Análises

Darksiders II: Deathnitive Edition – Análise (Switch)

8.5
Darksiders RPG no portátil
Darksiders II: Deathnitive Edition é um RPG de ação com 30+ horas juntando com os extras. Rico em elementos de exploração, fluente, intuitivo e um combate fenomenal. Recomendo fortemente.

Está aí um jogo que antecipei bastante a uns anos atrás, gostei muito do primeiro game pois ele se mostrou ser um jogo super competente, legitimamente bom, no melhor estilo hack’n slash com um mundo amplo para se explorar. Darksiders 2: Deathnitive Edition já encontra-se disponível para o Nintendo Switch e como não tive a oportunidade de ir mais além quando saiu originalmente para o Wii U na época, pude voltar a dar uma dedicada legal neste belíssimo remaster, com todas as DLCs inclusas e muita mudança no visual em comparação com o original.

Para muita gente que jogou o primeiro game da série, viu que muita coisa ali ficou diferente, principalmente no aspecto de gameplay em si já que ele virou um full Action RPG ao invés de do tradicional hack n’ slash.

Desenvolvido pela Gunfire Studios e distribuído pela THQ Nordic, entraremos na pela de Death (literalmente a Morte), o mais temido dos quatro cavaleiros do apocalipse, embarcando em uma jornada para restaurar a humanidade e ir em buscas de respostas para inocentar seu irmão, War, e com isso devolver o equilíbrio das forças do céu e o inferno, impedindo um desastre que ameaça toda existência.

Neste remaster é possível perceber diferenças significativas na direção de arte logo que se inicia o game, os produtores optaram por deixar o ambiente com uma iluminação mais realista e dinâmica, talvez tenha sido pelo motivo de otimização por conta do hardware mais limitado do Nintendo Switch em comparação com os outros consoles, bem diferente do jeitão mais cartunizado que o original de 2012 tinha, com as cores mais saturadas nos personagens trazendo aquela impressão que eles não estivessem fazendo parte do ambiente em que se encontravam.

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Eu particularmente achei excelente essa linha de realismo que adotaram combina mais com a temática que o jogo está propondo ali. Os cenários e os personagens tiveram um tratamento mais legal nos pequenos detalhes também, com vários acréscimos de vegetação no mapa, árvores, pedras, que dão mais vida enquanto se está cavalgando por entre os muitos objetivos principais e secundários.

Darksiders II é um jogo onde o desenrolar da história acontece rapidamente. A progressão é gostosa de seguir e acaba nunca tornando-se algo massante do início ao fim e o foco é no gameplay. O enredo conta com cutscenes bonitas e a atuação dos dubladores é de tirar o chapéu, muito autênticos e presentes, o enredo é agradável e instigante e faz você querer progredir sempre para ver o que acontece depois. A maneira com que os personagens interagem lembra muito Mass Effect com a roda de opções durante os diálogos, dos quais o jogador pode descobrir quests opcionais ativando uma ou outra linha de escolha, quests que são recompensadas com dinheiro e experiência na maioria dos casos, muito valiosa pois os inimigos do mapa dão quase nada.

O controle do personagem é o principal aspecto do jogo, e com isso não há o que reclamar. A jogabilidade é excelente, correr e explorar as fases nunca foram tão divertidas antes, juntam um monte de lembranças nostálgicas também, jogar Darksiders II é como jogar um Prince of Persia: Sands of Time em god-mode, muito ágil.

Death consegue realizar diversos movimentos como um atleta de parkour, dentre elas escalar paredes, fazer wall-rides, pular em pilares e diversas outras acrobacias imagináveis, encaixadas perfeitamente no controle do jogador. O sistema de batalha alinha-se diretamente ao que comentei acima. Com um grau de complexidade progressiva, os combates são ótimos e fluídos (muitas vezes difíceis também), executar os combos diferentes com uma gama de variedade de armas e sub-armas faz com que o jogador sempre tenha um experiência com novos ares enquanto está praticando destruição contra as pobres almas. O auge do combate é sem dúvida as batalhas de chefe, muitas delas vão fazer seu sangue ferver, botando em jogo tudo o que foi aprendido e executar muito bem as esquivas no tempo certo. Darksiders II tem batalhas monumentais e divertidas.

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As habilidades de Death podem ser adquiridas comprando com o NPC da área de treino, podem ser obtidas também ao subir de nível na árvore de habilidades também, o game lhe dará liberdade para praticar tudo o que você obteve antes de sair para o mundo a fora, para que não chegue na hora H e se atrapalhe todo. Como se trata de um jogo de RPG, você precisará equipar seu personagem de acordo e levar em consideração os atributos variados que cada peça de equipamento dá, então não tem mesmo como zerar o jogo “pelado”, o jogador tem que ficar ligado nisso. Existem lojinhas espalhadas pelo mundo cujo quais podem ser adquiridos armas e acessórios a um preço exorbitante, infelizmente.

A medida que você vai derrotando os inimigos ou abrindo os baús, esses equipamentos vão surgindo aos montes e a interface do game lhe permite comparar o que já está equipado versus o novo item, equipando algo no ato ao apertar e segurar a tecla ” – ” do seu JoyCon, agilizando bastante o processo de abrir o menu, selecionar equipamento, equipar e aí voltar ao game.

Rico em exploração, Darksiders 2 tem uma interface super amigável para auxiliar a localizar baús nas dungeons ou no mapa-mundi. Embora todos os itens mais escondidos não sejam mostrados no mapa, os principais meios para se completar “100%” estão ali, e como o jogo exige que você experimente, observe o cenário em sua volta o tempo todo (O tempo todo mesmo, principalmente se você está coletando umas pedras especiais para um personagem mais na frente do game), esses auxílios acabam se tornando convenientes até para dar um estalo de ideia caso o jogador encalhe em uma determinada parte.

Falando em encalhar, seu herói conta com um familiar corvo que lhe dá uma mão durante as dungeons (lembram da Navi de Ocarina of Time?), apertando e segurando o analógico esquerdo fará com que Dust o ajude achar o caminho para seguir – que na maioria das vezes ele resolve os problemas, e outras… nem tanto. Convenientemente existe um sistema de fast-travel que cria um ponto de retorno nas dungeons caso você precise sair para comprar algum item ou entregar uma quest, fazendo que o jogador retorne exatamente onde parou, muito bom!

Darksiders II: Deathnitive Edition é um RPG de ação de aproximadamente 30+ horas juntando com os extras, 30 horas muito bem aproveitadas diga-se de passagem. A experiência é válida sim, é jogão. Rico em elementos de exploração, fluído, intuitivo, e ainda tem um combate fenomenal, Darksiders II é recomendado fortemente.

Prós

  • Velocidade e fluência da progressão do jogo
  • Combate eletrizante cheio de variações e experimentação
  • Cenários e dungeons super bem construídas
  • Personagens carismáticos
  • Música dos ambientes são impressionantemente boas

Contras

  • Apesar dos menus serem bonitos, a navegação é lenta e incomoda um pouco
  • Tem muito equipamento com atributo bobo que não traz impacto algum
  • Lock-on nas batalhas precisa ficar segurando o botão
Fábio Kraft
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