Análise – Bloodborne: The Old Hunters

Bloodborne: The Old Hunters é exclusivo do PS4, publicado pela Sony e produzido pela From Software, criadores das séries Dark Souls e Demon’s Souls. É o primeiro e único DLC previsto para esse game que é um dos grandes concorrentes a Jogo do Ano.

ENREDO

A From Software é conhecida por trabalhar com o enredo de forma diferente do padrão e em Bloodbone não é diferente. Novamente eles trazem a narrativa minilista que faz o jogador buscar informações dentro do jogo para entender todo o contexto do mundo criado.

Essa forma está presente em todos os games da série Souls e foi assim que eles procuraram trabalhar o DLC. Foram fechados alguns arcos/buracos da história e do Lore, contados em Bloodborne, mas também ficaram as perguntas, essas as quais por meses, os próprios jogadores tentarão responder. Essa interação jogador-jogo é um dos pontos mais aclamados dentro da franquia e acredito ser o que fez o game se popularizar tão forte entre os hardcore gamers.

As novas armas, armaduras e runas trazem várias informações sobre os primeiros caçadores e outras peças da história com muita riqueza nos detalhes. Detalhes que farão os jogadores mais assíduos trabalharem com o raciocínio para ligar os pontos e completar suas teorias, para discuti-las em fóruns e outros espaços na internet.

GAMEPLAY

Em Bloodborne tudo rola de forma exemplar. O gameplay é viciante e o jogo trás uma curva de aprendizado brutal, mas prêmia sempre os jogadores mais persuasivos e insistentes, principalmente após as batalhas mais gloriosas. Além disso é possível jogar o game 100% em modo cooperativo com mais um ou dois jogadores, dando um alivio a aqueles que não tem tanto dedicação e esse é um dos outros grandes diferenciais dentro do game.

A From Software é famosa pelo seu sistema online onde existe um host e os outros jogadores interagem com o seu game. Existem várias formas de interação, mas simplificando e exemplificando as mais comuns são: Prestar assistencia aos mais necessitados, em forma de bom espirito e através de mensagens do além ou levar a desgraça, caçando pobres almas e as direcionando, com louvor, para os braços do capiroto. Ajudar ou matar, é sua a escolha e o jogo permite isso em tempo real, para todos que estiverem concetados nos servidores.

Esses sistemas movimentam muito o universo online do game, principalmente nas tretas contra bosses ou nos PVPs, que variam de duelos cheios de regras, até as filhadaputices mais sacanas possíveis. De qualquer forma jogar conectado, o nível de Troll é Hard, mas ainda sim há uma grande diversão e satisfação vencer outros jogadores, principalmente os mais danadinhos.

Falando em Bosses, eles estão em bom número, e a dificuldade deles varia de nível neném até níveis satânicos, como todos deveriam ser. Dois dos novos, são bem malditos se enfrentados sozinho, e digo isso para jogadores mais experientes com personagens bem evoluídos. Outros dois são boas lutas, agora um deles é uma vergonha para série, vale menos que um inimigo, mas vamos deixar isso de lado, pois ele é crucial para o Lore.

O level design supremo do game se mantém presente. Trazendo construções bastante complexas e labirínticas, e novamente os atalhos farão jogadores se impressionarem. Além disso The Old Hunters, é construído em cima do original, mas com ambientes e topografia muito modificados, tanto que muitas vezes você não vai perceber onde esteve, mesmo com as referencias aos lugares “antigos”.

A ambientação, outro ponto marcante e muito bem trabalhado em todos os jogos da From Software, continua excelente. O clima é opressivo e tenso, num esquema próximo de um survival horror, e faz o jogador se integrar ao próprio personagem. Você vai ficar apreensivo praticamente 100% do tempo, sentindo o cheirinho da Morte, que estará na espreita, respirando no seu cangote e de prontidão pra te levar embora repetidas vezes.

A duração do DLC vai variar de jogador para jogador, os mais experiente vão precisar de 8-9 horas, mas outros mais mamões vão precisar de pelo menos o dobro disso. O conteúdo é extenso, intenso e tem muita qualidade, superando vários jogos completos e por isso é mais que recomendado.

AUDIOVISUAL

Bloodborne: The Old Hunters mantém a qualidade artística da série, mas também mantém os problemas técnicos presentes em praticamente todos os jogos da From Software para consoles. Não são grandes problemas ou game breakers, mas incomodam, principalmente pela inconsistência na taxa de frames que as vezes cai para quase metade do padrão de 30 quadros, ainda mais se estiver jogando online.

A parte sonora, no entanto, é primorosa e apresenta alguns do melhores sons ambientes já criados na indústria. Além disso temos grandes composições musicais orquestradas. As músicas do DLC tem a mesma qualidade do original e ainda tem uma das melhores músicas da série, que é a tocada logo no primeiro boss.

Embora ainda tenha inconsistências na parte técnica, o jogo é maravilhosamente belo e extremamente detalhado, com ambientes muito variados. São raros os jogos que trarão uma experiência visual ou uma ambientação tão impactante aos jogadores.

Caso esteja tendo dificuldades em algum chefe, mostramos como matar eles em vídeo.

RESUMINDO

Bloodborne: The Old Hunters é uma adição violenta para um jogo mais que brutal, é um DLC diferenciado e que entrega o mesmo nível do jogo original, aumentando ainda mais o valor agregado do produto. Bloodborne traz uma mecânica de jogo diferente, para uma série que tem extremo padrão de qualidade, isso por si só merece destaque.

Estar entre os melhores do ano é um mérito, considerando que além de tudo este é um dos melhores jogos da nova geração. O multiplayer que já era fora do comum, teve adição de novas armas, roupas, covenants e muito conteúdo extra. The Old Hunters com certeza trará muitas horas de jogo para quem gosta de se perder na tensa Yharnam e para aqueles que estão prestes a falecer nas ruas dessa Londres macabra e fictícia.