Virtua Fighter 5: Ultimate Showdown
Com um foco maior nos eSports, Virtua Fighter 5: Ultimate Showdown oferece o que há de mais complexo em matéria de jogos de luta 3D da atualidade e agora com um visual novo caprichado.
Parece mentira, mas a série Virtua Fighter ainda respira. Virtua Fighter 5: Ultimate Showdown é uma espécie de remaster do Virtua Fighter 5: Final Showdown, desenvolvido pelo Ryu Ga Gotoku Studio(Yakuza, Judgment) e publicado pela própria SEGA.
Ele está disponível para o PlayStation 4, inclusive de forma gratuita pelo programa PSN Plus esse mês e totalmente compatível com o PlayStation 5 que foi o console usado para fazer essa análise! Com isso dito, vamos ver como ficou a volta desse clássico dos jogos de luta.
UM POUCO DE HISTÓRIA
Não gostaria de começar a falar sobre esse lançamento sem mencionar um pouco da minha história com a franquia. Não me recordo precisamente, mas em meados de 1995 eu tive a oportunidade de jogar o primeiro jogo da série em uma locadora, obviamente no Sega Saturn. Joguei com o meu irmão e naquele dia tínhamos ido até lá para alugar Sonic & Knuckles; não me pergunte como lembro desse detalhe e lá havia o novo console da SEGA dando sopa.
Pagamos meia hora para experimentar o famoso Virtua Fighter que eu via direto nas revistas de videogame. Escolhi Akira e ele o Jacky(Ryu e Ken da série), com isso começamos a luta. Apesar de toda seriedade do jogo, nós rimos muito dos saltos sem sentido que nele haviam, os lutadores pareciam estar na luta e aquilo por alguma razão era super engraçado, vai entender! No fim achamos bem divertido e saímos de lá impressionados com o gráfico, afinal era algo completamente novo.
Poucos meses depois conheço Virtua Fighter 2 em um fliperama da minha cidade. O jogo dessa vez não estava em uma TV vagabunda de 14′, ele estava em um gabinete de luxo e nesse dia meu queixo bateu no chão. Inacreditável o que a SEGA conseguiu fazer com tão pouco tempo de desenvolvimento, um jogo infinitamente mais bonito que o primeiro e com uma jogabilidade ainda mais aprimorada. Para mim aquilo era o ápice dos videogames, nada chegaria perto.
Um dos anos mais marcantes da minha vida; pelo menos em relação a jogos, foi 1996. Nesse ano foi lançado o jogo que superou os gráficos de Virtua Fighter 2 e não foi desenvolvido pela SEGA. Ele se chama Super Mario 64 e novamente falei que nunca veria nada que chegasse perto… será que eu me enganaria novamente? Em revistas vi o anúncio de Virtua Fighter 3, dessa vez rodando em uma placa chamada Model 3 que possibilitava a renderização de 1 milhão de polígonos por segundo, não sei porque, mas eu fiquei chocado ao ler isso, vai ver que é por saber que o Nintendo 64, console do “imbatível” Super Mario 64, rodaria “apenas” 150.000!
Esse jogo demorei um pouco para ver, acredito que foi só no Sega Dreamcast e essa versão não é conhecida por ser fiel aos arcades, mas independente disso fiquei bem impressionado. Os cenários não eram mais planos, havia inclinações e o jogo funcionava super bem mesmo com tantas variações, parecia o futuro.
Avançando um pouco mais no tempo, mais precisamente após a SEGA decidir que não iria mais produzir consoles, a empresa lança Virtua Fighter 4 para o PlayStation 2. Não sei se era coisa da época ou não, mas foi muito estranho jogar um clássico desses em um console de outra empresa. Após essa estranheza passar, eu comecei a me divertir muito e esse acabou sendo o jogo da série que mais joguei. Para os padrões da época ele não impressionou, ele tinha muito serrilhado, algo que era bem comum dos jogos do começo do PlayStation 2, acho que as empresas não sabiam aplicar anti-aliasing… e isso no fim foi a parte mais decepcionante pois até então Virtua Fighter era sinônimo de excelência gráfica, entretanto não deixei isso me abalar e me diverti horrores.
Geração HD se aproximando e eu já imaginava que de um jeito ou de outro a série iria aparecer. Não deu outra, Virtua Fighter 5 foi lançado e novamente não impressionou ninguém, até pensei que só pelo fato de estar em alta definição já daria um “tchan” a mais, porém pelo menos nesse aspecto a maioria dos jogadores ficou decepcionado. Eu não me recordo se tive contato com o Virtua Fighter 5 original no PlayStation 3 ou no Xbox 360, mas pude jogar ele bastante nos arcades de diversos jogos da série Yakuza.
Então pessoal, de forma bem breve esse foi a minha história com a série e como podem ter visto, eu tive contato com todos os jogos principais dela e alguns spin-offs como Virtua Fighter Kids ou mesmo Virtua Fighter Animation, portanto dá para dizer que já calejei bastante meus dedos desferindos golpes das mais variadas artes marciais!
ULTIMATE SHOWDOWN
A maior diferença dessa versão em relação ao Virtua Fighter 5: Final Showdown está na parte gráfica. O Ryu Ga Gotoku Studio usou sua Dragon Engine para recriar os visuais do jogo e o resultado ficou incrível. Os cenários receberam um tratamento de luz bem mais moderno, novas texturas e muito mais; o cenário da jangada em especial ficou especialmente lindo, principalmente pela sua complexidade, eu gostei bastante também do cenário do Akira que é um templo japonês antigo, apesar de simples ele cria uma atmosfera bem tensa e que fica apropriado para os combates.
Evidentemente que os personagens também tiveram melhorias claras. Nenhum se sobresai em relação ao outro, o trabalho foi digno de aplausos mesmo. Dá para dizer que lembram um pouco os modelos mais detalhados da série Yakuza, só que mantendo a fidelidade da arte original do título.
De resto pessoal, é o mesmo Virtua Fighter 5 de sempre, ou seja, impecável. Cada lutador é único e entender como funciona cada um deles é como se fosse aprender uma arte marcial de verdade, até lembro que certa vez li na internet que existiam cursos no Japão para aprender a jogar Virtua Fighter… você não leu errado, cursos! Então por aí já dá para ter uma ideia de que não adianta esmagar botões que você não irá para lugar algum.
Apesar de entusiasta, nunca fui um bom jogador de jogos de luta, sempre foquei na diversão em si ao invés de tentar decorar movimentos. Já nesse jogo eu tentei dar um passo adiante para no mínimo tentar não ser massacrado nos modos online. Com Lei-Fei dá para dizer que cheguei num patamar legal, mas léguas longe do ideal, com quase 40 anos de vida já não tenho mais aquela coordenação de outrora. Resumidamente eu digo que você poderá se divertir muito com esse jogo mesmo sendo uma negação… mas dá uma olhada nos tutoriais!
Algo que achei bem legal dessa versão foi a possibilidade de customizar esteticamente os personagens, podendo modificar as roupas base como quiser. Não chega a ser super robusto, mas dá para tirar aquele cabelo do Supla que o Jacky tem, por exemplo. Fora isso infelizmente os modos de jogo são limitados, esse lançamento teve uma carona na cena de eSports, focando mais nos combates online mesmo… um modo história seria tão legal! Quem sabe fica para o Virtua Fighter 6?
VEREDITO
Fico tão feliz de ver um dos grandes clássicos dos jogos de luta estar ganhando mais um fôlego que mal dá para colocar em palavras. Torço muito para que o jogo tenha uma boa repercurssão e com isso a SEGA decida continuar a franquia, quem sabe até chamar o mestre Yu Suzuki para o projeto, sonhar não custa!
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- Virtua Fighter 5 está de volta com um novo visual incrível, caprichado mesmo
- Jogabilidade impecável, complexa
- Os modos online possuem um bom desempenho, não tive uma partida comprometida por lags
- Está de graça para usuários da PSN Plus no mês de Junho, corra!
- É bem legal mudar as roupinhas da galera
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- Poucos modos de jogo offline comprometem a longevidade
- Complexidade pode afastar alguns
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