Fatal Frame: Maiden of Black Water
Fatal Frame: Maiden of Black Water possui uma trama intrigante, ambientação assustadora e aquele toque oriental de terror, mas a experiência acaba não sendo tudo aquilo por conta de alguns fatores que acabam atrapalhando e muito
É inegável que diversos estúdios já tentaram emplacar franquias de terror no mundo dos videogames, com muitas dando certo (e existindo até hoje) e outras… bom, nem tanto. Mas se tem uma dessas franquias que sempre me deixou muito intrigado, posso afirmar que foi Fatal Frame. Vou ser sincero aqui, eu nunca havia jogado nenhum game da saga, mas sempre assistia algumas gameplays e acabava ficando muito interessado, já que a premissa se diferenciava de outros games do gênero, pois não é todo dia que vemos um jogo no qual derrotamos espíritos usando câmeras, não é mesmo?
O último game lançado até então foi Fatal Frame: Maiden of Black Water para Wii U, lá no ano de 2015. Pelo fato do console da Nintendo não ter ido lá tão bem, a Koei Tecmo decidiu relançar o jogo para as plataformas atuais, sendo elas Xbox One, Xbox Series, PlayStation 4, PlayStation 5, Nintendo Switch e PC, mas será que a experiência é interessante, mesmo nos dias de hoje?
Caçar espíritos com uma câmera… por que não?
Pessoas estão desaparecendo misteriosamente sem deixar rastros nas proximidades de Mt. Himaki, assim como uma garota chamada Miu Hinasaki. A mesma acorda e se encontra em um velho e levemente inundado prédio, sem ter a menor ideia de como chegou ali, porém logo percebe que não está sozinha naquele local, mas as suas companhias definitivamente não estão vivas. A partir disso, acompanharemos três personagens durante a jogatina: Yuri, Ren e a própria Miu, enquanto as suas histórias vão de certa forma se interligando.
A princípio a trama segue um ritmo lento e que, sendo bem sincero, acabou me deixando um tanto quanto preocupado com o rumo que a mesma seguiria, porém posso admitir que quebrei a cara. Demorou um pouco, mas logo a narrativa passou a aproveitar melhor os diferentes personagens e conseguiu me prender, com aquela sensação de querer continuar jogando para ver o que viria a seguir e como toda aquela história se desenrolaria, o que definitivamente me surpreendeu.
Os três personagens também são interessantes e possuem histórias interessantes. Cada um se diferencia bem e o game consegue fazer com que o jogador queira saber mais sobre cada um, além de como suas jornadas continuarão naquele lugar macabro. O fato do game intercalar a jogatina com cada personagem também é interessante, já que nenhum dos três acabam tornando a experiência maçante e repetitiva, e a progressão de todos acaba sendo muito bacana.
No quesito da jogabilidade, devo admitir que utilizar as câmeras para derrotar os espíritos é algo que eu não esperava que seria tão interessante da maneira que é, e acredite, a princípio é uma tarefa que vai lhe dar uma leve dor de cabeça. A partir do momento em que você começa a tirar fotos dos fantasmas, espécies de “auras” dos mesmos vão aparecendo, e quanto mais forem sendo capturadas pela câmera, maior o dano causado, mas sempre acaba sendo uma questão de aproveitar a oportunidade certa.
Além disso, você possui ainda diferentes tipos de lentes que podem ser utilizadas, sendo que cada uma ajuda de diferentes maneiras. As mesmas podem ser encontradas pelos cenários, enquanto você explora os mesmos (além de alguns outros itens, como de cura, por exemplo), ou então adquiridas por meio de pontos que você obtém a partir das batalhas contra os fantasmas. Com esses pontos é possível ainda adquirir upgrades para a sua câmera, algo que, acredite em mim, vai facilitar e muito a sua vida.
Mas infelizmente nem tudo são flores na jogabilidade, e passei muita raiva durante minha jogatina. A sensibilidade é algo que mais atrapalha do que ajuda, e mesmo alterando no menu de configurações a diferença era mínima, já que o verdadeiro problema é justamente o controle dos personagens, e não da câmera. Podemos contar ainda o fato de que a todo momento eu ficava preso em algum lugar, e o resultado? Bom, eu me lascava legal nas batalhas, ainda mais com o fato de que em algumas o FPS caia de uma maneira que tornava o game quase injogável.
Já no quesito das próprias batalhas, as mesmas começam interessantes, porém logo ficam muito previsíveis e perdem totalmente o brilho que possuíam anteriormente. Em questão de algumas horas as lutas ficarão monótonas e os espíritos passarão a quase não trazer mais desafios, ainda mais pelo fato de que o jogador possui uma barra de vida extremamente grande e itens de cura muitas vezes são totalmente dispensáveis. Isso sem sombra de dúvidas foi uma das minhas maiores decepções com o game, já que eu esperava que o seu “ponto chave” se mantivesse interessante do início ao fim.
Porém voltando a falar de coisas boas, se tem algo que definitivamente é um ponto positivo do game é a sua ambientação. Toda a Mt. Himaki é assustadora e consegue passar uma sensação de que você não está sozinho (ainda mais pelo fato de que você nunca está), isso sem contar que a atmosfera é amedrontadora. É inegável que o pessoal do Oriente sabe como fazer os mais diversos produtos de terror, sendo que os filmes estão aí para provar, e aqui não é diferente, o que sem sombra de dúvidas é um mérito da Koei Tecmo.
A sonoplastia do game também é um dos pontos positivos. O mesmo aposta em sons do ambiente para ir criando uma certa tensão enquanto não há inimigos presentes, o que definitivamente funciona, e quando os mesmos aparecem, as músicas utilizadas possuem o tom certo para as batalhas, trazendo o clima necessário para as mesmas. Já o visual do jogo não é lá tudo aquilo, mas para um port de um game do Wii U, até que possui gráficos satisfatórios, porém o verdadeiro problema se faz presente em algumas texturas de baixíssima qualidade e que muitas vezes ficam escancaradas na nossa cara enquanto estamos jogando.
Veredito
Fatal Frame: Maiden of Black Water até traz uma narrativa intrigante, premissas interessantes e uma ambientação amedrontadora, mas quando falamos da sua jogabilidade, o mesmo acaba decepcionando. Os controles do game mais atrapalham do que ajudam e em questão de poucas horas o combate, que deveria ser um dos pontos de maior destaque do jogo da Koei Tecmo, se torna repetitivo e maçante, isso se não contarmos a falta de localização para o português, o que pode ser um problema para alguns jogadores. No geral, acaba valendo pelo clima e pela trama interessante, mas os pontos negativos estão lá, e todos são muito evidentes.
[joomdev-wpc-pros-cons disable_title=”yes” wpc_style=”wppc-view3″ title_tag=”H3″ title=”Pros” pros_title=”Pros” cons_title=”Contras” button_text=”Contras” disable_button=”yes” button_link=”” button_link_target=”_SELF” button_rel_attr=”dofollow”][joomdev-wpc-pros]
- Trama e personagens intrigantes
- Ambientação assustadora
- Sonoplastia que traz aquele clima tenso
- A premissa de usar a câmera é interessante
[/joomdev-wpc-pros][joomdev-wpc-cons]
- Jogabilidade mais atrapalha do que ajuda
- Quedas de frames em momentos cruciais
- Algumas texturas de baixíssima qualidade
- Falta de localização para o português
[/joomdev-wpc-cons][/joomdev-wpc-pros-cons]
- Layers of Fear e o terror reimaginado - 13 de agosto de 2023
- Destroy All Humans 2! – Reprobed (PS4) - 26 de julho de 2023
- The Last of Us e o grande acerto da HBO - 25 de fevereiro de 2023