The Legend of Zelda: Echoes of Wisdom
Echoes of Wisdom se tornou meu Zelda "2D" favorito, superando até o incrível A Link Between Worlds e o clássico A Link to the Past. Hyrule se tornou um verdadeiro playground para experimentação onde a imaginação é o limite. Zelda estava merecendo um jogo só dela e a Nintendo acertou em cheio com esse título, trazendo uma boa dificuldade, bastante conteúdo e uma localização para nosso português que faz qualquer gamer brasileiro sorrir de orelha a orelha!
Acho que desde a época do Link to the Past eu ouço gente falando que deveria ter um jogo onde você joga com a pessoa que carrega o nome da série. No começo dos anos 90 tivemos não só um, mas dois jogos onde controlamos a princesa de Hyrule, só que produzidos por uma empresa que não é a Nintendo e lançado em um console obscuro pra muitos chamado de 3DO.
Os jogos infelizmente não fizeram jus ao que a empresa do Super Mario havia feito com a série até o presente momento e se tornaram motivo de piada, muito por culpa das cutscenes enfadonhas… talvez você tenha até as visto. Bem, já faz uns 30 anos(caramba…) desde o lançamento desses “curiosos” jogos e eis que nesse ano a Nintendo(e a Grezzo) resolveu lançar seu primeiro jogo de fato com a Zelda. Diferente do último jogo, Tears of the Kingdom, Echoes of Wisdom evoca o espírito dos jogos antigos da série, sendo uma aventura de visão “de cima” com uma liberdade até hoje inédita em Zeldas criados desse jeitinho.
Falando em inédito, esse jogo marca o primeiro Zelda com textos totalmente em português do Brasil, contando com uma localização fantástica e que merece um baita de um parabéns! Os diálogos foram adaptados de forma bem leve, com um humor inteligente e sem parecer um produto desconexo dos demais jogos da franquia, faça um favor a si mesmo e jogue em pt-BR, você não vai se arrepender.
HISTÓRIA
A aventura começa com Link explorando um calabouço, sim, o Link mesmo. Após alguns perrengues ele encontra Ganon e é claro que um embate começaria. No local da luta está Zelda, aprisionada por um cristal roxo que parece a Couraça Ametista do cavaleiro Aberith de Megrez, do anime antológico Cavaleiros do Zodíaco. Depois de muito tiro, porrada e bomba(esse sim!) Link consegue “derrotar” Ganon, porém uma fenda se abre e ele em seu suspiro final dispara uma flecha(muita referência a Cavaleiros, né?) em direção a Zelda e consegue libertá-la finalmente, porém ele acabou no fim sendo engolido pela tal fenda.
É a partir desse ponto que começamos de fato a jogar com a Zelda e logo em seguida precisamos correr que nem o Sonic pra escapar do calabouço que está sendo engolido pela fenda maldita. A história do jogo é dividida em duas partes e não cabe a mim ficar detalhando evento por evento que iria estragar as surpresas. Enfim, o que posso dizer é que fizeram um excelente trabalho com a personalidade dos personagens, as localidades clássicas estão todas presentes e o desfecho é muito bacana. O jogo tem uma pegada mais infantil e isso não é algo ruim, porém ainda achei que o excesso de diálogos pode cansar alguns jogadores mais novos, eu pessoalmente jogo RPGs desde meus 7 anos e hoje estou com 40, mas mesmo assim em alguns momentos eu chegava a cansar.
Para nossa sorte os diálogos são excelentes como mencionei anteriormente e isso ajuda a digerir algumas conversas mais longas, por assim dizer. Ah, antes que eu me esqueça, como em praticamente todos os jogos da série Zelda, a própria tem um companheiro chamado Tri que tem o carisma de uma porta, infelizmente não chega aos pés da Navi ou até mesmo a Fi de Skyward Sword, uma pena.
GAMEPLAY
Está preparado para um dos jogos mais divertidos da franquia? Gente, esse Zelda é uma DELÍCIA de jogar. Primeiramente preciso dizer que a nossa heroína não consegue atacar os inimigos diretamente como o Link fazia, você tem que usar o comando de Memorizar que é um dos poderes do nosso amiguinho Tri. Com ele você pode replicar vários objetos mundanos como camas e caixas ou mesmo replicar um inimigo que você derrotou previamente, usando eles como se fossem seus Pokémons! Esse sistema vai sendo expandido conforme você avança no jogo e é uma das mecânicas mais divertidas que já vi em um jogo, sem exageros.
Você precisará usar esse recurso pra resolver puzzles, derrotar inimigos e explorar Hyrule da maneira mais inusitada até o presente momento. Acho incrível como a Nintendo anda expandindo as possibilidades de exploração, o que vimos ano passado em um jogo totalmente 3D como Tears of the Kingdom era sem precedentes e agora ela fez a mesma coisa, só que num jogo de visão aérea tecnicamente bem mais limitado. Praticamente tudo vale nesse Zelda, as únicas barreiras do mundo são realmente a área jogável, sem pestajenar eu diria que se você for criativo dá pra ir para praticamente qualquer local logo no começo do jogo! Uma dica que eu dou caso venha a jogar Echoes of Wisdom é evitar de todas as maneiras ver vídeos de gameplay pois é especialmente genial você descobrir coisas por conta própria, sabe aqueles momentos de “ahá! eu sou um gênio!” isso vai acontecer o tempo todo, deixando um sorriso constante em seu rosto.
Além dessas novidades todas, todo o resto já conhecido da série está presente como calabouços, segredos escondidos atrás de pedras, peças de coração, fadas e por aí vai, é um Zelda completíssimo de cabo a rabo. Os calabouços em si dão um show à parte, ficaram bem gostosinhos de explorar e conta com um mapa super intuitivo pra ajudar a não deixar nada para trás. Um ponto negativo que dá pra ser relevado é quanto a dificuldade dos calabouços que são bem fáceis, apesar dos puzzles serem inteligentes, não fiquei preso em quase nenhum deles e os combates contra chefes também são tranquilos, entretanto é possível jogar numa dificuldade mais alta de combates, caso deseje.
GRÁFICOS E SOM
Esse Zelda usa a mesma engine do remake de Link’s Awakening de 2019 com algumas melhorias, mas é basicamente igual, inclusive nos problemas de performance. Infelizmente não tenho como defender muito aquilo, a taxa de quadros é inconsistente e vive caíndo, algo que você se acostuma, porém não deixa de ser incômodo. Visualmente é bem bonitinho, tudo é muito fofo e redondinho, a Zelda é uma graça e os demais personagens também, adoro quando colocamos a nossa protagonista pra dormir, ela deita de um jeito muito fofinho!
A parte das interfaces também ficou bem caprichada, com menus ágeis e simples de navegar, eu também adorei o mapa mundi do jogo, super objetivo e você ainda pode inserir marcadores como nos últimos Zeldas em 3D. Quanto ao som eu não tenho muitos elogios não, as músicas num geral são bem genéricas e sem inspiração, acho que as pessoas só vão lembrar mesmo da música do mapa que provavelmente será a mais ouvida de todas. Essa parte sonora é uma crítica que tenho com a franquia nos últimos anos, sinto falta de músicas mais emblemáticas e poderosas como as da trilha de Ocarina of Time ou mesmo o mais recente Skyward Sword.
VEREDITO
Echoes of Wisdom se tornou meu Zelda “2D” favorito, superando até o incrível A Link Between Worlds e o clássico A Link to the Past. Hyrule se tornou um verdadeiro playground para experimentação onde a imaginação é o limite. Zelda estava merecendo um jogo só dela e a Nintendo acertou em cheio com esse título, trazendo uma boa dificuldade, bastante conteúdo e uma localização para nosso português que faz qualquer gamer brasileiro sorrir de orelha a orelha!
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