Análises

Kingdom Hearts: Melody of Memory

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"Chavadas", magia, ação e memórias.

A verdadeira celebração para os fãs de Kingdom Hearts, sem dúvida alguma é um jogo rico em conteúdo, replay e diversão.

Kingdom Hearts: Melody of Memory é um jogo de ritmo desenvolvido e distribuído pela Square-Enix em conjunto com a Indies Zero, disponível nas plataformas Nintendo Switch, PlayStation 4 e Xbox One.

O INÍCIO.

A série Kingdom Hearts fez e ainda faz parte de uma importante época da minha vida como jogador, e ter visto ela tomar o rumo que tomou me deixa um tanto feliz, diferente do que algumas pessoas acharam ao longo dos anos por conta do super atraso de 14 anos entre o segundo e o terceiro jogo principal da saga, mas eu nunca me incomodei com isso porque haviam muitos entre-jogos para ir curtindo até lá, muitos deles que acabam sendo até mais importantes pra mim do que os principais da série num geral.

Como um todo, no entanto, Kingdom Hearts é vasto e complexo, composto de vários jogos principais, spin-offs, mangás e até concertos musicais que trazem sim parte do enredo para a mesa (sim, perdemos coisas da história do jogo por não termos ido a um concerto musical do jogo), e não seria diferente com esse novo título.

Kairi é a narradora desse belíssimo título.

Estamos falando hoje de Kingdom Hearts: Melody of Memory, um jogo de ritmo muito parecido com Final Fantasy: Theatrhythm (Que nome!) no quesito interface principalmente, até porque a softhouse que trabalhou nele é a Indies Zero, a mesma que fez o Final Fantasy/ Dragon Quest Teatrinho, para o Nintendo 3DS na época.

MELODIAS DE LEMBRANÇAS.

O que acontece é que nesse jogo temos um espécie de mega resumo muito bem feito dos acontecimentos de todos os outros jogos da franquia, contadas através de cutscenes narradas pela menina Kairi, e, claro, vivenciando as lembranças dos mundos que percorremos com suas músicas respectivas. Essas cenas estão posicionadas no mapa em locais-chave onde mostram exatamente quando e como elas acontecem, é realmente um trabalho primoroso nesse sentido.

O modo principal do jogo é o World Trip, que é a campanha em outras palavras. Nesse modo principal, como comentado anteriormente, fará com que o jogador percorra em ordem dos acontecimentos todos os mundos até sua conclusão lá no Kingdom Hearts 3. (Spoiler do bem aqui, o jogo tem uma cereja no topo do bolo depois da conclusão do último mundo, então vale a pena conferir só por conta disso, acreditem.)

As fases de batalha são as que vão exigir os maiores reflexos.

Para quem não está habituado ou não conhece todos os jogos da franquia, aqui está uma ótima oportunidade de ser introduzido a este universo tão rico e emocionante. Os mundos são liberados ao concluirmos pequenas missões dentro das músicas, que variam bastante entre concluir com uma determinada percentagem de HP ou derrotar todos os tipos de inimigos que vem pelos ares, por exemplo.

Com isso em mente, atravessamos todos os mundos jogáveis dos títulos anteriores, cada mundo possui até duas músicas com 3 missões cada, uma das músicas é geralmente a do mapa de exploração e a outra é de batalha, mas pode variar bastante em um showdown com um chefe ou alguma singularidade do percurso, como um “boss final”, onde será apenas uma música. 

Ao concluir as missões, ganhamos uma recompensa em forma de estrela que, ao acumular um número determinado delas, outras partes do mapa abrirão para darmos continuidade na progressão do jogo.

Modo VS. é o local onde amizades são desfeitas.

Estão presentes neste jogo as músicas de: Kingdom Hearts, Kingdom Hearts: Chains of Memories, Kingdom Hearts 358/2 days, Kingdom Hearts: RE-Coded, Kingdom Hearts 2, Kingdom Hearts: Birth by Sleep, Kingdom Hearts: Dream Drop Distance, Kingdom Hearts 0.8: A Fragmentary Passage e Kingdom Hearts 3, além de uma ou outra música avulsa da série, compondo mais de 140 fases jogáveis em todos os modos.

RITMO E BATALHA.

Tudo isso é muito bonito, mas o game está a par das expectativas? Vamos falar um pouco do jogo em si e dos outros modos agora.

Para começar a falar um pouco de como funciona a mecânica é preciso entender que, embora o jogo tenha seus modos de dificuldade selecionáveis em todas as músicas, eu julgo ser necessário que também curta jogos de ritmo, porque não estaremos jogando mesmo um Kingdom Hearts nos moldes tradicionais aqui.

As músicas são divididas em tipos: Mapa e Batalha, com os comandos vindo de cima para baixo da tela, as de chefes onde os comandos vem da esquerda para direita, adicionam

Nossos heróis usam ataques clássicos e magias memoráveis.

do sequências com os direcionais e, por fim, as Dive Memories, que são cenas onde jogamos parecido com o modo de boss porém com a câmera viajando de forma dinâmica.

Cada uma das músicas em todos os modos podem ser jogadas em 3 tipos de níveis de dificuldade: Beginner, Standard e Proud (fácil, médio e difícil), e em até três formas que os comandos chegam até você, inclusive é possível de jogar tudo apertando apenas um único botão, pois o resto é executado por seus aliados em campo. 

Lembrando que não é necessário jogar tudo no proud para zerar o jogo, é perfeitamente possível terminar o jogo em dificuldades menores caso esteja muito complicada algumas missões, porque de fato tem umas que é de arrancar o cabelo mesmo.

As batalhas de chefe são, sem duvidas, as mais emocionantes de se lutar.

Quando concluímos uma música, nossos personagens ganham experiência como num RPG tradicional que resulta no aumento de um nível, tendo como consequência disso ficar mais forte, resistir mais os danos caso erre um comando (altamente importante para encarar músicas como Wave of Darkness e Dark Impetus) e outros muitos itens colecionáveis, usáveis e materiais para criar tranqueiras também.

UM POR TODOS, E TODOS POR UM.

Além do modo principal, também é possível desafiar outros jogadores online (recurso que não pude utilizar pois necessita a assinatura da Nintendo), localmente ou contra NPCs através de um Modo Versus. E ah, claro, é possível também jogar com um amigo no cooperativo.

Esse modo também tem suas particularidades que o tornam bem legais, coisas como poder jogar músicas no random mesmo sem tê-las habilitadas, atacar e sofrer com modificadores para atrapalhar o oponente, subir de rank, pegar level e até mesmo conseguir itens exclusivos para preencher a rica biblioteca, um modo próprio para coleções chamada de Museum.

As fases de Dive Memory são longas, mas foi as que eu mais derramei oceanos de lágrimas.

Confesso que ainda tem muito chão para eu concluir tudo o que eu quero nesse título, mas jogando aqui minhas 40 horas marcadas, pude já sentir que é realmente um título de peso para a série. Novamente lembro que o final desse jogo é incrível, e está bem longe de ser apenas “mais um spin-off” solto por aí. 

RESULTADOS DA BATALHA.
Por conta de ser um dos meus jogos favoritos, eu senti que toda a experiência que o jogo quis proporcionar foi dada de maneira muito inteligente. Claramente é feita para quem é fã dos jogos e conhece um pouco mais além do universo da franquia, o que acaba trazendo bons frutos juntos com o fator nostalgia, mas, em contrapartida também é um excelente título introdutório do que temos jogado desde 2002 lá no PlayStation 2. Já faz o que, 18 anos? É muita coisa, muitas melodias de memórias de fato.

Pros

  • Uma celebração para os fãs da série.
  • Gameplay com dificuldade gostosa e progressiva.
  • Um universo de coisas para se fazer além de jogar as músicas e competir online..
  • Momentos de bastante nostalgia emocionam muito..

Contras

  • Honestamente, tentei achar, mas não encontrei algo ruim nele.

Fábio Kraft
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