A grande evolução de Crash Bandicoot
Já era hora de termos um novo game do nosso marsupial favorito, e agora em 2020 a Activision realizou o nosso desejo de controlá-lo novamente, com Crash Bandicoot 4: It’s About Time, um game completamente novo.
E pensando no lançamento do mesmo, decidimos rever a evolução que essa saga teve desde o PS1, passando por diferentes aventuras e até mesmo versões desse marsupial malucão. Como será que foram as jornadas de Crash durantes todos esses anos?
Já deixo claro que abordaremos aqui apenas os games da franquia principal e os spin-offs de corrida, para deixar a lista mais dinâmica.
Crash Bandicoot
No ano de 1994, Andrew Gavin e Jason Rubin (os fundadores da Naughty Dog), estavam decididos a criar um game de plataforma para competir com Sonic e Mario, porém algo tinha que ser diferente, e foi aí que veio a ideia de desenvolver um game em 3D. Inclusive pela câmera focar na parte traseira do personagem, Crash Bandicoot teve um nome provisório de “Sonic’s Ass Game”, algo como “O Jogo da Bunda do Sonic”, um título bastante irônico.
No enredo do game, os doutores Neo Cortex e N. Brio falham em um experimento e criam um marsupial bem diferente dos habituais, chamado Crash. Então temos a missão de controlar o mesmo para derrotar os doutores malvados e impedir que eles façam ainda mais experimentos.
O game foi lançado em 1996 exclusivamente para PlayStation 1 e fez um sucesso estrondoso, vendendo quase sete milhões de unidades no mundo inteiro. As análises do game também foram muito positivas, e por conta disso tudo é claro que em algum momento viria uma sequência.
Crash Bandicoot 2: Cortex Strikes Back
Com o grande sucesso do primeiro jogo, é claro que a Naughty Dog iria desenvolver um novo título, e é aí que veio Crash Bandicoot 2: Cortex Strikes Back novamente apenas para PS1 no ano de 1997. Ahh, e o subtítulo faz uma clara referência ao episódio cinco da clássica série de filmes Star Wars, com O Império Contra-Ataca.
Na trama do game, Neo Cortex descobre cristais com um grande poder, e tem uma nova ideia para derrotar Crash. O vilão então sequestra o marsupial e o convence a coletar 25 desses cristais para “salvar o mundo”, mas na verdade era para melhorar a máquina Cortex Vortex e deixá-la ainda mais poderosa.
Se o primeiro Crash Bandicoot já fez sucesso, a sua sequência fez ainda mais, vendendo 7,58 milhões de unidades no mundo todo, se tornando o quinto game mais vendido do PS1 de todos os tempos. O jogo trouxe boas inovações boas inovações se comparado ao antecessor, fazendo com que muitas pessoas o considerassem até mesmo superior.
Crash Bandicoot: Warped
O marsupial loucão estava ficando famoso e a Naughty Dog tinha que aproveitar essa fama. Por isso, no ano de 1998 ela lança Crash Bandicoot: Warped exclusivamente para o PS1.
Aqui, Neo Cortex encontra uma máscara antiga e maligna chamada Uka-Uka, que possui grandiosos poderes. Aku-Aku (que por sinal é irmão de Uka-Uka) percebe que algo de errado não está certo, e avisa Crash e Coco que eles precisam derrotar mais uma vez Cortex, mas que agora as companhias do vilão são mais perigosas do que nunca.
Assim como seus antecessores, Crash Bandicoot: Warped fez um sucesso gigantesco por conta de suas inovações em relação aos outros games, com Crash agora tendo alguns power-ups para ajudar na jornada e fases muito divertidas em que controlamos a Coco (fala sério, os níveis em que controlamos ela e Pura, o seu tigre de estimação, são iradas demais!).
Crash Team Racing
Bom, tivemos três ótimos games de plataforma em 3D da Naughty Dog, mas o que viria a seguir? Pois bem, seguindo a premissa de competir com Mario, no ano de 1999 a empresa americana lança Crash Team Racing, com uma premissa totalmente diferente dos outros games lançados. Na época o game saiu apenas para PS1, porém anos depois ele teve ports para o PSP e PS3.
Dessa vez, enquanto um campeonato de karts está prestes a acontecer nas Ilhas Wumpa, um alíenigena chamado Nitrus Oxide acaba se intrometendo e propondo um desafio para Crash, e caso o marsupial perdesse, seu planeta viraria um gigante estacionamento espacial.
O jogo, por mais que fosse bem diferente dos anteriores (e bota diferente), recebeu ótimas críticas e vendeu várias unidades. É consenso que Crash Team Racing é um game de corrida muito divertido, mas ao mesmo tempo desafiador.
Crash Bandicoot: The Wrath of Cortex
No ano de 2001 os direitos de Crash estavam apenas nas mãos da Universal (sim, aquela produtora cinematográfica gigantesca), e eles decidiram não inovar muito e continuar com a mesma fórmula dos três primeiros games ao criar Crash Bandicoot: The Wrath of Cortex, desenvolvido pela Traveller’s Tale e lançado não apenas para o PlayStation 2, mas também para Xbox e GameCube.
Na trama, após vários e vários dos outros games, os vilões mais malvados do universo (e os mais insistentes também) decidem formar mais um plano para derrotar Crash. Para isso, Uka-Uka decide libertar as Máscaras Elementais, que possuem as habilidades de controlar os quatro elementos da natureza e que dariam uma boa chance na vitória contra o Marsupial.
Diferente dos seus antecessores, Crash Bandicoot: The Wrath of Cortex não fez tanto sucesso assim, e o principal motivo para isso foi a sua falta de inovação, já que era quase igual a Crash Bandicoot: Warped, algo que resultou em avaliações medianas e pouquíssimas vendas.
Crash Nitro Kart
Eis que a Universal decide lançar mais um game, porém dessa vez uma sequência indireta de Crash Team Racing chamada de Crash Nitro Kart. Dessa vez o game foi desenvolvido pela Vicarious Visions (sim, a mesma que desenvolveria um certo game da franquia em 2017) e lançado em 2003.
Ao serem abduzidos por uma estranha luz branca, as turmas de Crash e Neo Cortex são obrigados a correr para satisfazer os bizarros desejos do alienígena Velo (não me pergunte o porquê de todos os aliens dessa franquia gostarem de corridas, já que eu também não sei). Caso eles não façam o que está sendo pedido, o planeta será destruído.
Assim como o último game lançado, Crash Nitro Kart teve avaliações medianas, já que muitos disseram que era mais um game de kart genérico. As vendas também nem se comparam aos games antecessores, mas não foram muito baixas, tendo por volta de dois milhões de cópias vendidas.
Crash Twinsanity
No ano de 2004, a Traveller’s Tales voltou mais uma vez ao posto de desenvolvedora da franquia para criar Crash Twinsanity, uma aventura maluca do marsupial para PlayStation 2 e Xbox, com uma trama que trazia uma união um tanto quanto inusitada para os fãs da franquia.
Nela, dois vilões conhecidos como os Evil Twins saem da 10° dimensão para tomar a llha Wumpa, fazendo com que Crash e Neo Cortex se juntem para derrotá-los (sim, você não ouviu errado). Os aminimigos então passam pelas mais bizarras aventuras para salvar o lar do marsupial.
Crash Twinsanity é definitivamente um título adorado pelos fãs da franquia, e isso fica claro pelas avaliações positivas. Infelizmente o game não teve ótimas vendas, com um total de 800.000 cópias vendidas, sendo o terceiro game da saga com o menor número de unidades comercializadas. Mas mesmo assim, Crash Twinsanity tem um lugar especial no coração de vários e vários gamers por aí. Um diferencial desse game foi sua trilha sonora, que foi feita inteiramente em “acapella”.
Crash Tag Team Racing
Eis que é 2005 e a Radical Entertainment desenvolve o terceiro game de corrida da franquia, chamado de Crash Tag Team Racing, mas que não consiste apenas em correr, já que você também pode sair explorando os diferentes cenários que o game possui.
No enrendo, Crash se vê obrigado a recuperar as Power Gems nas diferentes áreas temáticas que passamos durante o jogo. Para isso, iremos competir em várias e várias corridas para recuperar as gemas e descobrir quem foi que as pegou.
Podemos dizer que esse game foi bem 8 ou 80, já que várias pessoas gostaram da possibilidade de sair explorando os cenários e depois partir para as corridas, já outras nem tanto, dizendo que os momentos em que controlávamos os karts não eram tão divertidos como em Crash Team Racing.
Crash of the Titans
Por mais que os games antecessores a esse sofreram boas evoluções, foi aqui que Crash sofreu uma grande mudança não só no seu visual, mas também em sua jogabilidade. Crash of the Titans foi desenvolvido novamente pela Radical Entertainment e lançado no ano de 2007 para Xbox, Xbox 360, PS2 e Wii.
Aqui, o Dr. Neo Cortex descobre uma substância um tanto quanto curiosa chamada Mojo, o qual o vilão quer utilizar para criar um grande exército de mutantes denominados “titãs”, criados com a substância. E é claro que assim como nos outros games, Crash deve impedir mais uma vez que Cortex conclua o seu plano.
Crash of the Titans recebeu críticas mistas. Algumas pessoas gostaram da inovação da franquia, que saiu das plataformas em 3D para virar um jogo de “hack and slash”, e outras acharam que a franquia se descaracterizou dos games clássicos de todas as formas, até mesmo nos visuais, já que Crash está bem diferente aqui.
Crash: Mind Over Mutant
No ano de 2008 tivemos o primeiro game da franquia publicado pela Activision, que havia comprado os direitos do marsupial. Seu nome era Crash: Mind Over Mutant, que seguia uma premissa de gameplay muito parecida com seu antecessor, e que foi lançado para DS, PS2, PSP, Xbox 360 e Wii.
Neo Cortex e N. Brio criam uma espécie de “inteligência artificial” chamada NV, que consegue controlar a mente das pessoas, porém de alguma maneira Crash não é afetado, e então deve salvar seus amigos e parar o plano da dupla de vilões.
Quem não gostou de Crash of the Titans também não foi com a cara desse game, porém quem tinha aprovado o antecessor, achou esse aqui até melhor. As avaliações não foram tão diferentes do anterior, indo de medianas a positivas.
Crash Bandicoot N. Sane Trilogy
A franquia já estava ficando meio parada, com um foco maior em games mobile, mas no ano de 2017 a Activision surpreendeu a todos com o anuncio de uma remasterização dos três primeiros games da franquia, sendo desenvolvida pela Vicarious Visions e lançada inicialmente para PS4, mas com versões que chegaram também para Microsoft Windows, Xbox One e Nintendo Switch.
As tramas, como já dito, são dos três primeiros games lá do PS1, acompanhando as aventuras (e confusões) de Crash, Coco e Aku-Aku contra os vilões mais malvados das Ilhas Wumpa (mas principalmente contra o Neo Cortex). E acredite, ver essas histórias com gráficos atualizados é muito bom.
Essa remasterização foi algo que todos estávamos precisando e talvez nem sabíamos. Rever os três games modernizados com ótimos gráficos foi muito bom, mas ainda trouxe uma ótima sensação de nostalgia para quem havia jogado os clássicos, porém é claro que ainda queríamos mais, nós precisávamos de mais, e nos próximos anos receberíamos o que estávamos pedindo.
Crash Team Racing Nitro-Fueled
Após o enorme sucesso de N. Sane Trilogy e os rumores da repaginação do clássico de corrida, a Activision acabou confirmando que teríamos uma nova versão do game, saindo no ano de 2019 para PS4, Nintendo Switch e Xbox One.
Mais uma vez a história segue a premissa do clássico, com Crash tendo que competir em corridas de kart insanas para impedir que Nitrus transforme o planeta Terra em um estacionamento galáctico.
Crash Team Racing Nitro-Fueled não fez tanto sucesso quanto N. Sane Trilogy, mas recebeu ótimas críticas por sua jogabilidade, seus ótimos desafios e os seus conteúdos semanais. Infelizmente após um certo tempo do lançamento vieram microtransações, algo que incomodou os jogadores. Mas mesmo assim é um ótimo game que agradou quase todo mundo.
Crash Bandicoot 4: It’s About Time
As remasterizações podem até ter sido boas, mas nós precisávamos de uma história totalmente nova, de um enredo 100% original. E é aí que nesse ano de 2020 a Activision escuta nossos desejos e lança Crash Bandicoot 4: It’s About Time, e realmente “já era hora” (me desculpem pelo trocadilho).
Na trama, que é uma continuação direta de Warped, Neo Cortex, Aku-Aku e N. Tropy querem mais uma vez derrotar Crash, e para isso a máscara maligna usa todo o seu poder para criar um portal interdimensional, fazendo assim com que os vilões consigam viajar por diferentes dimensões e tempo. Vendo isso, Crash e sua turma têm que salvar o universo (e se salvar) mais uma vez, contando com a ajuda das Máscaras Quânticas, que manipulam o tempo e o espaço, para assim impedir os vilões.
Esse game foi uma surpresa muito positiva para todo mundo. Crash 4 trouxe um ar fresco para a franquia, sendo um game perfeito tanto para novos jogadores quanto para os fãs de longa data da franquia, e as reviews mostram que isso é verdade. Foi sem sombra de dúvidas um grande acerto da Activision e da Toys for Bob.
O que teremos a seguir?
Já sabemos que Crash Bandicoot 4: It’s About Time foi um ótimo game, mas o que podermos esperar para o futuro? Uma nova repaginação? Uma nova história? Meu palpite é que realmente iremos ter um game completamente novo, já que com o último lançado a Activision ignorou todos os outros games depois de Warped. Mas a certeza apenas o tempo dirá, enquanto isso o jeito é ficar ligadinho nas notícias do nosso marsupial favorito.
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