Análise – Batman: Arkham Origins
Antes de começar, gostaria de deixar claro que não pude jogar Batman: Arkham Origins em sua totalidade. Da primeira vez que tentei, progredi cerca de uns 5 % da história até encontrar um bug que não me deixava avançar a narrativa principal, já que não era possível interagir com o objetivo da missão atual. Após recomeçar e chegar a 17% de progresso, mais uma vez encontrei outro bug que dessa vez impediu que eu saísse da sala que me encontrava, uma vez que a porta pela qual tinha entrado estava trancada e a única outra saída estava inacessível em função do erro. Tentando resolver o problema, verifiquei que não havia nenhum arranhão no disco e que meu sistema funcionava normalmente. Dentro do jogo tentei também retornar ao último checkpoint, voltar ao menu e depois continuar a campanha, voltar para a dashboard do Xbox e iniciar o jogo mais uma vez, mas nenhuma dessas opções (e algumas outras) funcionaram.
Assim, o jeito agora é esperar o lançamento de um patch para que eu possa continuar meu progresso pela campanha. Quando isso acontecer, terminarei o jogo e atualizarei a nota refletindo seu estado consertado.
Batman: Arkham Origins é o primeiro jogo da franquia que não é desenvolvido pela Rocksteady e sim pela Warner Bros. Montreal. Não que isso faça grande diferença, porque é basicamente o mesmo que Arkham City em termos de mecânica e o que funcionava no City ainda funciona bem em Origins. A movimentação continua a mesma, sendo o principal meio de locomoção a capa do Batman, usada para planar. Felizmente, foram adicionados pontos que o jogador pode teleportar sem ter que fazer a viagem manualmente, o que agiliza muito o processo de ir de uma missão para outra. Combate continua tendo como base construir o maior combo possível sem ser interrompido, usando contra ataques para evitar que inimigos atinjam o jogador. Foram adicionadas algumas classes de inimigos novas, como o artista marcial que tem a habilidade de revidar seus contra ataques. Embora sejam ideias interessantes, não mudam a experiência de forma significativa. Quanto aos equipamentos, infelizmente não vi muitos além dos do Batman no início do jogo, porém uma nova adição ao arsenal é o Remote Batclaw com o qual, após escolher dois pontos de disparo, torna-se possível criar uma corda conectando ambas as marcações.
Existem ainda elementos que são únicos desse novo jogo, como por exemplo a possibilidade de se criar uma representação digital da cena de um crime com o qual o Batman se depara e que vai sendo recriada conforme pistas na área são encontradas. Infelizmente essas sequências são poucas e não exigem nenhum poder de dedução por parte do jogador, que deve somente andar até o indicador vermelho em sua tela para analisar a próxima pista. O mapa do jogo também foi expandido para incluir a área nobre de Gotham City, adicionando um pouco mais de verticalidade à movimentação, sendo o resto exatamente igual a Arkham City, porém sem estar destruída e inundada.
A narrativa do jogo parece ser interessante, embora eu não tenha ido muito longe. Nela, Black Mask colocou uma recompensa enorme para quem conseguir matar o Batman. Com isso, mercenários como Bane, Killer Croc, Deathstroke e outros irão atrás do herói, enquanto este por sua vez, tenta capturar o Black Mask. A atuação de voz continua muito boa e o jogo possui mais cutscenes do que seus antecessores, algo que talvez não agrade a todos.
Visualmente, o jogo novamente é muito similar a Arkham City. A cidade é bem detalhada, porém as ruas são completamente desertas. Texturas no geral são bem feitas mas quando inspecionadas mais de perto começam a mostrar alguns defeitos. Não é ruim, porém não é nada revolucionário.
O jogo contém também um modo multiplayer, onde existem 3 times. O primeiro é o dos capangas do Coringa, o segundo dos capangas do Bane, enquanto o terceiro é composto por Batman e Robin. Os times de capangas devem matar o time adversário um número específico de vezes, enquanto os heróis devem derrotar os capangas de ambos os times até atingir uma pontuação específica. Capangas ganham pontuação adicional por derrotar um herói. Em alguns momentos durante uma partida, é possível que um dos capangas assuma o controle do Coringa ou do Bane, que naturalmente é um personagem mais resistente. Enquanto a jogabilidade para o Batman e Robin é a mesma do modo single player, jogar como capangas torna-se um jogo de tiro em terceira pessoa. A proposta do modo é interessante uma vez que todos os times devem ficar alertas para dois tipos de ameaças diferentes, mas não passa de uma pequena distração da campanha.
Infelizmente os bugs são o que mais atrapalham a experiência e eles estão por toda parte. Além dos casos mencionados no início desse texto, também tive problemas com jogo não inicializando, ficando em tela preta, console travando no meio de uma batalha, o Batman atravessando o chão e caindo infinitamente, cutscenes não carregando e travando o jogo, entre outros. Todos esses casos foram solucionados reinicializando o jogo, porém ainda são muitas ocorrências e atrapalham a experiência de uma forma grave. Warner Bros. Montreal já prometeu que irá lançar um patch com correções logo, remediando a maioria desses problemas.
Concluindo, Batman: Arkham Origins é um jogo com muito potencial, porém se os problemas que encontrei forem gerais, a conclusão é que e tão repleto de bugs que a experiência deixa de ser divertida e passa a ser frustrante. Espero que não necessariamente aconteça o mesmo com todos. Dito isso, e baseado na minha experiência, infelizmente não é possível recomendá-lo em seu estado atual, até mesmo para o maior fã do Cavaleiro das Trevas. Talvez a situação mude quando atualizações forem liberadas, mas até lá, fique longe.
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