Castlevania Anniversary Collection – Análise
AKonami pegou os fãs de Castlevania de surpresa quando anunciou a coletânea de aniversário da franquia. Castlevania Anniversary Collection traz 8 clássicos dos primórdios da série que introduziram a história da Dracula nos jogos, contando com jogos de NES, SNES, Game Boy e Mega Drive, além de um lançamento inédito no ocidente, Kid Dracula, além do Castlevania Bloodlines, que nunca teve versão fora do Mega Drive.
No teste pude jogar a versão de Xbox One, mas o jogo também está disponível para o Playstation 4, Switch e PC reunindo oito dos primeiros jogos da família Belmont. Confira abaixo a lista de jogos disponíveis da coletânea.
- Castlevania (NES)
- Castlevania II: Simon’s Quest (NES)
- Castlevania III: Dracula’s Curse (NES)
- Super Castlevania IV (SNES)
- Castlevania: The Adventure (Game Boy)
- Castlevania II: Belmont’s Revenge (Game Boy)
- Castlevania Bloodlines (Mega Drive)
- Kid Dracula (NES)
A coletânea acaba limitada em alguns recursos, mas eles não impedem que esses jogos continuem sendo ótimos em 2019.
O pacote inclui a trilogia Castlevania original para o NES, os dois primeiros Castlevania Adventure para o Game Boy, Super Castlevania IV para o SNES, Castlevania Bloodlines para Megadrive, e o jogo Kid Dracula, nunca antes traduzido para o ocidente, estando disponível apenas no Japão.
Kid Dracula, que foi traduzido pela Konami para esta coleção, divide opiniões de fãs. Há os que acham que este jogo nem deveria estar nessa coletânea por tratar-se de um spin-off da série mas a Konami confirmou que o jogo faz parte do canon faz muito tempo. Esse título aumenta o apelo desta coleção, já que é um joguinho muito divertido e um trabalho original de tradução de um game que nunca havia sido localizado.
Joguei cada um dos 8 jogos por algum tempo antes de escrever e não há nenhum problema sério com a emulação dos diversos hardwares na coletânea. Há somente um estranho barulho, como se fosse um sinal sonoro de alta frequência nas versões de NES, provavelmente devido a rom usada ser a PRG0, o primeiro dump do jogo para emuladores e não a PRG1, que basicamente é a rom extraída da forma correta do cartucho. Espero que em um patch futuro eles substituam a versão da rom para que esse defeito desapareça.
A versão de Gameboy me pareceu estranhamente lenta, como se fosse algum problema de emulação, então fui atrás pesquisar e ver vídeos de gameplay para poder tirar a duvida e o jogo roda exatamente do mesmo jeito no Gameboy, então não há muito para se fazer aqui. De qualquer forma, essas versões para Gameboy não são lá muito bem vistas pelos fãs mesmo, então acaba sendo algo sem importância até a presença delas na coleção. Valem mesmo pela nostalgia e para que as pessoas que como eu que nunca jogaram pudessem conferir um pouco a título de curiosidade.
Não existem muitas configurações para se mexer nos jogos, a única bola fora é que só existe um slot de gravação para cada jogo, e isso pode parecer pouco para jogos como Castlevania III que tem vários personagens e caminhos a se seguir.
As opções de vídeo disponíveis são razoáveis. Não há muitos filtros e você pode escolher algumas configurações, jogar na proporção original de 4×3, o modo “pixel perfeito” onde cada pixel é “esticado” de forma uniforme (a cereja do bolo, esse modo deixa o gráfico excelente em TVs modernas), de modo que você não sente tanto o serrilhado. Nesse ponto a Konami se superou, pois praticamente não existe serrilhado nesse modo, você pode colocar scanlines se desejar e deixar o espaço não utilizado em branco ou com um dos dois temas disponíveis.
Os jogos do Game Boy mudam um pouco em configurações com um conjunto diferente de opções. Você pode escolher entre preto e branco (original), escolher um tom sépia, estilo foto antiga, ou um filtro que usa uma paleta de cores verde e se assemelha ainda mais ao Game Boy original, e por fim você pode adicionar Scanlines se desejar, no estilo do adaptador Super Game Boy, para simular o jogo como ele era exibido na TV.
O bônus da coletânea é um Ebook com 80 paginas, recheado de informações sobre os oito jogos, incluindo uma entrevista com o compositor de Bloodlines, Michiru Yamane, muitos documentos, esboços e muito mais. Há uma quantidade significativa de material para os fãs, então é realmente uma pena, pois chega a ser chato ter que rolar a tela e dar zoom para ler o texto e visualizar as imagens, lembra muito um PDF, e esse é um dos contras do jogo pra mim, o conteúdo extra ser apresentado de forma tão amadora.
Assim como em Arcade Classics, da Konami, a coletânea tem todos os jogos em suas versões americanas, isso pode ser meio chato uma vez que frequentemente os jogos eram alterados seguindo os padrões da Nintendo of America na época. As versões em japonês tinham menos censura, mais imagens satânicas, mais lapides e as antigas estatuas em mármore com os peitos para fora. Castlevania III também tem um chip especial na versão japonesa (um ponto a favor da versão original do jogo) que melhorou muito os sons e musicas do jogo. A Konami poderia ser muito mais feliz, se lançasse a coletânea com mais recursos técnicos do ponto de vista da emulação em si, já que o emulador foi criado in-a-house (ou seja, por programadores de dentro) e conseguiram um resultado final excepcional na emulação.
Para finalizar a Konami prometeu disponibilizar as versões japonesas dos jogos em um futuro próximo. Essa atualização também poderia incluir uma opção para remapear os botões, coisa que não é possível atualmente e mais slots para salvar os jogos. Mesmo com algumas opções faltando, Castlevania Anniversary Collection é uma excelente coletânea com emulação precisa, recursos interessantes (apesar de faltar um filtro ou outro nas opções de vídeo) e os jogos em si são ótimos, com exceção dos de Game Boy que não são tão famosos ou bem vistos pela comunidade. Apesar de imperfeita, é uma coletânea competente que conta as origens de uma série clássica.
PROS
- 8 jogos dos primórdios da série
- Gráficos excelentes em displays modernos, graças a opção “Pixel Perfect”
- A possibilidade de salvar o jogo a qualquer momento ajuda nos jogos mais difíceis (principalmente quem nunca jogou)
- Lançamento inédito de Kid Dracula
CONTRAS
- Poderiam haver mais opções gráficas além do “Pixel Perfect”
- Problemas técnicos (som, embora causado por um Bad Dump, é inaceitável que eles não tenham testado isso e substituído a ROM)
- Não poder remapear os controles
- Conteúdo extra apesar de excelente, apresentado de forma totalmente amadora
- The King of Fighters: Allstar – Análise - 22 de outubro de 2019
- Borderlands 3 – Análise - 4 de outubro de 2019
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