Prey – Análise
Prey é um reboot do FPS homônimo de 2006. Quase nada foi salvo nessa versão tirando o fato do tema ser sci-fi. Foi desenvolvido pela francesa Arkane Studios, criadora da franquia Dishonored, e publicado pela gloriosa Bethesda que ainda não errou nessa geração.
O game te coloca no papel de um(a) cientista que vai enfrentar todo tipo de problema que uma estação espacial dominada por alienígenas pode oferecer.
TALOS I
Prey não oferece uma experiência cinematográfica, não conta uma história bem “contada”, não tem excelentes personagens ou cenas bem atuadas. Na verdade durante toda sua duração eu não lembro de nenhuma cutscene e raros foram os encontros com NPCs. O game foge completamente das tendências de mercado para contar uma história cheia de mistérios e plot twists em um ambiente bem perturbante.
Se você jogou e gostou de jogos de séries como Half-Life, System Shock e Bioshock, o que temos aqui é um jogo que seguiu essa mesma linha, principalmente a do último citado. Boa parte da história está em e-mails, revistas, áudio logs e outros elementos que foram abandonados em algum momento da última geração e isso explica o porquê de alguns reviewers não terem gostado do game. Não acho a melhor alternativa para a narrativa, mas isso não limitou ou estragou minha experiência.
O game não tenta e nem quer ser um FPS, o foco aqui não é na quantidade de armas e muito menos nos combates. Na verdade o jogo te incentiva usar a inteligência e inclusive a evitar as tretas através da mecânica de stealth ou até puzzles e shortcuts. As maiores forças do gameplay são a ambientação, a exploração e possibilidades dentro das mecânicas, que além de tudo incluem poderes alienígenas e algumas armas bem diferentes.
Os cenários são muito bem desenhados e são uma delícia de explorar. Na exploração você vai encontrar itens necessários para progressão, muitas informações e jogando em níveis de dificuldade acima do normal, que é bem mais difícil que a maioria dos FPS atuais, você tem uma grande necessidade de vasculhar cada canto em busca de recursos.
Prey oferece diversas maneiras de abordar cada “fase” e não necessariamente de uma forma direta. Você pode achar o cartão ou senha para entrar numa sala ou usar suas habilidade de hack para burlar os sistemas eletrônicos e até encontrar um atalho para entrar no local. Praticamente todos os momentos do game oferecem essas alternativas para a progressão.
Em termos de mecânica e jogabilidade, Prey não se destaca por trazer novidades, mas junta vários elementos bons e harmoniza eles de forma quase perfeita. Os poderes são bem interessantes e eu recomendo você testá-los antes de efetivar suas escolhas pois são um recurso limitado.
Audiovisual
Esse não é um título que se destaca na parte visual, nem mesmo na versão de PC. Tecnicamente e artisticamente o jogo é bem simples e clean, sem esbanjar efeitos complexos ou apresentar qualquer tecnologia visual que pese bastante no processador da sua placa gráfica. Não é nem de longe um jogo feio, mas também não é um game que vai te marcar por super gráficos.
Em contrapartida o game roda perfeitamente e sem engasgos em praticamente qualquer configuração mid end (GTX 960+). Com ajustes deve rodar sem tristeza em qualquer hardware das últimas 3 gerações de CPUs e GPUs.
Para efeitos de comparação joguei apenas as demos das versões de consoles, mas não percebi nenhuma queda de framerate aparente e visualmente a experiência perde bem pouco da qualidade de imagem quando comparada a versão de PC.
Os sons e as músicas são bons e suportam muito bem a ambientação e a exploração, que na minha opinião é o principal elemento do game. Nos combates toca uma música tensa e que permanece até pouco depois do fim. Na estação os sons ambientes ajudam a trazer bastante tensão para o jogador.
O visual dos Aliens e das armas também são simples. Você não tem uma imensa variedade de inimigos ou de armas, mas elas são suficientes para não cansar até o fim do jogo que dura aproximadamente 15 horas no normal.
Mimetizando
Prey não é um first person qualquer. É um jogo que mistura elementos de vários jogos de ação em primeira pessoa e harmoniza várias mecânicas já bastante utilizadas de forma quase perfeita. Não é um jogo que recomendo para qualquer um, mas é sim uma experiência que há muito eu não tinha com videogames.
Se você gosta de jogos com progressão mais lenta e pensada no estilo do primeiro Bioshock eu recomendo bastante, agora se prefere um jogo de tiro mais rápido e orientado a ação, não sei se esse é seu tipo de jogo.
Pontos Positivos
- Cenários e efeitos sonoros proporcionam uma ambientação excelente
- Level design bem acima da média, com muitos atalhos, abordagens e segredos
- História interessante e cheia de plot twists e com bifurcações e finais múltiplos
- Mistura harmonizada de mecânicas já consagradas
Pontos Negativos
- A quantidade de leitura necessária para compreender o enredo não combina com o clima de tensão do jogo. Muitos e-mails inúteis e informações que poderiam ser passadas de maneira mais direta ao jogador.
- A parte visual é simples demais e isso não é tão ruim, mas também não é bom para um jogo dessa geração
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quando sair na promoção eu pego