Análise – DOOM
DOOM é o reboot da famosa franquia de FPS, foi desenvolvido pela ID Software publicado pela Bethesda. O game te coloca no papel de um soldado que vai enfrentar o inferno até cumprir seu destino. Mas será que essa nova versão faz jus ao legado da série? Venha conosco para sentir um pouco dessa sanguinolenta experiência.
A história
Se você é aquele tipo de jogador que adora uma experiência cinematográfica, com uma história bem contada, excelentes personagens, cenas bem atuadas e com excelentes linhas de dialogo saiba que DOOM não oferece nada disso.
Na verdade o game oferece uma experiência totalmente contrária a essa proposta. Todas as cutscenes, diálogos e blablabla são um pano de fundo para você: explodir, fuzilar, picotar, massacrar e esmirilhar, capetinhas e capirotos, das formas mais violentas e sanguinolentas possíveis. O enredo de DOOM nada mais é que um pano de fundo para muito gore, sangue e outras coisas que não são de Deus.
E de forma alguma isso é algo considerado ruim, pois com esse game a ID resgata muito bem o espírito do game original e traz de volta ao mercado, algo muito importante que havia sido perdido praticamente na totalidade dos shooters modernos.
Mesmo assim o game oferece um pouco de lore para quem quiser ler o CODEX, que vai oferecer muitas informações não trabalhadas durante o gameplay.
O jogo
É aqui que o sangue jorra, e jorra litros. DOOM é um jogo com foco 100% em gameplay. Gameplay oldschool com carinha moderna. Desde os tiroteios até a exploração, tudo é resgatado dos anos 90, repaginado para 2016 e realizado de forma absoluta. O jogo é rapido, dinâmico e visceral e quem curtiu Wolfenstein: The New Order, vai gostar ainda mais desde game.
Primeiro esqueça a limitação de duas arminhas chatas dos FPSs modernos; aqui você carrega um arsenal brutal e extremamente violento, um coisa maravilhosa se ver em ação. Cada tiro é um pedaço de glória, cada finalização é um novo acorde na guitarra e cada granada é a cena final de um filme de terror trash. Você anda com várias armas e todas elas matam com amor mas sem carinho. São 12s, metrancas, fuzis, pistolas, bazucas, armas de plasma, granadas e claro as maravilhosas BFG (Big Fucking Gun para os mais íntimos) que traça um caminho de vísceras por onde passa e uma moto-serra que jorra munição no chão e faz uma obra de arte na sua tela ao mesmo tempo.
Se você esperava andar numa linha reta matando soldadinho e recuperar HP atrás da pedra, sinto muito mas parafraseando a morte de GTA V, você: se fodeu. Aqui você tem direito a um Level Design primoroso e nada linear (só no começo pra te acostumar), fomentando seu coração explorador e premiando seus esforços com upgrades e pedaços do lore para quem curte ler arquivos. Além disso os inimigos e alguns pontos do mapa fornecem os itens que recuperam seu HP e recarregam seus escudos, um mix do moderno com um pouco de oldschool, mas sem um pingo do sistema de bate e assopra de todos jogos de tiro modernos.
Os mapas em DOOM estão enormes e devem ser explorados. Este é um dos pontos altos no game. Essa exploração se torna uma necessidade nos níveis mais difíceis, pois permitem evolução mais rápida no personagem. Muitos segredos serão encontrados pelos mais curiosos e o plataforming inserido no game ficou muito bom e dinâmico, sem ser frustrante.
Falando mais profundamente dos upgrades, que fazem parte da modernidade do game, existem 4 formas de progressão:
Nas armas: Você vai encontrar bots que fornecem funções extras as armas.
No upgrade das armas: Você ganha pontos no jogo por matar, explorar e por cumprir objetivos extras que vão melhorar as funções secundarias das armas.
Na armadura: Você encontrará chips que podem melhorar sua armadura.
No Personagem: Aqui você poderá ampliar as capacidades de sobrevivência do personagem.
O jogo oferece 4 níveis de dificuldade (5 se você for doente) e todos eles são bem balanceados. Para os mais experientes o Nightmare é uma boa pedida e vai dar trabalho, pode ficar bem tranquilo.
Em termos de mecânica e jogabilidade, DOOM é um abraço carinhoso da ID no mercado de games. Os tiroteios frenéticos, as armas deliciosas, o level design primoroso, a exploração fantástica, o plataforming funcional e a progressão, são todas mecânicas bem harmonizadas e muito bem trabalhadas e com isso eles definitivamente apagaram o gosto amargo deixado na boca dos fãs em DOOM 3, que muitos acreditaram fugir das raízes da série.
A experiência
Graficamente tudo é muito bonito, principalmente num belo PC. Roda fluido, belo e vermelho. A qualidade dos assets, a modelagem e a iluminação sobre os diversos materiais são coisas maravilhosas de se ver. Agora o show mesmo fica por conta das animações que estão MUITO boas, principalmente as de finalização, que fazem parte de algumas das melhores coisas criadas nos jogos.
Uma noticia muito boa é que todas as assistências e outros elementos na tela são completamente customizáveis e desligáveis. Desde o HUD até marcadores de objetivos podem ser eliminados trazendo ainda mais imersão.
Os sons e as musicas estão excelentes e servem muito bem seu proposito no game. Se nos combates tocam excelentes acordes de um metal pesado, na exploração os sons de sofrimento e agonia servem para dar aquela trancadinha característica da tensão.
A ambientação está soberba, você realmente se sente sozinho no meio do inferno e a pouca assistência que tem não serve para praticamente nada. O jogo trabalha com um sistema de enredo bem minimalista focando o jogador 100% na experiência de jogo, o que é excelente para quem gosta de jogos com mecânicas mais antigas.
O visual dos monstros e das armas também estão excelentes. Mesmo os demônios iguais as vezes são diferentes e nesse jogo existem muito tipos de inimigos o que favorece a dinâmica. Você nunca está matando o mesmo cara repetidamente.
O único “problema” que encontrei no jogo foram os cenários que são muito parecidos, mas completamente compreensíveis por conta da ambientação. Sinceramente não é algo que atrapalhe a experiência, mas para quem gosta de visuais sempre diferenciados é algo a ser citado.
Online
Para quem estava com saudade de uma shooter frenético em formato arena, este com certeza é seu jogo. Em DOOM não há tempo para ficar parado ou tempo a ser perdido. Lembrando mais Quake, do que propriamente DOOM, o multiplayer online é muito frenético e pouco amistoso com aqueles que curtem camperar, já que aqui não é tão fácil mirar devido a velocidade dos personagens.
O jogo ainda oferece mecânicas online modernas como Loadouts, Power Ups e outras coisas mais que permitem o jogador progredir como é praxe dos FPS atuais, mas a forma que o game é jogado é completamente diferente, favorecendo os que conhecem os mapas e que são mais ligeiros na ação.
Uma coisa interessante é que a progressão não atrapalha a entrada de jogadores mais novos e isso balanceia muito bem as partidas online contra jogadores de níveis mais elevados.
Concretizando
DOOM é um FPS com veia na velha guarda e traz coisas a muito tempo esquecidas nas gerações mais novas e por isso é recomendado aos velhos e novos jogadores. Uma entrada triunfal com direito a um pisão no crânio de todas experiências single player em FPSs dessa geração e com certeza um dos melhores jogos do ano ou até um dos melhores jogos de tiro já criados.
Se você quer uma experiência de tiro em primeira pessoa completa, com o melhor que o velho e novo tem a oferecer, jogue DOOM sem medo.
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Ótimo review, Rhazo.
Meu hype estava baixissimo depois do beta, agora vou dar uma chance a essa pérola.