Análises

Star Wars Outlaws

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Melhor jogo de Star Wars até hoje!

Como um fã de jogos de Star Wars posso dizer sem sombra de dúvidas que Outlaws é o melhor jogo da franquia de todos os tempos, mesmo amando Jedi: Survivor e os jogos de nave da Factor-5. Outlaws trouxe um mundo aberto que dá gosto de explorar, um combate emocionante, história marcante e uma experiência que colocou ele como um dos melhores jogos desse já excelente ano de 2024. E antes que me perguntem, foram poucos os bugs que encontrei!

Mais um ano, mais um Star Wars. Em 2023 tivemos o excelente Star Wars Jedi: Survivor que trouxe um mundo semi-aberto com bastante exploração e combate no estilo Souls, agora em 2024 a Massive Entertainment em colaboração com a LucasFilm Games e publicado pela Ubisoft somos agraciados com Star Wars Outlaws, um título que desde o seu anúncio veio com a promessa de trazer uma experiência totalmente nova para uma série tão antiga que teve jogos até pro Atari 2600.

Ou seja, os fãs de Star Wars podem até estar meio decepcionados com a última safra de filmes e séries pra TV, porém definitivamente não podem reclamar do que tem sido feito no mundo dos videogames.

HISTÓRIA

Em Outlaws jogamos com Kay Vess, uma Scoundrel que busca sua liberdade aceitando trabalhos de dos sindicatos criminosos mais perigosos da galáxia, pense no que seria um encontro de Grand Theft Auto com Star Wars. Parece uma mistura que não faz o menor sentido, mas na minha opinião se encaixou como uma luva. Eu não joguei todos os jogos que existem de Star Wars e muito menos sou o maior dos fãs da franquia, entretando me pareceu um sopro de novidade estarmos no controle de uma personagem que lida mais com uma zona cinza do universo do que um herói como estamos habituados.

Saca o visual da cidade! Gif by iFirez, ResetEra

Como o próprio nome do jogo já diz, Outlaws, Kay é uma fora-da-lei que tem sua cabeça sendo procurada por todo mundo e limpar seu nome não será nada fácil. Por sorte ela irá contar com diversos amigos como o inseparável Nyx, um bichinho carismático que acompanhará nossa heróina por toda sua jornada e Waka, o mecânico atrapalhado que encontramos logo no começo do jogo, dentre muitos outiros. Apesar de não ser o ponto mais forte de Outlaws, a narrativa prende a atenção ainda no início quando estamos em Canto Blight, mas é quando chegamos em Toshara, o primeiro mundo explorável de Outlaws, que a coisa desenrola de vez. Note que eu falei primeiro, o jogo é enorme e conta com vários planetas/luas gigantescos pra explorar, portanto não espere uma aventura curtinha aqui!

Dá pra dizer que de certa forma também rola em Outlaws uma inspiração na série Uncharted no que tange alguns segmentos mais scriptados, deu pra perceber que o estúdio por de trás desse projeto realmente quis abraçar muitas fontes e para felicidade de todos, eles conseguiram atingir seus objetivos. Eu fiquei muito feliz com a conclusão dessa história e não vejo a hora de poder experimentar as futuras expansões que estão planejadas.

GAMEPLAY

Há muito o que falar sobre como Outlaws funciona e irei começar pelo mais importante, a exploração dos mapas. Após uma longa introdução, algo de umas 2 horinhas, você poderá explorar o mundo livremente, seja a pé ou usando o Speeder(uma espécie de moto pra quem não manja de Star Wars) e embarcar nas mais diversas aventuras. Além das missões principais da história, há muitas sidequests aqui e posso dizer sem exagero algum que todas elas valem muito a pena fazer pois fazendo-as você libera upgrades e novas habilidades para Kay(as principais também, lógico) então não rola aquela sensação de que você está perdendo tempo.

Ambientes como esse são comuns em Outlaws.

É muito gostoso explorar os mapas em Outlaws pois és constantemente bombardeado de experiências únicas como se aventurar em uma caverna de ventos fortes ou mesmo se meter no meio de uma briga entre Stormtroopers e ladrões, há tanto o que fazer que posso dizer que não houve uma única vez que fiquei entediado jogando esse jogo. Claro que nada disso seria divertido caso a jogabilidade não prestasse, porém fique tranquilo que não é o caso aqui. Controlar Kay é uma delícia, ela não é a pessoa mais ágil do mundo, mas por estar habituada a viver sempre na espreita de um caçador de recompensas, ela aprendeu a se virar nos 30. O jogo te incentiva muito a trabalhar furtivamente e para nossa felicidade contamos com uma gama enorme de possibilidades para avançar sem ser notado, Nyx especialmente cumpre essa função muito bem pois podemos dar diversas ordens pra ele abordar os inimigos, possibilitando cenários únicos.

Ao entrar em territórios inimigos como os do império, o jogo passa a lembrar bastante Metal Gear Solid: The Phantom Pain(falei que Outlaws teve muitas inspirações, né?), pois há muita liberdade de como agir diante das situações presentes e usar os amplos cenários ao nosso favor, se eu pudesse reclamar de algo seria com o fato de Kay não poder deitar no chão, acredito que em muitos momentos seria muito útil. Conforme vamos avançando na aventura, diversas habilidades novas vão sendo desbloqueadas e cada vez mais temos mais maneiras de lidar com a situação, deixando o jogo sempre com aquele gostinho de novidade. Agora é claro que nem sempre poderemos escapar ilesos dos inimigos, certo? É aí que entra o combate de Outlaws. Kay conta com sua fiel Blaster(que pode ser melhorada, evidentemente) que dá conta do recado na maioria das vezes, porém os inimigos costumam deixar suas armas no chão quando derrotados, armas que por sinal costumam ser mais fortes que a arma padrão, mas devido ao seu limite de munição normalmente eu as ignorava e voltava pra minha Blaster, só não esqueça que precisa carregá-la através de um simples mini-game alá Gears of War.

Os combates são sempre cheios de ação.

Como todos os últimos jogos da Ubisoft, Outlaws conta com muitas opções de acessibilidade, algo que deveria ser padrão na indústria. Dá pra customizar absolutamente tudo, então você irá jogar esse jogaço da maneira que achar melhor. O jogo é extremamente divertido, estimulante e vai te prender por umas 50 horas no mínimo, eu to escrevendo esse review louco de vontade de voltar pro meu PlayStation 5 pra ver se encontro mais algum segredinho escondido!

GRÁFICOS/SOM

Outlaws foi desenvolvido usando a engine Snowdrop, usada pela primeira vez em The Division de 2016 e apesar de ser um pouco antiguinha, ela evidentemente foi adaptada para a geração atual de consoles. Visualmente o jogo é um deslumbre, especialmente em movimento pois assim podemos ver elementos como a vegetação se mexendo devido aos ventos fortes e demais efeitos de partículas. As texturas são de excelente qualidade para um jogo desse escopo, dá pra dizer sem sombra de dúvidaas que Outlaws brilha mesmo em ambientes externos e mais orgânicos. Dentro de cidades o visual num geral perde um pouco do seu charme, mas não chega a ficar feio em momento algum.

Na época de divulgação do jogo muita gente criticou o visual da Kay e honestamente isso é besteira, ela tem a aparência de uma mulher que passou boa parte da vida fugindo e lutando pra sobreviver, não é uma top model e parece que as pessoas tem dificuldades pra entender isso, ela tá mais preocupada em saber o que vai ter pra comer do que em qual marca de maquiagem irá usar hoje. Os demais personagens também são bem modelados, especialmente os humanos pois os aliens são aqueles que você já está acostumado da série, uns chegam a ser engraçados de tão ridículos.

É Guerra nas Estrelas, certo?

O jogo conta com 3 modos gráficos; Performance, Qualidade e Qualidade(40 FPS). Inicialmente joguei no Performance, mas resolvi experimentar o de 40 FPS e achei a melhor pedida, claro que nem todas as TVs possuem esse recurso, aí nesse caso eu recomendaria o Performance mesmo, o Qualidade padrão infelizmente parece “pesado” e pode atrapalhar em alguns momentos mais tensos, especialmente em combate. Claro que de praxe também contamos com um modo fotografia, que apesar de meio limitado, deu pra tirar umas belas fotos!

Kay não deixa nada barato. Gif by iFirez, ResetEra

Em matéria de som eu destaco os dubladores, como eu joguei em inglês não sei dizer se a dublagem nacional ficou boa ou não, então me limito a dizer que os atores originais fizeram um excelente trabalho, a atriz da Kay em especial deu um show. Aproveitando esse momento gostaria de mencionar um pequeno “defeito” no que diz respeito aos diálogos, em conversas mais mundanas eu gosto de ler e já pular pro próximo texto, porém quando você faz isso você corre o risco de pular toda aquela linha de diálogo, vou tentar explicar melhor que ficou meio confuso, olhe o exemplo abaixo:

Kay Vess: Nós precisamos avançar para a base imperial, porém há muitos perigos.

No jogo a primeira linha antes da vírgula é o que seria mostrado pro jogador e o que vem depois seria cortado caso você pulasse o diálogo, o ideal seria se eles mostrassem tudo de uma vez só, sei que parece exagero essa reclamação, mas considerando que há uma quantidade grande de conversa no jogo é algo que poderia ter sido melhor trabalhado, nem que o botão de pular só pulasse o que está escrito na tela.

As músicas também ficaram excelentes, com muitas faixas que fogem daquele padrão da série, recomendo focê deixar o controle paradinho alguns minutos na tela inicial pra ter uma ideia do que estou falando, só confia.

VEREDITO

Como um fã de jogos de Star Wars posso dizer sem sombra de dúvidas que Outlaws é o melhor jogo da franquia de todos os tempos, mesmo amando Jedi: Survivor e os jogos de nave da Factor-5. Outlaws trouxe um mundo aberto que dá gosto de explorar, um combate emocionante, história marcante e uma experiência que colocou ele como um dos melhores jogos desse já excelente ano de 2024. E antes que me perguntem, foram poucos os bugs que encontrei!

David Signorelli
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