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Jogamos Destiny 2 – Impressões do beta

Destiny 2 certamente é um jogo que muitos jogadores estão animados para comprar (eu me incluo nisso), porém quando o jogo foi revelado, a desenvolvedora Bungie mostrou algumas mudanças que não agradaram todo mundo. Mesmo assim, tudo que se tinha na época eram vídeos, que não eram suficiente para tirar grandes conclusões.

Agora com o fim do beta aberto do jogo, já é possível ter uma ideia melhor da direção que Destiny 2 está seguindo. Embora o produto final possa mudar muito em relação ao beta e oferecer muito mais conteúdo, já é possível dar as primeiras impressões.

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O Bom

Os controles em Destiny 2 mantém a mesma experiência de antes. Atirar continua sendo satisfatório, com cada arma oferecida no beta tendo algumas modificações possíveis para adequá-las ao gosto do freguês. Navegar o ambiente também continua sendo excelente, ainda mais agora que os duplo pulos das classes de personagens foram ajustados para controlar melhor.

Falando em classes, cada uma delas recebeu uma nova variação. As melhores são a Sentinel (para Titans) e Arc Strider (para Hunters). A primeira dá bastante versatilidade ao jogador, permitindo ao usar o super invocar um escudo estilo Capitão América ou uma bolha protetora como no primeiro jogo. Isso faz com que a subclasse tenha uso tanto ofensivo, quanto defensivo.

Já a Arc Strider é interessante pois, ao usar o super, permite que o Hunter invoque um cajado elétrico. Esse cajado possui uma série de combos diferentes que podem ser feitos, também dando liberdade ao jogador de como ele quer utilizar seu poder.

Cada classe também ganhou uma habilidade específica, com Warlocks e Titans recebendo as melhores. Warlocks podem invocar um círculo onde todos dentro recebem cura e escudo ou um aumento de dano (dependendo da escolha do jogador). Já os Titans podem criar uma parede que absorve dano, criando cobertura em situações precárias. Ambas as habilidades funcionaram muito bem nas missões disponíveis no beta.

Quanto às atividades no jogo, a que mais se destacou foi a missão de história, que mostra a queda da Torre e como o conflito principal do jogo se estabelece. Ver a sua base principal do jogo original sendo tomada e destruída foi incrível, ainda mais com vários NPCs conhecidos aparecendo para participar em algum momento ou outro. Se o resto das missões forem tão boas quanto a primeira, Destiny 2 terá uma história incrível.

Já do lado PvP da história, fico feliz em dizer que, no geral, a experiência melhorou bastante. A mudança no sistema de armas desacelerou bastante o ritmo do modo como um todo. Foi uma mudança necessária, pois em Destiny 1 shotguns e snipers dominavam todos, e agora é um pouco mais complicado achar munição para essas armas.

A mudança para apenas 8 jogadores por partida também é bem vinda, pois da uma ênfase maior em trabalho em equipe. A única questão que fica é se custom games estarão disponíveis no lançamento, que não ficou claro ainda.

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O Ruim

Porém nem tudo são rosas no mundo de Destiny 2. Embora eu tenha acabado de elogiar o PvP do jogo, as melhorias citadas vieram a um custo: a sensação de perda de poder em todas as outras atividades do jogo.

Essa sensação vem em grande parte da mudança no sistema de armas. No primeiro game, o jogador tinha um slot para armas primárias (Auto Rifles, Pulse Rifles, Hand Cannons, etc), especiais (Shotguns, Snipers, Fusion Rifles, etc) e pesadas (Rockets, Espadas, Heavy Machine Guns).

Agora o jogador terá slot de armas kinetic (ARs, PRs, HCs, etc, mas sem dano elemental), elementais (ARs, PRs, HCs, etc, com dano elemental) e power (que junta todas as armas dos slots special e heavy do primeiro jogo).

O resultado disso é que o jogador agora tem um arsenal limitado em relação ao primeiro jogo e, pelo menos nos testes no beta, os inimigos não foram ajustados corretamente para essa mudança. O resultado é que o jogador deve ficar por tempo demais atirando em um inimigo que é na prática uma esponja de bala. Isso já era um problema com os chefões no jogo original, mas essa mudança (feita para melhorar a experiência do PvP), expandiu o problema para inimigos normais também.

Para piorar a situação, as habilidades como granadas, supers e ataques corpo a corpo carregados também tiveram seu tempo de recarga estendidos. Novamente, para o PvP isso não é tanto um problema, porque impede que jogadores abusem dos poderes. Mas para as demais atividades se torna uma dor de cabeça, pois o acesso que jogadores têm às suas habilidades é muito limitado.

Warlocks que escolheram usar Dawnblade especialmente sofrem com essas mudanças, pois a duração do seu super é ridiculamente pequena e difícil de controlar, tornando muito difícil fazer uso eficiente da habilidade. Ao mesmo tempo Hunters, com sua habilidade de esquiva, tem um tempo de recarga muito longo para algo que é, na prática, muito inferior as habilidades que Warlocks e Titans têm.

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O Feio

Talvez a maior decepção em relação ao beta de Destiny 2 é a sensação enorme de familiaridade em relação ao original. Destiny 1 é um ótimo jogo, mas tinha muitos problemas. Então quando foi anunciado que haveria uma sequência, era esperado que esses problemas seriam todos resolvidos e o jogo seria expandido ainda mais.

Em parte isso se tornou realidade. A funcionalidade de criar clãs, achar grupos para fazer a raid e até as mudanças para melhorar o PvP vieram de pedidos da comunidade. Porém o jogo ainda está parecido demais com o primeiro. O lobby continua sendo as naves na órbita, os menus continuam praticamente idênticos ao original, poucos tipos de armas novas foram introduzidos, o strike presente no jogo funciona basicamente da mesma forma que os do primeiro.

No final, o jogo tem muito mais cara de Destiny 1.5 do que uma real sequência. Claro que a versão final pode mudar essa impressão, mas o que foi mostrado até agora infelizmente deixou muito a desejar, por mais que o jogo final provavelmente ainda vá ser bom.

O jeito agora é esperar até Setembro (ou Outubro, se você for comprar no PC) para dar o veredito final.

Bernardo Dabul
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