Super Robot Wars Y – Robôs Gigantes!
Você pode nunca ter ouvido falar dessa franquia, mas ela já está entre nós desde 1991 com uma infinidade de jogos já lançados. Super Robot Wars (ou Super Robot Taisen, no Japão) é uma série de jogos de estratégia tática (SRPGs) criada pela Banpresto (hoje parte da Bandai Namco). O grande diferencial é que ela reúne personagens, robôs gigantes (mechas) e enredos de diversos animes de mecha em um crossover épico.
Uma das maiores razões para que SRW seja um tanto desconhecido é pelo fato de que foram pouquíssimos jogos lançados em inglês e o primeiro deles foi Super Robot Wars Original Generation, no Gameboy Advance. SRWOG é uma sub-série dentro da franquia SRW que existe para reunir apenas os personagens originais criados pela Banpresto/Bandai Namco. Ou seja, não aparecem animes licenciados como Gundam ou Mazinger Z — só heróis, vilões e mechas feitos especialmente para os jogos.
Com Super Robot Wars Y temos o primeiro lançamento mundial simultâneo em consoles e PC de um título da série principal e isso é um passo importante para que a série possa finalmente se popularizar fora do Japão. A questão que fica é, será que, mesmo sendo algo bem nichado, tem chances reais de atrair novos fãs? Posso dizer com convicção que sim e o responsável por isso será o gameplay redondinho e divertido de SRW! Pronto para pegar seu robô gigante e esmagar todos os inimigos? Bora lá.
HISTÓRIA
A série Super Robot Wars é muito mais do que um simples crossover de animes de mechas: ela é um verdadeiro sonho dos fãs colocado em prática. A cada novo título, temos uma trama inédita que costura, com ousadia e criatividade, universos de séries icônicas como Gundam, Mazinger Z, Getter Robo, Evangelion e tantas outras. O resultado é uma história grandiosa, carregada de emoção, nostalgia e aqueles encontros impossíveis que sempre imaginamos quando éramos crianças diante da TV(especialmente velhos como eu).
O grande trunfo da franquia está na forma como justifica essa mistura de mundos. Às vezes, dimensões inteiras colidem; em outras, todos os robôs gigantes já coexistem naturalmente no mesmo universo. Pouco importa a explicação: o que realmente prende é a habilidade dos roteiristas em criar uma narrativa coesa, onde personagens de obras tão diferentes parecem ter nascido para lutar lado a lado.
As missões são o coração dessa jornada. Antes de cada batalha, longos diálogos revelam tensões, alianças inesperadas e dilemas morais que fazem você se sentir parte de algo verdadeiramente épico. Quando a ação começa, as histórias originais dos animes são revisitadas e, muitas vezes, reimaginadas. É nesse ponto que a magia acontece: personagens que morreram em suas séries originais podem ter uma segunda chance, linhas narrativas mudam de rumo e velhos rivais podem se tornar aliados improváveis.
E não se engane: os vilões não ficam atrás. Além das ameaças conhecidas dos animes, cada jogo traz antagonistas originais, que funcionam como o elo entre todas as tramas. Essas figuras injetam frescor na narrativa e quase sempre guardam segredos que só se revelam nos momentos mais emocionantes da campanha. No clímax, é comum que tudo culmine em uma ameaça cósmica ou dimensional, obrigando cada herói a deixar diferenças de lado para lutar por algo muito maior.
Outro charme inconfundível são as rotas alternativas. O jogador pode decidir com quais grupos de personagens seguirá, moldando o rumo da história. Essa escolha garante não só múltiplos finais, mas também aquela sensação deliciosa de que sempre há algo novo para descobrir. Do final ruim até o “good ending”, passando pelos lendários finais secretos, Super Robot Wars sabe recompensar tanto os fãs mais casuais quanto os veteranos que buscam destrinchar cada detalhe.
No fim, cada jogo da franquia se transforma em uma gigantesca carta de amor ao gênero mecha e essa nova versão mantém todo esse charme, ainda mais que pela primeira vez eu to conseguindo entender de fato o que está acontecendo sem precisar de um script do meu lado! A trama de SRWY parece meio confusa no início, mas quando você estiver na parte do Getter Robot Arc, se segura na cadeira que é fantástica, deu até vontade de assistir o anime e claro que esse foi só um exemplo de diversos momentos marcantes.
GAMEPLAY
O clássico sistema tático de batalha está de volta e com uma quantidade enorme de possibilidades de customização. Não teria graça alguma se não desse para dar uma personalizada em nossos mechas, certo? Dá para instalar diversas coisas que alteram bastante as propriedades e também melhorar as habilidades dos pilotos, criando combinações únicas que mudam completamente a forma de encarar cada missão. Às vezes, vale a pena transformar um Gundam em uma muralha ambulante, capaz de tankar qualquer ataque; em outras, você prefere deixá-lo mais leve e ágil, quase impossível de acertar. Essa liberdade estratégica é o tempero que mantém cada batalha fresca, recompensando tanto quem gosta de otimizar ao máximo quanto quem só quer ver seu robô gigante favorito brilhando em campo.
O sistema de batalha clássico de Super Robot Wars está de volta em Super Robot Wars Y, trazendo a tradicional jogabilidade tática baseada em turnos em mapas de grade. Mas não se engane: por trás da familiaridade, há uma série de inovações que tornam cada combate ainda mais empolgante. O novo sistema Assist Link permite que personagens secundários se envolvam diretamente nas batalhas, oferecendo suporte estratégico e ampliando as opções táticas disponíveis.
O mais incrível é como tudo isso se transforma em diversão pura. Cada batalha é como montar um quebra-cabeça gigante: você precisa posicionar seus robôs, calcular ataques, combinar habilidades e ainda se divertir vendo explosões e ataques especiais colorindo a tela. É quase impossível não sorrir ao ver seu mecha favorito voando pelo mapa, acertando ataques com % baixo ou salvando aliados no último segundo. Essa mistura de estratégia e espetáculo(sim) faz do sistema de batalha de Super Robot Wars Y uma experiência viciante, que recompensa criatividade, improviso e, acima de tudo, a paixão por SRPGS.
As missões podem ser bem variadas em objetivos e há bastante side-missions, o que eu recomendo fazer pois vai permitir que obtenhas mais recursos e ainda de quebra curtir um aprofundamento maior na história dos personagens, que por sinal são muitos. Vale lembrar que em SRWY há uma quantidade bem grande de diálogos, portanto exigirá mais paciência do jogador, algo já esperado de quem gosta do gênero(mas pode pular se quiser!).
GRÁFICOS E SOM
O que me fez ficar encantado por SRW lá em meados de 2007 foi um MV(music video) incrível de Super Robot Wars Alpha 3 mostrando os ataques especiais do jogo ao som de músicas do JAM Project(banda japonesa, presente em Y também). Eu ficava babando nos ataques pois sempre gostei de golpes e magias exageradas em RPGs, o que é algo que tem ficado bem simples hoje em dia, uma pena. Já SRW sempre manteve essa característica até por ser meio que uma figurinha carimbada da franquia e em Y temos isso em grande escala.
Todas as animações de ataques de todos os robôs(aliados e inimigos) são mega detalhadas, fazendo parecer que você tá assistindo um anime, com direito inclusive a close no rostos das personagens em ataques mais dramáticos, só vendo para entender. Apesar de os mapas e batalhas serem baseados em um grid 2D, os ataques especiais dos robôs têm um visual que parece quase 3D. Isso acontece porque os animadores usam sprites 2D desenhados quadro a quadro, muitas vezes combinados com parallax e camadas sobrepostas para dar sensação de profundidade. Por exemplo, quando um mecha dispara um raio ou lança uma espada gigante, a animação é feita em planos diferentes: o mecha em primeiro plano, o ataque em um plano intermediário e efeitos de explosão ou cenário em outro plano de fundo. Isso cria o efeito de que o movimento atravessa o espaço, mesmo sendo tudo “plano”.
Além disso, muitos ataques usam zoom dinâmico e efeitos de câmera, como inclinação ou aproximação em momentos-chave, para aumentar a dramaticidade. Algumas habilidades ainda têm partículas e efeitos de luz em 2D com shading, que simulam reflexos e movimento tridimensional. O resultado é aquela sensação clássica de anime mecha, onde cada ataque parece cinematográfico, poderoso e cheio de impacto — sem precisar realmente de modelagem 3D complexa. Isso tudo resultando nos golpes mais incríveis da história dos videogames, se você é que nem eu que babava ao ver a summon Knights of the Round em Final Fantasy VII ou as magias de nível alto de Grandia 2, prepare sua pipoca.
A parte sonora também dá um show, com músicas bem empolgantes e muitas sendo tiradas diretamente dos animes, pena que as versões cantadas são somente por DLC. Bem, chegou a hora de falar do único problema sério do jogo, a dublagem… ou melhor, a falta dela. Os diálogos aqui são tudo estilo mudinho e podem até ficar meio sonolentos para quem tá acostumado com vozes em seus jogos, imagino que isso aconteceu devido ao orçamento do jogo que iria pras cucuias caso tivessem que pagar os dubladores para dublagem todas as falas, pelo menos durante os ataques a gritaria come solta.
VEREDITO
Super Robot Wars Y é explosão pura para quem ama mechas e estratégia! Cada batalha é uma montanha-russa de decisões táticas, ataques cinematográficos e combos que te fazem soltar um “Uau!” a cada turno. Customizar seus robôs, escolher rotas alternativas e mergulhar nos side-missions transforma o jogo em uma experiência pessoal e viciante. A história épica mistura nostalgia e surpresas, reunindo personagens de animes icônicos e novos heróis que você vai querer salvar a qualquer custo. Super Robot Wars Y não é apenas um jogo, é uma celebração de tudo que faz o gênero SRPG com mechas ser inesquecível.
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Por David Signorelli 
