A nova geração de consoles e o apoio como nunca houve ao desenvolvedor indie parece ter gerado uma nova divisão entre os gamers: aqueles que só querem jogos AAA, expurgando o que o console tiver capacidade para produzir, e aqueles que buscam diversão simples e inteligente (quando possível, mas nem sempre necessária) de um jogo com gráficos aceitáveis mas divertido.
Numa analogia bem específica ao game em análise, Helldivers, novo exclusivo da Sony para PS3 e PS4, é um Destiny pra quem não quer jogar o game da Bungie e prefere relembrar os bons games de PC em visão isométrica.
HISTÓRIA
Os humanos que sobraram vivem na Super Terra, que basicamente é o que restou do nosso planeta. Aí, há três raças querendo nos invadir: os ciborgues, os insetos, e os Iluminados (que são robôs). Para os impedirmos, você deve invadir o planeta deles e dar um basta. E…bem, é isso.
Você encarna um dos humanos helldivers e pode jogar sozinho (o que não tem a menor graça) ou com até outros quatro jogadores em partidas rápidas que raramente passam de 10 minutos.
Um dos principais diferenciais do game é que ele é um Online de Mundo Persistente, então o sistema todo do game soma quantas pessoas estão jogando as missões daquele planeta e vai abrindo novas áreas a serem exploradas – ao mesmo tempo em que tranca as anteriores, então, parece mais uma ilusão de evolução do que coisa nova sendo descoberta, mesmo.
Quando todos os jogadores do mundo acumulam um número de pontos pelas missões concluídas, o planeta natal daquela raça alienígena é desbloqueado e você consegue atacar ali. Uma coisa chata aqui é que jogamos por mais de uma semana e o planeta mais próximo de ser invadido foi o dos insetos, mas ainda faltavam sei lá quantos milhões de pontos para a invasão iniciar – e você acumula uma média de 10 pontos nas missões mais difíceis, então…imagine! E ficamos na curiosidade para saber se essa tal missão final realmente oferece algo de novo, como chefões ou algo do tipo.
Nas fases em si você deve encarar missões de recuperar itens e conquistar pontos em mapas com um tamanho razoável, mas com muito espaço para pouca coisa para fazer já que, além de conqusitar os objetivos, a única motivação que você tem para explorar os mapas é ir atrás de ‘amostras’ que mais tarde podem ser trocadas por habilidades – e para quem curte ficar evoluindo personagem para ser o maior ‘modafoca’ de todos, o game tem coisa pra caramba para você habilitar, de novas armas e habilidades, à exo-esqueletos e tanques que podem levar a galera toda.
SOM
O som é competente, e fones de ouvido te dão a noção exata de onde está o que. Cada raça se comunica de uma maneira diferente e, talvez seja coisa da minha cabeça, mas os ciborgues diversas vezes parece falar árabe. Sei lá.
E aqui há uma das coisas que mais valem a pena no game: as frases memoráveis que vão te fazer rir quando você menos esperar com “Vou fazer você engolir a liberdade”, “ A liberdade nunca dorme” e “Prove o sabor da democracia”, tudo dublado em pt-br e que seriam motes muito bons para as atuais manifestações do Brasil, não?
JOGABILIDADE
Simples e competente, o analógico esquerdo controla o personagem, e o direito a direção para onde a arma aponta. Gatilhos disparam, etc…bem básico e fácil de aprender. Duas coisas só me incomodaram aqui: o quadrado, ao invés de recarregar a arma (como é típico de jogos de tiro) faz seu personagem se jogar no chão, onde ele não consegue atirar. E para trocar entre as armas primária e secundária, você deve apertar triângulo. Se tiver uma terceira arma – geralmente uma arma pesada – , você deve pressionar e segurar triângulo.
Essa é a instrução, mas na verdade, ao segurar o botão, a arma primária é substituída pela terciária, então ao pressionar triângulo você alterna entre a secundária e a terciária aqui. Para voltar a atacar com a primaria, você deve segurar o botão novamente. Acredite, é tão confuso de usar na hora em que a coisa esquenta quanto o texto pode ter te deixado aqui. Mas…sem grandes agravantes.
Você basicamente caminha até objetivo matando alguns inimigos, pressiona uma sequência de botão para ativar algo e usa outras sequências para chamar reforços e drops que o ajudarão nas missões. E esta é uma parte a qual você deve se preparar para entender, porque esse drops caem com tudo, e se você estiver embaixo – e muitas vezes o jogo parece fazer isso de propósito – você morre esmagado. Até mesmo quando um outro jogador entra na partida.
Ah, e tem o friendly fire…tanto dos amigos, quanto das suas própria turrets plantadas e veículos, que, definitivamente, vão te fazer entrar no espírito do jogo ou deslogar da PSN de imediato.
GRÁFICOS
Como Helldivers tem versões para PS3, PSVita e PS4 – e você desbloqueia todas elas ao adquirir o game por R$ 41 – os gráficos são basicamente a mesma coisa em todos os consoles, só com uma textura ou serrilhado melhorado. Então, nada que você não tenho visto já no PlayStation 2, mas ao que o game se propõe, não precisaria ser algo melhor do que é, também.
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Finalmente
Helldivers não é um jogo ruim, longe disso. Ele diverte – e em galera diverte muito! Mas é um jogo completamente casual, e isso, ao menos pra mim, tira boa parte do apelo para eu sentar e jogar. Como já disse, é um ótimo passatempo para quando você quer ‘trocar uma ideia com amigos distantes enquanto joga algo que não requerer muita atenção.’
Dentro do que se propõe, o game executa tudo perfeitamente, mas em um mundo mais amplo de games, não merece muita atenção se tiver algo que você realmente esteja querendo jogar.
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Ótima análise, parabéns!