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25 de novembro de 2025
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Minha Estrada, Minha Jornada

Dragon Quest I & II HD-2D Remake dá uma nova vida a dois JRPGs fundamentais com visuais impressionantes, narrativas expandidas e melhorias de qualidade de vida super inteligentes. Alguns fãs puristas podem torcer o nariz para as conveniências modernas e os layouts mais simples das dungeons, mas o pacote final é uma experiência quase definitiva que junta nostalgia e acessibilidade. Com um núcleo emocional mais forte e um gameplay aprimorado, esta coletânea eleva a Trilogia de Erdrick ao patamar de essencial para veteranos e novatos.

DRAGON QUEST I & II HD-2D Remake

Gente, vou ser sincero: o remake de Dragon Quest era algo que eu vinha sonhando há anos. O Dragon Quest III HD-2D, que saiu no ano passado, foi um começo ambicioso, e apesar de não ser 100% perfeito na minha visão, ele se manteve fiel à essência do jogo original com uma repaginada visual de cair o queixo. Mas, honestamente? Eu estava infinitamente mais curioso e empolgado para ver como eles tratariam os outros dois da Trilogia de Erdrick: Dragon Quest I e II.

Por quê? Porque, na minha opinião, o Dragon Quest III original envelheceu super bem, se você curte aquela pegada minimalista na história e o sistema de criação de personagens. Já os dois primeiros… nunca me pegaram de verdade, por mais que as ideias deles fossem naturalmente envolventes. O primeiro DQ era “old school” demais, e o Dragon Quest II, em termos de gameplay, era meio ruim, mesmo.

Sua jornada começa aqui!

Por isso, a ansiedade era GIGANTE para ver como um remake totalmente moderno lidaria com esses dois, especialmente sabendo que o DQ III é, na verdade, um prelúdio cronológico de toda a trilogia. No fim das contas, não só me apaixonei pelos dois primeiros Dragon Quest mais do que achei possível, como eles entraram para o meu pódio de “melhores remakes da história”.


História: Dragon Quest I & II – Onde Tudo Começa (e Termina)

Enquanto o Dragon Quest III é o RPG clássico que a maioria espera, os dois anteriores quebram um pouco essa regra. Para simplificar: o primeiro Dragon Quest é uma jornada solo, você controla um único herói do início ao fim. Já o Dragon Quest II é bem mais focado na narrativa do que era comum na época, com um grupo de personagens pré-definidos (nada de criar seu próprio time).

Acredito que essas duas torres estejam conectadas…

Pra começar, DQ I te coloca na pele de um descendente do herói de DQ III, o lendário Erdrick. Em Alefgard, você é o novo salvador, chamado para deter a corrupção do Dragonlord que jogou o mundo no caos. E você vai nessa sozinho. Sim, você tem gente que te ajuda nos bastidores, mas a jornada é solitária. Isso é muito diferente do que a série Dragon Quest (e JRPGs em geral) costuma fazer.

Essa ideia de ser um herói solitário em um JRPG, onde ter um party é a norma, é extremamente cativante e, para mim, até mais envolvente do que a história de DQ III, onde você cria seus aliados. Mesmo com o protagonista sendo mudo, a personalidade dele brilha, e a solidão é um tema constante na fala dos NPCs. Isso cria uma conexão emocional que faz cada vitória parecer um evento épico.

O inglês usado nesse jogo é meio arcaico de propósito, não estranhe.

É tipo a sensação de jogar os Ys antigos com o Adol sozinho: a surpresa dos NPCs quando você supera algo impossível é memorável! Por isso, DQ I funciona muito bem como uma história underdog de alguém que precisa provar seu valor, já que o herói nem tem provas concretas de ser um descendente de Erdrick. A história é curtinha, umas 20 horas no máximo. Mas a ligação direta com DQ III é um toque excelente. Destaque especial para a Princesa Gwaelin, que está muito mais carismática e memorável do que em qualquer versão anterior do jogo.

A Evolução da Narrativa em Dragon Quest II

Dragon Quest II quebra o molde de DQ I e III ao adotar um grupo de aliados, mais parecido com os JRPGs que conhecemos. A história se passa cerca de 100 anos após o primeiro DQ, e é o último jogo na cronologia de Erdrick. Agora, os protagonistas são descendentes do herói de DQ I, que fundaram três nações.

Fãs de Dragon Quest XI vão se emocionar.

A paz dura até que uma dessas nações é devastada por forças misteriosas. O Príncipe de Midenhall (o protagonista mudo) é enviado para acabar com essa nova ameaça, e ele recebe o apoio de seus primos dos reinos vizinhos. A estrutura narrativa desse jogo é a mais moderna da trilogia, e depois de dois jogos tão peculiares, essa mudança é super revigorante. Ter personagens pré-definidos (e não criados por você) dá um peso emocional único, ajudado por todo o contexto histórico do mundo.

O elenco de DQ II tem laços familiares muito bem explorados. É impressionante como cada jogo da trilogia tem uma abordagem narrativa única, mesmo com tramas que, no fundo, são leves. Sem dar spoilers demais, preciso dizer que, entre os remakes, Dragon Quest II foi o que mais se beneficiou das adições, parecendo uma experiência genuinamente nova. Por causa disso, DQ II virou meu favorito da trilogia. Quem diria?


Gameplay e Melhorias de Qualidade de Vida (QoL)

No gameplay, DQ I e II se mantêm fiéis à base da série: evolução simples, níveis lineares e progressão direta. Mas as adições e ajustes os tornam muito superiores às versões originais. Por exemplo, DQ I agora tem múltiplos inimigos por batalha, e DQ II ganhou uma nova personagem jogável, a Princesa de Cannock, que encaixa perfeitamente na história e na jogabilidade. Além disso, agora ambos têm as famosas Mini Medals, aqueles colecionáveis dos jogos posteriores que dão recompensas valiosas.

E a lista de melhorias de QoL que tornam essas as versões definitivas é enorme:

  • Marcadores de Objetivo: Chega de ficar perdido!
  • Acelerar Batalhas: Indispensável para o grinding.
  • Salvamento Automático: Segurança total.
  • Indicadores no Mapa-Múndi: Mostram a localização aproximada de baús e locais secretos.

Esses marcadores são opcionais e não estragam o fator exploração, já que só mostram a aproximação dos segredos (mímicos não são identificados, e barris/vasos interativos não aparecem, por exemplo). O feitiço Holy Protection (para reduzir encontros aleatórios) parece estar bem mais eficaz do que no remake de DQ III. É um equilíbrio cuidadoso: preserva a aventura, mas economiza o tempo do jogador.

O Único Ponto que me Incomodou: O Fim do Backtracking

Tem uma coisa que eu vejo como negativa: a eliminação quase total do backtracking. Nesses remakes, você pode usar asas de Chimera ou a magia Zoom para sair de interiores e viajar rapidamente para praticamente qualquer lugar. Isso economiza tempo, claro, mas com o tempo, comecei a desgostar. Tira a tensão e torna a magia Evac (para sair de dungeons) praticamente inútil.

Os slimes continuam presentes.

Eu entendo o esforço para deixar a jornada mais acessível, mas essa decisão foi longe demais, e o pior é que não dá pra desligar. Fora isso, o design das dungeons continua simples, especialmente no DQ I. O DQ II se sai um pouco melhor com construções mais memoráveis, mas nada que seja de exploração super complexa.


Dificuldade e Combate: Desafio na Medida Certa

Felizmente, o ciclo de desafio e grinding (aquela “farmada” de experiência) continua presente e, talvez, até mais satisfatório. Eu joguei no modo padrão, mas o jogo te dá duas opções extras:

  1. Dracky Quest: Invencibilidade (para quem só quer curtir a história).
  2. Draconian Quest: O modo difícil.

O bacana é que você pode trocar a dificuldade quando quiser. Isso me permitiu upar no ritmo padrão e só trocar para o modo Draconian nos chefes. O lado ruim é que o modo mais difícil reduz a EXP ganha em batalhas, mas pelo menos dá para contornar isso.

Dragon Quest sempre tenta agradar a todos os fãs de RPG, e essas opções deixam isso bem claro. Mesmo no modo padrão, o jogo exige que você esteja preparado: equipamentos atualizados, nível adequado e acessórios que previnam status negativos. Não é só aumentar os atributos, as descrições dos itens revelam bônus úteis. Graças aos personagens pré-definidos, os combates são melhor planejados, te forçando a pensar mais no seu repertório de ações, ao contrário do DQ III, que tinha que se adaptar a mil combinações de classes.

Você pode habilitar a IA para seus aliados em batalha ou assumir o controle total. Eu nunca usei a IA, mas é uma mão na roda para o grind. E não é só grinding que te deixa forte! Além das Mini Medals, esses remakes expandiram muito o sistema de Sigils.

Grindar nunca foi tão divertido… ok, nesses inimigos patéticos nem tanto.

Originalmente, os Sigils apareciam apenas no cenário principal de DQ II. Agora, eles estão completamente implementados no DQ I também. Eles oferecem bônus passivos e melhorias diretas em ataques/magias, dependendo de certas condições. Essa adição foi a mais natural, já que o sistema existia antes.

Apesar de tudo, Dragon Quest II é o que mais evoluiu. E mesmo com a necessidade ocasional de grinding (o que, para mim, não é um problema), nada disso parece cansativo ou desmotivador. A fluidez do jogo está muito próxima dos títulos mais recentes da franquia.


Visual e Apresentação

Assim como no remake de DQ III, eu amei o visual HD-2D. Especialmente no modo de prioridade para resolução, que entrega visuais mais detalhados sem sacrificar muito. As cidades, dungeons e o mapa-múndi são sublimes, um verdadeiro auge do que o estilo HD-2D pode entregar. A dublagem também é excelente e dá um peso emocional ainda maior para o primeiro Dragon Quest.


Veredito

Dragon Quest I & II HD-2D Remake fez o que eu achava impossível: me fez apaixonar por jogos pelos quais eu tinha pouquíssimo interesse, graças a uma narrativa muito mais profunda e conectada. As adições de cenas nos dois jogos (especialmente em DQ II, que dobrou de duração!), junto com a dublagem, as melhorias de QoL e os visuais lindos, são inestimáveis. A sensação de crescimento pelo grinding e pela customização não só foi mantida, como foi reforçada.

Para mim, Dragon Quest I & II HD-2D Remake são remakes quase perfeitos que mostram exatamente como se deve relançar clássicos essenciais. Estou super ansioso para ver o que vem por aí!

David Signorelli
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