Desenvolvido pela WayForward, Shantae and the Seven Sirens é o quinto jogo da série que começou no Game Boy Color. Este é o meu primeiro contato com as aventuras da “meio-gênio” chamada Shantae do qual sempre tive interesse em experimentar, mas que até o momento não tinha surgido a oportunidade.
Com um carisma inigualável, posso dizer de antemão que virei fã dessa personagem logo nos primeiros minutos. A questão agora é se o jogo em si acompanha esse entusiasmo todo, vamos lá!
UMA HISTÓRIA “DAS ARÁBIAS”
Shantae e suas amigas são convidadas para Paradise Island onde irá rolar o Half-Genie Festival. No entanto, durante uma apresentação no festival, os outros meios-gênios são sequestrados.
Determinada a descobrir o motivo de seu desaparecimento, Shantae começa a explorar a Cidade Submersa sob a ilha em busca dos outros meios-gênios. Ao longo do caminho, ela encontra sua inimiga de longa data, Risky Boots, que procura um tesouro misterioso que se diz residir embaixo da ilha e com isso temos uma base do que vai acontecer durante pelo menos 10 horinhas.
Como deu pra perceber não se trata de uma história super mirabolante, porém isso nunca afetaria a qualidade do jogo, muito pelo contrário. O que interessa aqui é presenciar diálogos engraçados, bem humorados e que realça a qualidade da personagem que carrega o nome do jogo. Shantae tem uma visão bem inocente das coisas e ela exala um carisma imenso, é impossível não gostar dela.
Quando o jogo termina fica uma impressão clara que as aventuras da nossa heroína está longe de acabar, ainda bem!
ARABIAVANIA
A segunda coisa que me chamou atenção na série desde sempre (a primeira foi o design da personagem principal) foi o fato do jogo seguir uma estrutura Metroid/Castlevania do qual eu adoro. Hoje em dia existem milhares de jogos que seguem esse modelo e infelizmente nem todos conseguiram entender o que faz um “Metroidvania” ser divertido. No caso do trabalho da WayForward posso dizer com veemência que acertaram super em cheio com Shantae and the Seven Sirens.
É muito gostoso controlar Shantae pelos cenários, os controles respondem muito bem e apesar de não ser um jogo desafiante, a dificuldade é moderada. Alguns elementos de RPG como loot e melhorias contribuem para deixar Shantae ainda mais poderosa, pois nada impede você de ficar matando inimigos e com isso encher o bolso de grana, podendo torrar em upgrades nervosos em Paradise Island.
Um sistema de Monster Cards existe nesse jogo (não sei se ele se originou aqui) e funciona de forma parecida como visto em Castlevania: Circle of the Moon. Para quem não é familiarizado com esse jogo eu vou explicar. Todos os monstros em Shantae and the Seven Sirens podem “dropar” Monster Cards quando são derrotados, esses Cards são referentes ao monstro em si e Shantae pode equipar até 3 deles, com efeitos diversos.
Vou dar um exemplo, vamos supor que durante a exploração de um dos cenários você se depara com um siri louco e com apenas alguns petelecos do cabelo de Shantae(sim, ela ataca com os cabelos), o tal siri é derrotado, deixando um pouco de grana e um Card! Uau! Agora basta abrir o menu do jogo, ir até a aba Monster Cards e equipar nossa personagem com a habilidade mágica do siri louco que, se não me engano, é de rastejar com mais velocidade.
Esse sistema é VICIANTE, eu não descansei até pegar praticamente todos os Monster Cards do jogo e é claro que nem todos os monstros vão ser mamão com açúcar como o siri louco, tem inimigos que vão dar trabalho conseguir o Card deles, mas isso é compensado pois quanto mais poderoso o adversário, melhor a Card… nem sempre na real.
Com diversos chefes divertidos e cenários enormes para explorar, posso dizer que Shantae vai te divertir muito, só fique atento ao mapa pois existem muitos segredos nas fases e o mapa dá uma ajuda legal!
2D NUNCA MORRERÁ
A primeira impressão ao entrar no jogo é de voltar para a geração dos 32-bits, mas porque isso? Lembra que naquela geração grande parte dos jogos, ainda mais com visual mais cartoon, sempre dava pra contar com uma abertura animada? Então, foi aí que eu quis chegar. Shantae and the Seven Sirens possui uma introdução produzida pelo Studio TRIGGER, que foi responsável pelo famoso anime KILL LA KILL e simplesmente detonaram no visual, se encaixou como uma luva na proposta de arte da série.
Com uma boa impressão inicial, entrei no jogo já esperando o melhor e a WayForward entregou o que esperava. O visual é aquele 2D limpinho, bonito e bem animado, do jeito que nunca ficará feio ou obsoleto. A animação exagerada de Shantae só contribui com a beleza do produto final e efeitos mais moderninhos como da água são a cereja do bolo, entre na sala de banho para ver o que estou falando.
O jogo infelizmente não conta com dublagem 100% do tempo, mas o que temos é mais do que suficiente e bem atuado, nem preciso dizer que a dubladora de Shantae é uma fofura. Já no departamento musical temos uma trilha sonora de qualidade e que em certos momentos possuem um certo brilhantismo, como a música da luta final por exemplo.
VEREDITO
Shantae and the Seven Sirens me divertiu muito mais do que imaginava e com uma opção de New Game Plus fico pensando em retornar para aquele mundo, só que mais poderoso! Não sei ainda, mas agora tenho uma nova série para ir atrás do prejuízo, afinal as aventuras da meio-gênio começaram há quase 20 anos!
Obrigado WayForward por não nos deixar esquecer que os jogos 2D ainda tem espaço nesse mundo obcecado por tecnologia, mundos abertos e afins. E também por ter cedido esse código para análise, o console escolhido dessa vez foi o Nintendo Switch, mas o jogo está disponível em diversas outras plataformas, ou seja, não tem desculpa para não embarcar nessa aventura!
Pontos Positivos
- Shantae é carisma puro, ela mostra o quão importante um personagem interessante pode fazer a diferença em um jogo como esse
- Visual excelente, um 2D gostoso de se ver
- Jogabilidade gostosa e desafio na medida, difícil largar!
Pontos Negativos
- Podia ser um pouco mais longo
- Falta um auto-save,
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