um recurso essencial que transforma o ato de evoluir suas criaturas em um verdadeiro meta-jogo dentro da campanha principal.
Combate e Estratégia
O combate segue o modelo por turnos, mas com uma complexidade que agrada os fãs do gênero. Existem sete atributos principais, com o tradicional triângulo entre os tipos Vírus, Vacina e Data, além de afinidades elementais que influenciam diretamente o dano. Entender e explorar essas relações é essencial para enfrentar os chefes, que exigem preparo, análise e um bom domínio de buffs e debuffs.

As Cross Arts, habilidades especiais do agente, adicionam dinamismo às batalhas e permitem múltiplas estratégias. Trocar Digimon durante o combate não consome turno, o que incentiva a experimentação. O sistema de ranks de agente também adiciona progressão paralela, destravando novas vantagens e estilos de jogo conforme o jogador evolui.
As lutas contra chefes são um verdadeiro teste de estratégia. Cada confronto exige observação e adaptação, recompensando a dedicação em treinar e personalizar o time. É aqui que Time Stranger mostra sua força: um RPG que desafia e recompensa igualmente.
Apresentação e Considerações Finais
O design de som é outro ponto alto. Desde os efeitos sutis nos menus até as trilhas temáticas das regiões, tudo é cuidadosamente produzido(porém meio repetitivo). A dublagem em inglês é competente, mas a versão japonesa dos Digimon oferece mais autenticidade. Visualmente, o jogo mantém o estilo característico da série, com cenários coloridos e criaturas detalhadas, pena que o frame-rate ficou preso nos 30.

Há pequenos deslizes, como tutoriais apressados e a ausência de informações completas na árvore de evoluções dentro do Digifarm. Ainda assim, são detalhes que não comprometem o resultado final.
Digimon Story: Time Stranger é, sem dúvida, um dos capítulos mais ambiciosos da franquia. Une narrativa envolvente, sistema de evolução profundo e batalhas estratégicas que recompensam a dedicação. É uma jornada que conecta o mundo humano e o digital de forma coesa e emocional, e representa o tipo de RPG que tanto veteranos quanto novos jogadores podem abraçar sem hesitar.
Veredito
Digimon Story: Time Stranger é um dos melhores títulos da franquia, combinando uma história rica com um sistema de Digivolução profundo e estratégico. Com duplas linhas temporais, personagens marcantes e combates desafiadores, o jogo consolida-se como uma das experiências mais completas e gratificantes do universo Digimon.
- Campeão sul-americano de Rainbow Six Siege será definido em torneio com torcida no Parque Ibirapuera - 1 de dezembro de 2025
- Assassin’s Creed Shadows - 1 de dezembro de 2025
- Kirby Air Riders - 27 de novembro de 2025

