E3 não terá conferência da Nintendo. E daí?
Se você viu o Drop News da semana passada, já está sabendo que Nintendo não fará sua tradicional conferência durante a E3 2013, que acontece entre 11 e 13 de junho, em Los Angeles, nos Estados Unidos. A notícia pegou muita gente desprevenida. Uma boa parte da comunidade gamer chorou as pitangas e já começou a falar sobre falência da Big N, que Satoru Iwata vai vir para o Brasil vender acarajé no Pelourinho e Reggie Fils-Aime vai tentar um papel na próxima temporada de Malhação, dada a sua excelente interlocução. Brincadeiras à parte, esta atitude já era previsível e não é motivo de desespero pra ninguém.
No entanto, isso não significa que a gigante japonesa não estará na E3. Em vez de um grande evento, a empresa preferiu realizar pequenos encontros fechados, com o objetivo de focar na apresentação de novos sistemas e jogos para seu aparelhos, voltados ao mercado americano. Além disso, nas palavras do próprio Iwata, agora Presidente Global da Nintendo, esta medida servirá como “uma oportunidade para apresentar com mais detalhes os novos títulos que serão lançados para o Wii U este ano e aumentar a experiência da comunidade junto ao console”.
Deixando de lado tudo aquilo que a Nintendo já fez pela indústria (e por nós, jogadores) durante sua história, sem apelar para a nostalgia ou fanatismo, a iniciativa da Nintendo é compreensível e até certo ponto, interessante. Enfim, não há motivos para alarde e desespero.
É notório que a E3 perdeu sua força e representatividade para a indústria como um todo durante os últimos anos, principalmente com o crescimento de outros eventos, como a PAX, entre outros. Isto possibilita uma pulverização de informações, ou seja, as empresas possuem mais oportunidades para mostrarem seus projetos, podendo escolher para qual evento dar mais importância.
Além disso, existe uma tendência que, com certeza, se tornará um modelo de negócio no futuro: os eventos próprios. A Sony e Microsoft estão aí para não me deixar mentir. Mesmo que a dona do PlayStation 4 não tenha, de fato, apresentado sua nova menina dos olhos naquele encontro de fevereiro e que a empresa do Tio Bill possa, também, não revelar muita coisa no evento que acontecerá em 21 de maio, a lógica está estabelecida. Ter algo só seu é bom para os negócios. Chama mais atenção.
Quanto mais a guerra dos consoles avança, se torna cada vez mais inevitável que estas três guerreiras do mercado de games mundial invistam nestes eventos próprios. Por exemplo, para a Nintendo, que nesta batalha sem fim já deixou claro qual é seu público-alvo e abordagem mercadológica, é extremamente vantajoso economizar o tempo e dinheiro que seriam gastos para se apresentar na E3 (em um ano em que não tem nada para mostrar, é verdade) e utiliza-los em um Nintendo Direct ou em um evento fechado, onde você consegue atingir seu objetivo mais facilmente.
Portanto, a ideia de não estar na E3 com uma grande conferência é uma boa estratégia para fugir e evitar as comparações que sempre existem durante este tipo de acontecimento. Comparações que, aliás, tem sido prejudiciais à Nintendo nos últimos anos.
É uma pena. A Nintendo era, de longe, a mais divertida das conferências. Shigeru Miyamoto que o diga. Não é?
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