Análises

Just Cause 4 – Análise

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Just Cause 3 ainda maior
Just Cause 4 ganha na física, nos gráficos e no humor, mas peca na falta de novidades. Ótimo para quem procura um “Sand Box” descompromissado, mas quem prefere um jogo mais denso deve passar longe.

“É hora do Show”

Rico Rodriguez, o agente secreto que faz Ethan Hunt chorar sangue está de volta para o Xbox One, PS4 e PC na Steam… infelizmente (ou felizmente para alguns) sem grandes novidades.

O novo intento da franquia da Square Enix retorna como sempre foi, foco no gameplay, cenário sandbox onde qualquer coisa vermelha é destrutível, história cafona e os diálogos de efeito. O Novo motor Apex, passa quase despercebido, embora o jogo agora suporte HDR.

Nessa edição, Rico está novamente combatendo a mão-negra, o exército de mercenários que havia tomado conta de Médici (Just Cause 3) e descobriu que estava sendo liderada pelo seu pai no fictício país de Solís, uma ditadura Sul-americana.

Solís é um mundo bem diferente de Médici, uma ilha gigante, com diversos climas, diversos ambientes, cidades mais modernas, rios e lagos negros, um ambiente bem monótono… um contraste com a vibrante Médici Mediterrânea, de águas límpidas e arquipélagos.

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O pai de Rico construiu armas climáticas que a mão negra planeja utilizar para subjugar o mundo. E essas armas são em as responsáveis pela maior mudança que temos no jogo, a utilização de climas a seu favor (ou contra você), como ventos fortes para empurrar ou sugar o herói voador ou raios arrasadores, capazes de destruir um tanque em segundos.

Em Just Cause 3, Rico precisava tomar cidades, derrubando imagens, propagandas, auto falantes entre outros do ditador para conquistar o território, em Just Cause 4 tentaram dar um outro tom nessas conquistas, como se movimentasse exércitos, de forma estratégica para os territórios a serem conquistados, mas no fim é apenas algo cosmético. Você não participa dessas batalhas, o inimigo nunca ataca de volta, com o tempo, essa mecânica acaba mais parecendo um tapa-buraco para uma situação em que a dev não sabia como resolver.

Isso acabou deixando toda a possibilidade de destruir o cenário sem um motivo forte para existir como havia em Just Cause 3, se resumindo a apenas causar caos aleatório (mesmo em bases que você já conquistou) para conseguir mais soldados, que também em possível obter realizando missões do jogo.

Mas nem tudo é ruim nisso. Cada território conquistado, aumenta seu arsenal, seja com um veículo, arma ou utilitário novo, então pode ser uma boa estabelecer uma prioridade de território para liberar logo aquele tanque bacana ou helicóptero forte que você tanto deseja. E falando de veículos, agora existem alguns tipos de veículos novos, como um guindaste móvel magnético, ou uma balsa de carros.

Uma das coisas mais irritantes de Just Cause é a inteligência artificial dos inimigos, que não raro causam situações hilárias, como passar a toda velocidade num veículo perseguindo Rico e baterem numa roda gigante, ou em um avião irem direto para o chão. A falta de uma IA mais desenvolvida torna o combate do jogo muito igual. No fim, todas as missões acabam ficando semelhantes, pois basta Rico atacar “no estilo Rambo”, que sempre vai dar certo.

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Um ponto que entra como novidade, é a utilização dos ganchos, agora bem customizáveis, com força, tamanho, ser automático ou não. Os foguetes portáteis de Just Cause 3, agora são um novo tipo de gancho, que faz EXATAMENTE a mesma coisa, mas é possível usá-los a distância. Outra modificação no gancho, é o uso de balões, que lembram um pouco como Metal Gear 5, porém com algumas customizações, dá para transforma-los em balões-Bomba (e é bem divertido isso).

Os desafios que existiam em Just Cause 3 foram, de certa forma, simplificados no 4; desafio de voar com a wing suit por um circuito de anéis complexo que deixavam o jogador careca agora se resume a voar por 3 míseros anéis e embora alguns exijam certo planejamento, estão bem longe da dificuldade que existia em Just Cause 3. Alguns outros desafios exigem que você resolva “puzzles”, esses são os mais bacanas. Infelizmente todos os desafios de CAOS foram eliminados.

Depois de tudo isso pode passar a impressão que Just Cause 4 é um jogo ruim, mas não é. Continua sendo uma experiencia divertidíssima brincar com a física do jogo. Até mesmo a cafonice proposital do clima do jogo chega a ser engraçada (faça um favor a si mesmo e procure os Easter Eggs de Take on me e a Cow Gun). Just Cause continua tendo um humor próprio, fazendo graça com a utilização de frases de efeito, com climão bem filme de Ação B, com o absurdo.  Just Cause 4 apenas não é “novo” o suficiente em relação ao anterior para merecer maior aprofundamento.

Just Cause 4 peca pela falta de novidades, peca na diminuição de algumas de suas mecânicas, peca pela falta de atualização de gameplay e IA. Ganha na física, no clima, nos gráficos e no humor. O jogo é ótimo para quem procura um “Sand Box” descompromissado, mas quem prefere um jogo mais denso deve passar longe.

Em 2018 tivemos alguns dos jogos de mundo explorável mais memoráveis da geração como God of War, Red Dead Redemption 2, Spider-Man, Assassins Creed Odyssey… Just Cause precisa evoluir, não apenas graficamente. O jogo não precisa ficar iguais aos medalhões citados, longe disso, mas precisamos de uma IA melhor, um sistema de combate melhor (sem cobertura até hoje? Sem um bom ataque físico?) e uma motivação melhor.

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Pontos Positivos

  • Gráficos aprimorados
  • Física aprimorada
  • Mais veículos
  • Customização do Gancho

Pontos Negativos

  • Desafios mais simples
  • Personagens com modelagem estranha
  • Destruir cenário é menos relevante
  • O mundo do jogo é mais monótono
  • Bugs
  • Historia sem pé nem cabeça

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